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12/07/2022

Cuidando do equilíbrio entre conservação e produção na floresta

Engenheiro florestal atua para compatibilizar ações econômicas e legislação ambiental.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

 

Tamires Lançamento de parcelas em mata nativa com auxílio de cruzeta 2Tamires Mousslech Andrade Penido em lançamento de parcelas em mata nativa com auxílio de cruzeta. Crédito: Acervo pessoal.Há sete anos engenheira florestal, Tamires Penido gosta de dizer que foi a profissão quem a escolheu, e não ao contrário. No País, segundo estatísticas dos conselhos federal e regionais da categoria (Sistema Confea-Creas), estão com registro ativo na área 15.651 profissionais. Um número considerável, como avalia Penido, arriscando uma observação de que “diante das emergências climáticas, podemos considerar a engenharia florestal como uma profissão de bastante relevância” para o mundo atual. Por isso, precisamos celebrar o Dia da Engenharia Florestal, neste 12 de julho, com muita informação importante sobre o ofício. Para tanto, nada melhor do que entrevistar quem está na lida, e foi o que a área Oportunidades na Engenharia do SEESP fez.

 

A própria engenheira Tamires Mousslech Andrade Penido faz questão de definir o papel da sua profissão: “O nosso papel é fundamental à conservação dos recursos naturais existentes. Munidos do saber técnico e de ferramentas corretas, atuamos para recuperar áreas degradadas e para a produção, de forma equilibrada, os mais variados recursos florestais que utilizamos no nosso dia a dia, desde as necessidades básicas, atividades de lazer até o trabalho.” Ela destaca que a busca desse equilíbrio entre conservação e produção “contribui ativamente para redução do temido aquecimento global, diminuindo a pressão sobre florestas nativas e favorecendo o sequestro de CO2 com os plantios comerciais de Eucalipto e outras essências florestais”.

 

Pelas diferentes possibilidades de atuação do engenheiro florestal, Penido diz que, de modo geral, é uma profissão vista com bons olhos por quem tem vocação cuidar do meio ambiente. ”Se fugirmos do senso comum e entendermos a lógica por trás das ações dos profissionais compreendemos que o que se prega na engenharia florestal é o equilíbrio em todas as suas proporções, tendo como vista o cuidado com o meio ambiente”, endossa.

 

Sociedade funcional e sustentável
A engenharia florestal possui um papel fundamental na construção de uma sociedade funcional e sustentável, observa ela. É um objetivo que amplia muito as possibilidades de atuação dos profissionais, como as carreiras voltadas à produção de produtos e subprodutos florestais englobando a silvicultura, o manejo florestal, o geoprocessamento, inventário florestal, análise de projetos e outras.

 

Outra área promissora é a da educação, “o que significa dizer seguir carreira acadêmica que permite atuar lecionando para alunos de cursos técnicos, de extensão, graduação ou pós-graduação, atuar como pesquisador ou mesmo promover atividades de educação ambiental e ecoturismo”. A oportunidade também está em consultoria ambiental “cujas atividades desenvolvidas são ditadas pelas demandas da sociedade”, observa Penido. “Geralmente elas estão relacionadas ao atendimento das normas ditadas pelas legislações ambientais vigentes e reguladas pelos órgãos ambientais competentes”, acrescenta.

 

Inovações e aperfeiçoamento
Penido observa que falar em tecnologias emergentes é pensar em inovação. O setor florestal, como aponta, tem criado demandas com vistas a soluções de problemas utilizando tecnologias emergentes. “Dentre as tecnologias atualmente utilizadas podemos destacar o uso dos veículos aéreos não tripulados (VANT), ou drones, o Lidar [Light Detection and Ranging, sensor remoto ativo a bordo de plataformas tripuladas ou não tripuladas para captura direta de dados], a inteligência artificial, as biotecnologias e muitas outras”, relaciona. Contudo, Penido observa que a tecnologia sozinha não faz nada, por isso, “é obrigatório que o engenheiro florestal esteja sempre atento às demandas tecnológicas do setor e se mantenha atualizado e devidamente preparado para utilizar essas ferramentas tecnológicas para geração de conhecimento aplicado”.

 

Outro ponto importante da profissão, descreve ela, é o avanço da legislação ambiental com o intuito de promover a preservação dos recursos naturais. “Essa movimentação legal fez com que a sociedade temesse as penas pelo descumprimento dessas normas e isso, indiretamente, favorece a conscientização ambiental de empresas e produtores rurais”, informa. O engenheiro florestal será o elo para que as empresas cumpram corretamente o arcabouço legal vigente e fará isso desenvolvendo os estudos técnicos que as atividades exigem. Ela cita alguns exemplos dessa atuação: os estudos de Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o Relatório de Impacto Ambiental (Rima), a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), Plano de Controle Ambiental (PCA), Relatório de Controle Ambiental (RCA), Relatório de Caracterização do Empreendimento (RCE), Relatório Ambiental Simplificado (RAS), Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad), Plano de Educação Ambiental (PEA), Inventário Florestal; Projeto de Recomposição Florestal; Plano de Gerenciamento de Riscos (PGR), entre outros.

 

Tamires Levantamento planialtimétrico com RTK roverA engenheira Penido em levantamento planialtimétrico com o dispositivo de medição RTK rover. Crédito: Acervo pessoal.

 

A entrevistada
Ingressou, em 2010, no curso de Engenharia Florestal, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Diamantina (MG). Ainda na graduação, foi monitora de disciplinas básicas, como Física II, e até matérias específicas como Silvicultura e Otimização Florestal. Participou de projetos de pesquisa envolvendo a quantificação e análise de biomassa florestal e também foi membro ativo do CREA-Jr de Minas Gerais.

 

Ao se formar em janeiro de 2015, optou por ingressar no mestrado que foi concluído em março de 2017. Na sequência, iniciou o doutorado, finalizado em abril de 2021, ambos em Ciência Florestal na UFVJM.

 

Nos anos de 2017 e 2018, teve a oportunidade de atuar como docente de nível superior das disciplinas de Geoprocessamento, Geotecnologias aplicadas à Engenharia Florestal, Incêndios Florestais, Inventário Florestal e Manejo Florestal. No final de 2018, ingressou na carreira como consultora da ValeGeo Topografia e Serviços Ambientais.

 

 

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