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20/08/2024

Engenharia de Segurança: área estratégica no mundo do trabalho

Jéssica Silva – Comunicação SEESP

 

Desde quando foi homologada no País, em 1991, a especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho tem confirmado sua importância em todo ambiente laboral para prevenção de riscos e para defesa da integridade dos trabalhadores e empresas. É, na visão da engenheira Fátima Sá, um departamento estratégico dentro de uma organização.

 

Com a atualização de normas regulamentadoras e instauração de mecanismos de inspeção no trabalho, ela aponta, o mercado está aquecido. “As grandes empresas têm uma alta demanda por profissionais capacitados em Engenharia de Segurança”, afirma Sá. E indica: “temos um campo de atuação muito grande, é importante considerar se especializar em uma área como por exemplo ergonomia, higiene ocupacional, entre outras, não deixando de ter um olhar holístico e integrador para o profissional”.

 

Fátima Sá eng segurança 450A engenheira de segurança do trabalho Fátima Sá. Foto: Acervo pessoalA engenheira mecânica formou-se em 2014 pela Faculdade Anhanguera já de olho na pós-graduação na área, que cursou pela Universidade Paulista (Unip), em 2016. “Trinta dias depois de formada já estava trabalhando, e nunca mais parei”, ela conta. Embora tenha traçado uma trajetória profissional de sucesso, na infância quis ser jornalista. Mas atesta, pôde incluir a comunicação na engenharia, em especial nas aulas que ministra no curso de Técnico em Segurança do Trabalho do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

 

O que a levou cursar a especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho?

Ainda criança quando me faziam a fatídica pergunta "o que você vai ser quando crescer?", sempre respondia que queria ser jornalista. Ocorre que nasci em uma cidade de 7 mil habitantes do interior de São Paulo, chamada Colômbia, e após me formar no ensino médio não havia faculdade de jornalismo próxima. Decidi fazer um curso técnico e ingressei na formação em Técnico em Segurança do Trabalho no Senac Barretos. No último módulo do curso, eu era representante de sala e tive a oportunidade de, junto com os demais colegas, realizar a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT) do Senac, com supervisão de um docente muito querido chamado Mário Márcio dos Santos. Ao final da SIPAT, eu sabia que poderia aplicar meu gosto por comunicação na Segurança do Trabalho e tive certeza que queria atuar na área de SST.

 

Trinta dias depois de formada já estava trabalhando, e nunca mais parei, comecei a atuar como Técnica em Segurança do Trabalho em uma empresa de montagem e manutenção industrial na construção de uma usina de açúcar e álcool, na cidade de Frutal (MG). Lá tive meu primeiro contato com o ambiente industrial, passei a acompanhar todo o processo de construção de uma caldeira. Nesse período, tive contato mais próximo com a engenharia e pude entender o quanto é essencial ao profissional de Segurança do Trabalho conhecer os processos. Em 2014, concluí a graduação em Engenharia Mecânica já objetivando a pós em Engenharia de Segurança do Trabalho, que finalizei em 2016. Tive a oportunidade de trabalhar em diversos segmentos econômicos como açúcar e álcool, construção civil, papel e celulose e metalúrgico, em empresas de pequeno, médio e grande porte.

 

Atualmente divido minha rotina entre as aulas que ministro no curso Técnico em Segurança do Trabalho no Senac, a atuação como Perita Judicial nas esferas previdenciária, trabalhista e cível, e a consultoria através da minha empresa, a Sá Ocupacional.

 

De qual projeto de destaque já participou?

Atuando como gestora de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, tive a oportunidade de coordenar o departamento na montagem da primeira caldeira de leito fluidizado instalada no Brasil, na cidade de Olímpia (SP), sob licença da empresa norte-americana Babcock and Wilcox Company. Atingimos resultados significativos como zero acidentes com perda de tempo, otimizando recursos humanos, financeiros e materiais, proporcionando um ambiente de trabalho saudável e seguro em um projeto de grande porte, que teve duração de um ano desde o planejamento até o final da execução. Ali desenvolvi meu perfil de liderança participativa, trabalhando em conjunto com a liderança, desenvolvendo a segurança como sempre acreditei que ela é, um departamento estratégico dentro de uma organização.

 

Qual sua visão sobre o mercado de trabalho na área de Engenharia de Segurança?

Estamos em um momento de mercado muito aquecido para a Engenharia de Segurança do Trabalho, as recentes demandas legais como as atualizações das normas de Saúde e Segurança do Trabalho, o eSocial, além do Domicílio Eletrônico Trabalhista (DET), têm feito as empresas procurarem esses profissionais para auxiliar na implantação e implementação de requisitos de segurança. As grandes empresas têm uma alta demanda por profissionais capacitados em Engenharia de Segurança do Trabalho. É importante lembrar que esse profissional deve ter como visão a segurança do trabalho como estratégica dentro de uma companhia, e que contribui para a saúde financeira das empresas.

 

Tem alguma dica de aprimoramento profissional para os engenheiros que estão ingressando na área?

Na minha opinião, o estudo e aprimoramento do engenheiro de Segurança do Trabalho deve ser constante, temos setores de atuação como por exemplo o agronegócio, que são carentes de profissionais qualificados. A participação em eventos, estar próximo de outros profissionais de referência e acompanhar as demandas de mercado são importantes. Hoje em dia, [o fluxo das] informações é muito rápido, por isso a necessidade de se manter atualizado é constante. Como temos um campo de atuação muito grande, é importante considerar se especializar em uma área como por exemplo ergonomia, higiene ocupacional, entre outras, não deixando de ter um olhar holístico e integrador para o profissional.  

 

 

 

 

 

 

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