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19/06/2017

Opinião - Estratégia e tática

João Guilherme Vargas Netto*

Em sua história secular o movimento sindical jamais teve uma verdadeira estratégia, exceto a da fixação intuitiva de funções na produção em que o poder dos operários era evidente e decisivo.

O sindicalismo é ação de resistência – a resistência dos trabalhadores à exploração capitalista – e como tal não contém em si os elementos que pudessem configurar uma verdadeira estratégia subversiva, autônoma e de longo prazo que almejasse uma mudança radical da sociedade. O sindicalismo é produto do capitalismo e convive com ele.

Exemplos evidentes dessa carência estratégica são a incapacidade histórica e estrutural do movimento de organizar os desempregados, bem como as dificuldades históricas e estruturais para garantir a unidade do próprio movimento.

Já a tática é, por excelência, o elemento valorizado na ação sindical. A tática diz respeito às formas de luta e de organização dos trabalhadores e suas modificações de acordo com a conjuntura, com a experiência aprendida e acumulada e com a correlação de forças nas empresas e na sociedade.

As táticas adequadas são diferentes em um ambiente econômico de crescimento ou de recessão, em uma situação em que cresce o emprego ou em que há desemprego crescente, quando há inflação ou não ou se um sindicato em especial, ou um conjunto deles, alcança relevância ou protagonismo social.

A busca da unidade de ação é o elemento essencial para determinar as táticas consideradas válidas em relação aos seus resultados: unir sempre, dividir jamais, como dizem os metalúrgicos de São Paulo.

Nesse terreno puramente pragmático não há como se falar em táticas universalmente válidas ou em “obrigações” táticas.

Essas lições teóricas podem nos ajudar a compreender melhor a tática sindical atual que prevê uma nova greve geral no dia 30 de junho na sequência das vitoriosas manifestações do 15 de março, da greve geral de 28 de abril e da marcha a Brasília do 24 de maio.

A efetivação dessa nova e desafiadora greve e de sua data deve levar em conta os inúmeros fatores táticos mutáveis de acordo com a conjuntura e exige das direções sindicais uma responsabilidade aguçada, inteligente e tempestiva.

As manifestações previstas para amanhã, dia 20 de junho, além do seu papel de “esquenta”, podem proporcionar também os elementos objetivos para a confirmação ou não da greve do dia 30.

Para se evitar o malfadado “um passo à frente, dois passos para trás” é preciso, como ensinou Bolívar, pulso firme e tato delicado. 

 


João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical

 

 

 

 

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