Hora do voto, momento de acertar

Estamos a poucos dias das eleições no País, portanto mais que na hora de a população brasileira, inclusive os engenheiros, parar para pensar sobre a importância da escolha consciente dos candidatos. Com o objetivo de dar sua contribuição nesse sentido, o SEESP vem realizando o “Ciclo de Debates – Eleições 2002”, oportunidade em que se discutem as propostas para administrar São Paulo e o Brasil.

Em geral, prestamos mais atenção naqueles que disputam cargos majoritários e deixamos para a última hora a decisão sobre quem será nosso representante no Legislativo. Entretanto, está mais do que provada a importância de se colocar nas assembléias estaduais e no Congresso Nacional gente honesta, competente e comprometida com os interesses da sociedade, e não os de um grupo ou, pior, com os seus próprios.

A próxima legislatura tratará de uma extensa pauta fundamental à vida do cidadão brasileiro. Essa inclui políticas públicas (saúde, educação, habitação, emprego, combate à pobreza e à miséria), crescimento econômico (produção, consumo interno e exportação), meio ambiente (água, saneamento básico, energia, agricultura, biodiversidade, ecossistema e desenvolvimento sustentado), reforma previdenciária (déficit, segurados do INSS, aposentadoria especial ou do funcionalismo), questões trabalhistas (alteração da CLT, informatização dos registros de empregado, comissões de conciliação prévia, redução de jornada e trabalho temporário), reformas política, tributária e do Judiciário, todas muito polêmicas e sujeitas a interesses corporativos, comércio exterior e relações internacionais, o que engloba, por exemplo, a difícil negociação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

Passadas as eleições, serão os homens e as mulheres escolhidos em outubro os nossos representantes e, caso tenhamos errado, só haverá oportunidade de corrigir o equívoco após quatro longos anos. Há muito que se considerar na hora de conceder o nosso voto. Além de preparo intelectual, é fundamental que levemos em consideração a história de cada um, que deve ser de dedicação à sociedade e disposição para trabalhar. Lutar honestamente pelo futuro da nossa gente, no Estado e no País, é o mínimo que podemos esperar. 


Direitos agredidos
É lamentável a formação de cartel entre empresas para barrar a admissão de profissionais que tenham recorrido à Justiça Trabalhista. Tal prática, que rotula principalmente os desempregados, é um expediente odioso praticado por empresas irresponsáveis e que fere os direitos individuais do trabalhador, previsto na Constituição Brasileira. O Ministério Público do Trabalho, que já conhece esse problema de longa data, está investigando quase duas centenas de reclamações em 20 estados brasileiros. Apesar de as evidências demonstrarem que tais ocorrências afetam mais os níveis menos qualificados de mão-de-obra, o SEESP está atento ao fato e repudia desde já abusos nesse sentido.

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

Texto anterior
Próximo texto

JE 197