Editorial

Esperança de tempos melhores para 2007

 

Olhando simplesmente para o principal indicador econômico do País, a taxa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), 2006 não se encerra de forma muito alentadora. No fechamento desta última edição do ano do Jornal do Engenheiro, a previsão dos especialistas para o incremento da economia havia sido rebaixada para 2,76%. Mantemos assim a marca medíocre que vem sendo registrada nos últimos 20 anos.

No entanto, há motivos para renovar os ânimos para 2007. Embora os números não tenham sido melhores neste ano que se vai, a necessidade de retomada do crescimento econômico com inclusão social entrou definitivamente na agenda do País. Após uma década de pensamento único e de reinado absoluto dos monetaristas de plantão, que insistem no falso conflito entre estabilidade e desenvolvimento, finalmente ganhou espaço a reivindicação pela expansão econômica como única forma realmente viável de garantir melhores condições de vida à população brasileira.

Fracassada a abertura econômica implementada a partir dos anos 90, retoma-se finalmente a idéia da necessidade de um projeto nacional de desenvolvimento. Esse, obviamente, terá de considerar o cenário global e a necessidade de o Brasil se inserir no mercado mundial. No entanto, terá de levar em conta também a realidade e as carências do País, cuja dívida social deveria cobrir de vergonha a todos, especialmente a nossos dirigentes políticos e elite econômica.

Resgatar esse déficit exigirá mudança determinada de postura por parte do governo a partir do próximo ano. Para garantir que isso aconteça, a imensa parcela da sociedade que não lucra com a primazia do sistema financeiro, especialmente o movimento sindical, deve se fazer ouvir e exigir um programa voltado ao desenvolvimento nacional.

Ao longo de 2006, os engenheiros dedicaram-se a construir uma plataforma exatamente para essa discussão. Está formalizada no manifesto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” (www.crescebrasil.com.br). Em 2007, todos os esforços estarão voltados para manter a discussão e aprimorar as propostas feitas no documento. Nossa bandeira de luta será incansavelmente a volta do crescimento já.

Por isso mesmo, nossa expectativa é que, no próximo final de ano, as previsões, hoje pessimistas, sejam revistas para resultados melhores. Trabalharemos firmemente para tanto. Temos, assim, motivos para esperança de tempos melhores para todos os brasileiros em 2007.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

 

 

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