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16/03/2016

Mudanças do trabalho no capitalismo contemporâneo

A maneira que utilizamos as redes sociais virtuais desempenha importante papel na reconfiguração do trabalho e seus impactos na vida social como um todo. O trabalho formalizado, com contratos regulares, ou mesmo aquele sem nenhuma regulação, conhecido como informal, cada vez mais utiliza as ferramentas virtuais na realização de suas atividades. Seja na busca por informações sobre emprego, ou na venda de produtos, por exemplo, essas redes propiciam maior acesso e expandem mercados. Isso é o que dizem os integrantes do Grupo de Estudos Trabalho e Mobilidades (GETM), ligado ao Departamento de Sociologia (DS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). "As tecnologias digitais eliminam a necessidade de local de trabalho, você pode morar em São Carlos e trabalhar para uma empresa norte-americana sediada em São Francisco, e por aí vai. Destacam-se os trabalhadores criativos, flexíveis, móveis e jovens, como típicos exemplos desse novo capitalismo. Além disso, as novas tecnologias como a microeletrônica e a telemática trazem mudanças não só nas relações de trabalho como na forma de trabalhar e na extinção ou criação de novas carreiras", diz o professor do DS Jacob Carlos Lima, coordenador do GETM.

O grupo, criado em 2005, reúne pesquisadores de diversas regiões do País, centrado na Sociologia do Trabalho e na Sociologia Econômica, em diferentes temáticas. "Nós pesquisamos o trabalho na contemporaneidade. Isso significa analisar as mudanças das últimas décadas e como isso afeta a vida social", explica Jacob.

Sobre a informalidade, Jacob conta que era vista, há algumas décadas, como um problema de países pobres, e se acreditava que com o desenvolvimento econômico e industrial a tendência era diminuir ou desaparecer, mas não foi o que aconteceu. "Aliás, ocorreu o contrário, a informalidade se tornou um problema também dos países ricos com levas de imigrantes e mudanças nas relações de assalariamento a partir de 1980, com a implementação de políticas neoliberais. As políticas sociais passaram a ser vistas como um fator de aumento de custo na produção e de perda de competitividade das empresas que começam a procurar países mais baratos com trabalho pouco organizado e sem tradição industrial significativa. Como exemplos, temos a produção de confecção em Bangladesh, Honduras, Vietnã e mesmo no interior do Brasil, ou nas oficinas precárias na cidade de São Paulo que utilizam trabalhadores bolivianos".

No Brasil, na década de 1990, com a reestruturação econômica, a abertura do mercado aos produtos importados, o fechamento de fábricas, a desnacionalização de setores industriais, a privatização de empresas estatais e o aumento exponencial do desemprego, a informalidade chegou a 60% da população economicamente ativa ocupada. A partir de 2003, com o aumento da atividade econômica e de recuperação do salário mínimo, a formalização no mercado de trabalho cresceu. "Com isso, a taxa de informalização caiu para 48%”, conta Felipe Rangel, estudante de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e integrante do GETM.

Rangel salienta que "uma característica do mercado atual é a de que as fronteiras entre formal e informal se misturam muito. Muitas vezes uma empresa formal utiliza de expediente informal. O negócio é formalizado, mas em algum momento da produção a empresa faz uso de um serviço ou produto informal. O mesmo entre os trabalhadores que podem ter um trabalho formal, mas que complementam com atividades informais".


 

Fonte: UFSCar






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