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Expectativas com a COP30 e o papel da engenharia
Sediar a conferência da ONU sobre clima na Amazônia é uma oportunidade histórica, que deve ser aproveitada para avanços concretos no combate à crise climática. Protagonismo dos profissionais da área tecnológica será crucial para transformar metas em resultados.
O planeta vive uma emergência real com o avanço do aquecimento global. Mantido o ritmo atual de emissões, o aumento médio da temperatura global pode ultrapassar 1,5°C nas próximas duas décadas, conforme alerta do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). Para além dos dados científicos, são evidentes os efeitos da crise já em curso, com secas extremas, enchentes e ondas de calor cada vez mais severas e frequentes.
Neste cenário, a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que tem início na próxima segunda-feira (10/11) e vai até o dia 21, na cidade de Belém, surge como um marco que deve transformar protocolos de intenções em compromissos reais a serem cumpridos, metas em resultados. O principal fórum global de discussão e tomada de decisão sobre o tema deve reunir cerca de 180 países para definir rumos concretos sobre a questão.
Sua realização na Amazônia reforça o papel estratégico do Brasil no combate à mudança climática, assim como o da engenharia em tornar efetiva, por exemplo, a Agenda de Ação Global proposta pela Presidência da Conferência. A profissão tem relação direta com questões fundamentais da maioria dos eixos definidos, como transição energética; proteção de florestas, oceanos e a biodiversidade; transformação da agricultura e dos sistemas alimentares; e resiliência das cidades, da infraestrutura e da água.
Os quadros da área tecnológica, da engenharia em particular, nas suas diversas modalidades, estarão à frente dos projetos para adaptar sistemas urbanos e obras de infraestrutura a eventos climáticos extremos, com drenagem eficiente, saneamento e mobilidade limpa. Ainda, atuarão no desafio de migrar de forma consistente e significativa para fontes renováveis de energia, notadamente no sistema produtivo e na área de mobilidade. É missão também da categoria desenvolver cadeias produtivas sustentáveis e tecnologias de restauração ambiental, agregando valor sem devastar os biomas.
Essas frentes, e muitas outras nas quais essa agenda se multiplica, mostram a relevância absoluta do conhecimento técnico de alto nível e da inovação. A engenharia, portanto, é a ponte entre o ideal ambiental e o resultado prático — entre a meta global e a execução local.
Seus profissionais, como sempre, estão prontos a contribuir, mas é preciso que os líderes políticos e empresariais estejam dispostos a propiciar as condições para que as tarefas sejam cumpridas. Que os representantes dos povos do mundo presentes na COP30 estejam prontos a cooperar efetivamente em benefício de todos os habitantes do planeta.
E que todos nós nos mobilizemos por um novo modelo de desenvolvimento e estilo de vida, que traga bem-estar e justiça climática a todos.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente








