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11/11/2025

As engenharias promovem sustentabilidade

Carlos Magno Corrêa Dias

 

A busca por um mundo mais justo, igualitário e sustentável é uma jornada que ganhou contornos definidos com as iniciativas globais da Organização das Nações Unidas (ONU), tais como os esforços contínuos e crescentes que evoluíram dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) para os atuais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os quais consolidam um plano audacioso de ação global focada para alcance até 2030.

 

Fonte: Portal GT Agenda 2030

 

Primeiramente, em setembro de 2000, há um quarto de século, a jornada globalizada pela sustentabilidade tem seu início com a Declaração do Milênio, quando, na denominada Cúpula do Milênio da ONU, 189 países-membros da ONU estabeleceram os oito ODM, os quais ficaram conhecidos no Brasil como os “oito jeitos de mudar o mundo”.

Do ano de 2000 até 2015, pensava-se ser possível atingir os ODM (em inglês, Millenium Development Goals), os quais foram enunciados como:


1) Erradicar a pobreza extrema e a fome: reduzir a proporção de pessoas vivendo nessas condições.

 

2) Atingir o ensino básico universal: garantir que todas as crianças completem o ensino primário.

 

3) Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres: eliminar a disparidade de gênero na educação e empoderá-las.

 

4) Reduzir a mortalidade infantil: ou seja, de crianças menores de 5 anos.

 

5) Melhorar a saúde materna: reduzir sua mortalidade e garantir o acesso à saúde reprodutiva.

 

6) Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças: deter e começar a reverter sua propagação.

 

7) Garantir a sustentabilidade ambiental: integrar os princípios do desenvolvimento sustentável e reduzir a perda de recursos naturais.

 

8) Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento: aumentar a ajuda, o comércio e a tecnologia para os países em desenvolvimento.

 

Mesmo sem atingir plenamente todas as metas estabelecidas, o trabalho em prol do alcance dos ODM é considerado o “movimento antipobreza de maior sucesso na história”, que deixou um legado espetacular, cujos marcos alcançados denotam avanços significativos e transformadores até então jamais atingidos a partir de uma campanha global.

 

O sucesso mais notável do trabalho global em torno do alcance dos ODM está relacionado com a erradicação da pobreza extrema, dado que o número de pessoas vivendo nessas condições diminuiu em mais da metade, passando de 1,9 bilhão em 1990 para 836 milhões em 2015.

 

Houve progressos importantes em várias áreas sociais, tais como: a redução em mais da metade na taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos; embora não tenha sido totalmente atingida, a mortalidade materna apresentou uma redução considerável; e o combate à malária, tuberculose e HIV/AIDS viu avanços na prevenção, tratamento e redução de novas infecções.

 

É importante ressaltar que a paridade de gênero no ensino primário foi alcançada na maioria dos países; mais meninas foram matriculadas na escola, e a representação feminina nos parlamentos também aumentou significativamente.

 

Os ODM não apenas estabeleceram uma consciência global sobre a necessidade de todos contribuírem para a melhoria de vida das pessoas como, inegavelmente, tornaram o mundo em 2015 muito melhor do que era em 2000.

 

Embora a relação entre os ODM e a geração de soluções tecnológicas seja mais um processo de catalisação e direcionamento de esforços do que uma causa direta e isolada, o trabalho pelo alcance dos ODM promoveu a intensificação da geração de soluções científicas e tecnológicas, cabendo às engenharias, em particular por meio da indústria, o desenvolvimento de produtos úteis visando a melhoria de vida das pessoas.

 

A busca pelo alcance dos ODM (de 2000 até 2015) atuou como um poderoso motor para a inovação por razões das mais variadas e em níveis de complexidade também distintos, haja vista que os ODM definiram metas claras (como reduzir a pobreza, a mortalidade infantil, combater doenças e garantir saneamento). Tais desafios concretos exigiram soluções práticas e de baixo custo para serem implementadas em grande escala e em países em desenvolvimento.

 

De outro lado, a agenda global forçou a comunidade científica, tecnológica e das engenharias a direcionar o conjunto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para áreas de grande impacto social, como: saúde (desenvolvimento de vacinas acessíveis, diagnóstico rápido e tratamento para doenças como malária e HIV); água e saneamento (inovação em sistemas de tratamento de água e esgoto de baixo custo e sustentáveis); energia (busca por fontes de energia limpa e acessível para comunidades remotas).

 

Em especial as engenharias e a indústria, como elo crucial entre o saber científico e os avanços tecnológicos de aplicação prática, promoveram desenvolvimentos surpreendentes. No campo das engenharias se projetaram, otimizaram e/ou implementaram soluções mais adequadas em infraestrutura, em produtos e sistemas. Na indústria, o principal agente de produção em escala, foram desenvolvidos novos produtos de forma mais barata, eficiente e em grande volume, de forma que as soluções científicas impactassem milhões de vidas.

 

Não se pode esquecer de mencionar, também, que os ODM foram um grande incentivo à geração de parcerias globais e inovação inclusiva, quando ocorreu a colaboração entre governos, universidades, ONGs e o setor privado, levando ao desenvolvimento de tecnologias sociais e inovações que são mais sensíveis às realidades e capacidades dos mais pobres.

 

A tríplice hélice do conhecimento-inovação, modelo centrado nas interações em espiral entre os “poderes” das universidades, indústrias e governos para promover a inovação e o desenvolvimento, rodou, também, mais intensamente e com maior constância em decorrência dos ODM.

 

Como os ODM estabeleceram metas globais para o desenvolvimento, focadas em áreas como a erradicação da pobreza extrema e da fome, a ampliação da educação primária universal, a igualdade de gênero, a garantia da saúde e a geração de sustentabilidade ambiental, sua contribuição para a tríplice hélice do conhecimento-inovação se deu naturalmente no âmbito das academias, indústrias e governos.

 

Nas universidades os ODM criaram uma urgência e direcionaram a pauta de pesquisas acadêmicas focadas em problemas sociais concretos, o que possibilitou o impulsionamento da geração de conhecimento aplicado (a hélice universidade ficou mais ativa e relevante).

 

A necessidade de soluções inovadoras, produtos e serviços (como medicamentos mais baratos, tecnologias de saneamento, formas de distribuição em áreas remotas) estimulou a indústria a se envolver em projetos de responsabilidade social corporativa e a buscar inovações alinhadas com as metas de desenvolvimento.

 

Mas os ODM funcionaram também como uma estrutura de política global que os governos nacionais e internacionais adotaram de forma a incentivar parcerias, criar programas de financiamento e promover um ambiente regulatório que facilitasse a colaboração entre as academias e as indústrias na busca por soluções (o papel articulador da hélice governo).

 

Categoricamente, os ODM mobilizaram governos, sociedade civil, setor privado e o sistema da ONU em torno de uma agenda comum que focou a atenção e os recursos em questões cruciais de desenvolvimento, permitindo a medição e o acompanhamento do progresso, gerando dados e, acima de tudo, responsabilidades.

 

Para além das expectativas e do simples cumprimento de cada meta individual os ODM alcançaram a mobilização global e ajudaram milhões de vidas a serem transformadas pela saída da pobreza extrema e pelos ganhos em saúde e educação, e na criação de um modelo de ação internacional que provou que, com compromisso político e intervenções específicas, é possível alcançar progressos transformadores.

 

Com o passar do tempo, entretanto, o aumento populacional e a crescente complexidade do mundo intensificaram os desafios. Em 2015, ao final do prazo dos ODM, ficou claro que era preciso ir além. Os problemas não resolvidos, somados a novas exigências e à necessidade de incorporar a sustentabilidade como a razão do desenvolvimento e do progresso, obrigaram a uma transformação da agenda global.

 

De 25 a 27 de setembro de 2015, a Cúpula da ONU sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Nova York, adotou a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável e instituiu os ODS. Aceita por unanimidade pelos 193 estados-membros da ONU, a Agenda 2030 é um plano global de ação composto por 17 objetivos globais, com 169 metas específicas, servindo-se de 231 indicadores globais para medir o correspondente progresso de alcance dos objetivos definidos.

 

O mundo, então, passou a se organizar em torno da Agenda 2030, o que obrigou a ampliação dos ODM e exigiu alcançar os novos objetivos batizados de ODS, os quais, essencialmente, são individualizados como:

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1:
Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2:
Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3:
Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4:
Garantir educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizado ao longo da vida para todos.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5:
Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e crianças.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 6:
Assegurar a disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7:
Garantir o acesso à energia barata, confiável, sustentável e moderna a preço acessível para todos.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 8:
Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego integral e produtivo e trabalho decente para todos.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 9:
Construir infraestrutura resiliente, promover industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 10:
Reduzir a desigualdade entre os países e dentro deles.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11:
Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12:
Assegurar padrões de consumo e produção sustentáveis.

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 13:
Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos; reconhecendo que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima é o principal fórum internacional e intergovernamental para negociar a resposta global à mudança do clima.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14:
Conservar e promover o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15:
Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, promover a gestão sustentável de florestas, combater a desertificação, bem como deter e reverter a degradação do solo e cessar a perda de biodiversidade.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16:
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, oferecer a todos o acesso à justiça e construir instituições efetivas, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.

 

Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 17:
Fortalecer os meios de implementação e revigorar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

Mas a principal razão dos ODS é promover transformações globais que possibilitem um mundo sustentável e resiliente para todos até 2030, enquanto os ODM, mais específicos, focavam, principalmente, nas dimensões sociais e humanitárias do desenvolvimento, especialmente nos países em desenvolvimento.

 

Seja como for, não há dúvidas que a transição dos ODM para os ODS marcou o início de uma nova fase de mobilização. Profissionais, empresas, governos e academia passaram a ser chamados a aderir à Agenda 2030.

 

A transição dos ODM para os ODS marcou uma evolução significativa no engajamento global, de forma que a tríplice hélice do conhecimento-inovação passou a girar muito mais intensamente, refletindo a essência da Agenda 2030 e o seu caráter mais ambicioso e universal.

 

Ao contrário dos ODM, que focavam primariamente nos países em desenvolvimento, os ODS são universais, aplicáveis a todos os países (tanto ricos, em desenvolvimento, quanto pobres). Isso forçou os países desenvolvidos a se mobilizarem e integrou problemas globais como a mudança climática.

 

A Agenda 2030 é baseada nos 5 Ps (Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias), destacando a necessidade de integrar as dimensões social, econômica e ambiental. Essa integração vem exigindo soluções mais complexas e inovadoras.

 

O último dos ODS é fundamental, dado que reconhece explicitamente que os desafios da sustentabilidade não podem ser resolvidos apenas por governos. É imperativo o envolvimento ativo e coordenado das indústrias (para inovar em tecnologias, práticas de consumo e produção sustentáveis, e investir em soluções sociais e ambientais); das universidades (para gerar o conhecimento, a ciência e a inovação necessários para o desenvolvimento sustentável, além de formar os profissionais com essa nova mentalidade); e dos governos (para criar marcos regulatórios, políticas públicas e financiar a transição).

 

A complexidade e a ambição dos ODS exigem mobilização muito mais ampla e sinergia mais acentuada das três componentes da tríplice hélice do conhecimento-inovação, intensificando o papel da inovação e da colaboração para atingir as metas até 2030.

 

Os ODS e sua Agenda 2030 apresentam desafios complexos e interconectados, os quais jamais poderiam ser resolvidos por um único setor isoladamente. Eles exigem soluções que combinam as pesquisas científicas (desenvolvidas nas universidades), as inovações tecnológicas e os modelos de negócio (criados nas indústrias) e as regulamentações, os financiamentos e as políticas públicas (estabelecidos pelos governos).

 

Verifica-se também que a Agenda de Desenvolvimento Sustentável vem estimulando as universidades a adotarem a chamada “terceira missão” (além do ensino e da pesquisa), a extensão universitária, que é o engajamento direto da universidade na sociedade, incluindo a transferência de conhecimento para a resolução de problemas sociais e ambientais; o que obrigou, naturalmente, uma maior aproximação da indústria e do governo.

 

Claramente, então, a necessidade de desenvolver tecnologias e soluções para a transição energética, agricultura sustentável, cidades inteligentes e saúde global, todas metas dos ODS, direcionou a agenda de pesquisa e inovação, fomentando projetos conjuntos entre os três atores da tríplice hélice do conhecimento-inovação.

 

Os ODS, em particular, sinalizam tanto para o setor privado (em maior intensidade) quanto para o setor público a necessidade de alinhar suas estratégias de negócios e inovações com a sustentabilidade, gerando um ambiente de maior abertura para colaboração. Vive-se a “era da colaboração”.

 

Avaliando as mudanças evidenciadas de 2000 a 2015 e de 2015 até a atualidade, tendo, respectivamente, os ODM e os ODS como catalisadores, fica evidente que o trabalho para se alcançar um mundo mais sustentável constitui (em particular) um direcionador estratégico eficiente que forneceu o exigido para se intensificar a colaboração e a busca por inovação conjunta entre universidade, indústria e governo.

 

Não se deve esquecer também que mais intenso ainda é o papel das engenharias no correspondente processo. As engenharias se mostram fundamentais no alcance dos ODS, dado que são os resultados gerados pelas engenharias que transformam os saberes em soluções práticas e infraestrutura para a sociedade. Inclusive a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) já destacou que “o reforço das capacidades de engenharia é crucial para atingir os ODS”.

 

A contribuição das engenharias se manifesta em praticamente todos os 17 ODS, mas é particularmente vital nas áreas de infraestrutura sustentável e inovação; água e saneamento; energia limpa; ação climática; economia circular e produção responsável; bem como saúde e bem-estar.

 

Pode-se afirmar que as engenharias são os agentes de transformação ou os pilares mais cruciais que convertem os objetivos teóricos de sustentabilidade em realidade concreta por meio do saber (das ciências), das tecnologias (da indústria) e das legislações (instituídas pelos governos).

 

“Sustentabilidade: o atendimento das nossas necessidades atuais não pode comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras.” Nesta sentença tem-se, em resumo, a responsabilidade global que a humanidade assumiu em 2015 ao se comprometer em alcançar os ODS. E são as engenharias as principais forças nos esforços contínuos para transformar as realidades insustentáveis. Sem as engenharias não haveria sequer a possibilidade de se pensar um mundo melhor e/ou mais sustentável.

 

Mas os trabalhos para alcançar os ODS completam, neste 2025, os primeiros dez anos de existência e enfrentam dificuldades. A ambição do plano global de ação da Agenda 2030 mostra dificuldades na jornada em prol do desenvolvimento sustentável.

 

Os relatórios da ONU e de muitas outras organizações, especialmente após a pandemia de Covid-19, evidenciam que a jornada em prol do alcance dos ODS enfrenta não poucas dificuldades, enquanto os desafios vão se avolumando sobremaneira.

 

Houve um freio no meio do caminho dos trabalhos tanto de alcance quanto de engajamento dos ODS (gerado por situações imprevisíveis quando da aceitação inicial), o qual tem produzido problemas impeditivos agora em 2025.

 

A pandemia de Covid-19), as crises climáticas em escalada, conflitos geopolíticos, guerras insanas e a inflação global desviaram tanto os recursos quanto a atenção dos ODS, revertendo ou mesmo anulando progressos alcançados.

 

Existe atualmente uma enorme diferença entre o investimento necessário para alcançar os ODS, principalmente em países em desenvolvimento, e o financiamento real disponível; falta, também, mobilização de capital privado e ajuda oficial ao desenvolvimento, sobretudo nas regiões da Terra mais carentes.

 

Sem contar que diversas ações de países e empresas continuam sendo abordadas de forma isolada, sem reconhecer as interligações entre os ODS. a tríplice hélice do conhecimento-inovação, embora mais ativa, ainda não opera com a sinergia necessária (pelo menos não no nível desejável).

 

Mais grave ainda, embora sejam geradas inovações sustentáveis e muitas inolvidáveis, há muita dificuldade em se distribuir as soluções obtidas de forma equitativa e rápida o suficiente para cumprir as metas até o ano de 2030.

 

É exigido, contudo, que a humanidade acelere urgentemente os trabalhos de implementação dos ODS, dado que, no ritmo atual, a desejável grande transformação, prometida pela Agenda 2030, não será consumada plenamente.

 

Na verdade, ao se analisar o atual momento da Agenda 2030, depara-se com uma profunda preocupação e um alerta urgente convoca o mundo a pensar se o caminho traçado conduzirá ao cumprimento da Agenda 2030 em tempo.

 

A posição geral é que “nenhum dos 17 ODS está atualmente no caminho certo para ser totalmente alcançado até 2030”. Estima-se que apenas cerca de um terço das metas está progredindo a uma taxa satisfatória, e algumas outras ou estão em estagnação ou mesmo seguem em regressão acentuada, sendo até abandonadas em definitivo.

 

As maiores dificuldades para se cumprir as metas dos 17 ODS concentram-se em áreas fundamentais tais como: erradicação da pobreza (Objetivo 1); fome zero (Objetivo 2); ação climática (Objetivo 13); igualdade de gênero (Objetivo 5); paz e justiça (Objetivo 16). Sem mencionar todas as dificuldades geradas pela existência de uma gravíssima lacuna de investimento nos países em desenvolvimento, o peso da dívida e a queda da ajuda oficial ao desenvolvimento.

 

Todavia, há áreas onde se verificam progressos significativos, tais como: maior acesso à eletricidade (Objetivo 7); ampliação do acesso à internet (Objetivo 9); melhorias na redução da mortalidade materna e infantil (Objetivo 3); dobraram-se os esforços de conservação e proteção de ecossistemas-chave em muitos lugares (Objetivos 14 e 15).

 

Mas, faltando apenas cinco anos para completar o limite inicialmente estabelecido, são exigidas transformações profundas nos trabalhos para se integralizar a Agenda 2030, especialmente mediante a aceleração de políticas naquelas áreas principais consideradas capazes de gerar um impacto em cadeia, quais sejam: sistemas alimentares, acesso à energia, transformação digital, educação, emprego, proteção social, ação climática e biodiversidade.

 

Carlos Magno Corrêa Dias é professor, pesquisador, conselheiro consultivo do Conselho das Mil Cabeças da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU, conselheiro sênior do então Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep (atual Conselho de Responsabilidade Social do Sistema Fiep), líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI) do CNPq, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC) do CNPq, personalidade empreendedora do Estado do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep)

 

 

 

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