logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

12/05/2022

Mercado está de olho no profissional que sabe se comunicar e tem um olhar de inclusão

A observação é de Priscila Salgado, da 99jobs, que apresentou um panorama sobre o mercado de trabalho em relação ao preparo técnico, humano e pessoal em live realizada no dia 11 de maio.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

 

Nesta quarta-feira (11/5), a área Oportunidades na Engenharia, do SEESP, promoveu a live “O mercado de trabalho para a engenharia”, tendo como convidada Priscila Salgado, coordenadora de Unidade de Negócios da startup 99jobs, plataforma de relacionamento e divulgação de vagas. A especialista desenvolveu diversos temas, desde tendências de mercado, autoconhecimento, competências e habilidades importantes, diversidade, LinkedIn, entre outros. A atividade teve a coordenação do especialista em Gestão de Pessoal Alan Alves, da área de Gestão de Pessoas do sindicato. A palestra está disponível, na íntegra, no canal do YouTube do SEESP.

 

O sindicato, inclusive, vale ressaltar, por meio de sua área de orientação à carreira, Oportunidades na Engenharia, desde o início deste ano firmou parceria com a startup 99jobs para divulgação de vagas específicas para os profissionais e estudantes da área (leia mais aqui).

 

99Jobs 2Priscila Salgado foi a convidada da live da área Oportunidades na Engenharia, que teve a coordenação de Alan Alves.

 

Inicialmente, Salgado frisou que os profissionais e estudantes de engenharia, assim como os de outras profissões, precisam entender que o mundo vive numa velocidade gigantesca. “A gente muda, o mercado muda e as avaliações mudam. Por isso, a minha primeira dica é todos estarmos atentos a essas mudanças”, ressaltou. Para tanto, prosseguiu, revela-se fundamental ir além das hard skills, ou seja, das habilidades técnicas que podem ser aprendidas em cursos, treinamentos, especializações etc. “Para acompanhar todas essas transformações, precisamos das soft skills, habilidades que não aprendemos na faculdade, mas que adquirimos lidando e aprendendo com as pessoas no dia a dia, nas relações interpessoais, com as nossas experiências”, explicou.

 

Dentro dessa linha de raciocínio, a coordenadora da 99jobs ressaltou que a comunicação é uma das competências hoje mais requisitadas pelo mercado. “A comunicação, sem dúvida nenhuma, é a soft skills da vez, o mercado está de olho nela. Como eu me comunico com o outro, como a gente ‘chega’ no outro”, diz, completando, taxativamente: “Não é uma opção não cuidar da forma como se comunica.”

 

Na sequência, Salgado relacionou outras habilidades importantes: negociação, liderança, resolução de problemas – como sair de conflitos e crises –, criatividade, pensamento crítico, capacidade analítica, aprendizagem ativa e estratégia de aprendizado.

 

Já na questão das hard skills, como ela falou no início, as mudanças constantes do mundo contemporâneo exigem que as nossas formações, os nossos conhecimentos e aprendizados já adquiridos sejam atualizados. “Se fez um curso de atualização há dez anos na sua área, precisa ver o que precisa fazer para estar mais compatível com o perfil do mercado atual”, orientou. Todavia, Salgado reforça: “Você pode fazer uma pós-graduação incrível, a mais cara, ótimo, mas não é só isso. O aprendizado está no dia a dia, observando como as pessoas estão falando, aprendendo com o outro, fazendo networking. E a tecnologia vai nos fazendo transversal com tudo isso, por isso, precisamos entender também as mudanças tecnológicas para bem lidar com elas.”

 

Metodologia ágil | Inteligência artificial
Priscila Salgado definiu metodologia ágil, como disse na live, como um “jeito de pensar para resolver e criar de forma mais ágil”. “Nada muda na questão da estrutura técnica de um projeto, por exemplo. Tem as diversas etapas, como planejar, executar, monitorar, entender os resultados, verificar rotas e até entender quando se precisa fazer mudanças no meio de um projeto. Se ganha muito quando se pensa esse trabalho ou projeto a partir da mentalidade ágil, que também compreende a capacidade de interagir, ou seja, colocar a equipe inteira de ponta a ponta”, descreveu.

 

Ganha-se muito, endossou a especialista da 99jobs, quando a mentalidade ágil supera, inclusive, ferramentas técnicas, cursos online, especializações. “O que quero dizer é que é, antes de tudo, uma predisposição para um novo olhar e forma de pensar, de fazer gestão e como a gente integra a nossa equipe para otimizar o tempo e recursos, e solucionar qualquer problema que se apresente”, completou. “É um olhar mais amplo do que se está fazendo de ponta a ponta”, repetiu.

 

Salgado ainda indicou duas ferramentas de metodologia ágil de fácil acesso e bem interessante, destacou: Canva e Scrum. A primeira é uma plataforma de design gráfico que permite aos usuários criar gráficos de mídia social, apresentações, infográficos, pôsteres e outros conteúdos visuais; e está disponível online e em dispositivos móveis e integra milhões de imagens, fontes, modelos e ilustrações. Já o Scrum é uma estrutura que ajuda as equipes a trabalharem juntas, estimulando que todos aprendam com as experiências, a se organizarem enquanto resolvem um problema e a refletirem sobre os êxitos e fracassos para melhorarem sempre.

 

Diversidade
A preparação do profissional, no mundo contemporâneo, como ensinou Salgado, precisa abarcar um olhar diferente diante da vida em sociedade. “Meu lugar de fala é de uma mulher preta, que vive num país cuja população preta é a maioria, mais de 56%”, apontou, todavia, prosseguiu ela, “basta olhar ao nosso redor para ver se esse mundo real está, de fato, representado em todos os espaços sociais, como o mercado de trabalho e corporativo”.

 

A diversidade real é aquela que deve contemplar as diversas orientações sexuais, etnias, raças, credos religiosos e toda a pluralidade que existe numa sociedade. “O primeiro passo para a diversidade é olhar e fazer perguntas: Quantas pessoas trans já trabalharam comigo? Quantas pessoas pretas já vi em posição de chefia ou liderança? Onde estavam e estão essas pessoas? Quantas mulheres e homens pretos, quantos trans estão na engenharia? Não dá para naturalizar o que não é natural", questionou e observou.

 

Currículo | Autoconhecimento
O currículo de papel é ainda muito bem-vindo. A afirmação é da especialista da 99jobs, Priscila Salgado, para quem os estudantes e profissionais de engenharia e de outras áreas precisam dedicar tempo para a sua elaboração. “Podemos utilizar qualquer tipo de plataforma digital e tecnológica para nos apresentarmos ao mercado, mas o currículo ainda é o primeiro passo de uma avaliação num processo seletivo”, avisou.

 

Por isso, não importa a tecnologia usada, reforçou, o currículo deve ser a expressão da verdade sobre uma trajetória pessoal e profissional. “Ele precisa ser muito verdadeiro, ser escrito com objetividade e assertividade, transparente e fácil de entender”, ensinou.

 

Para se alcançar um currículo com esse nível de excelência, asseverou Salgado, o melhor caminho é o autoconhecimento. “Saber o que se quer é fundamental. Entender a sua narrativa e a história que você quer contar. Não exagerar, mas contar aquilo que você já construiu e quais são suas metas profissionais”, disse.

 

O autoconhecimento, apontou Priscila Salgado, nunca está finalizado. “Não existe um ponto de chegada, pois aprendemos o tempo todo. A cada segundo mudamos, por isso o autoconhecimento é a construção de narrativas”, refletiu. Ele significa, apontou ela, saber lidar com nossas verdades, imperfeições, “pois não existem profissionais nem pessoas perfeitas”, ponderou.

 

A evolução é permanente, ainda mais numa sociedade em constantes mudanças tecnológicas, “tudo se altera rapidamente e o tempo todo. O que sabíamos ontem já é insuficiente no dia de hoje. A carga de informação é enorme o que nos obriga a saber o que se consome em termos de ideias, pensamentos, processos. Precisamos mastigar com os ‘dentes do cérebro’ o que nos é apresentado todos os dias”.

 

99Jobs 5"O meu lugar de fala é de uma mulher preta", disse Priscila Salgado ao discorrer sobre diversidade e inclusão.

 

LinkedIn
O currículo, completou Salgado, é importante, inclusive, na hora de criar e atualizar o perfil no LinkedIn, rede social profissional com grande presença no Brasil e no mundo. O primeiro ponto que Salgado destacou sobre a plataforma é que nem sempre a quantidade tem relação com qualidade, referindo-se ao número de conexões que devemos ter. Por isso, aconselhou, as conexões devem ser feitas a partir da trajetória e metas profissionais para que, de fato, o LinkedIn seja usado a seu favor.

 

Salgado lembrou que o LinkedIn é um lugar para criar conteúdos que exponham ideias, conquistas, projetos, experiências. “É uma forma de fazer conexões importantes e que tenham a ver com o seu perfil. Compartilhar também é uma outra forma de mostrarmos como pensamos e como somos”, afirmou.

 

O LinkedIn mostra quem é o profissional, a partir de quem ele dá escuta, lê, interage. “Todos esses passos vão mostrar como você entende e lê a vida. A questão técnica – de formação acadêmica, especializações a experiências – está lá bem evidente no preenchimento dos espaços próprios para isso”, acrescentou.

 

A plataforma, portanto, é muito mais do que um currículo, é a criação de relacionamentos baseados no que se acredita e se defende. “Tem processos seletivos que querem saber o que são sustentabilidade e diversidade para você, por exemplo. E os recrutadores vão observar se esses assuntos estão entre as suas preocupações por meio das suas conexões, conteúdos criados, compartilhamentos, comentários etc.”.

 

Palavras-chave
Com os espaços digitais, as chamadas palavras-chave ganharam projeção e relevância. Mas elas precisam ser usadas com parcimônia e sabedoria, indicou Salgado, para não criar falsas expectativas para os dois lados – profissional e recrutadores. Ela explicou: “O profissional precisa entender em qual ´cadeira´está, ou seja, quais as palavras técnicas, por exemplo, que descrevem melhor a sua etapa profissional. Nesse sentido, entender qual o momento da sua carreira e quais as metas que quer alcançar são fundamentais para escolher bem as palavras-chave que vão melhor lhe representar para o mercado. Sem isso, haverá desencontros e não se realiza o tão esperado match.”

 

Leia | Escute | Veja
A coordenadora de Unidade de Negócios da startup 99jobs sabe que o mundo atual exerce uma pressão enorme em todas as pessoas, “a impressão que dá é que não podemos parar um instante sequer. Sim, necessário se faz estar atento a tudo, mas também tem horas que precisamos parar e não fazer nada, olhar pela janela, prestar atenção no passarinho que canta”, aconselhou.

 

O planejamento de carreira, como apontou, evita que se faça demais ou se faça de menos. Nesse sentido, o profissional precisa ler, ouvir e ver de tudo. “Ao invés de indicar o título de um livro, de um filme ou podcast, prefiro falar em ampliar sentidos e conteúdos. A minha dica é ler, por exemplo, também sobre comunicação assertiva, inteligência emocional, gerenciamento de crise, cultura inclusiva e diversidade. Tudo vale à pena para criarmos ambientes profissionais e sociais que representem o mundo real”, disse. Salgado exortou: “A gente precisa gostar mais de gente.”

 

 

>> A especialista da 99jobs discorreu, ainda, sobre fit cultural, inteligência artificial, como se apresentar no mercado de trabalho para quem ainda não tem experiência profissional e respondeu às perguntas do público que acompanhou a live em sua uma hora de duração. Confira no vídeo abaixo:

 

 

Lido 1225 vezes
Gostou deste conteúdo? Compartilhe e comente:
Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda