69 Anos

Festa destaca papel de sindicato-cidadão

Os 69 anos do SEESP foram comemorados por dirigentes sindicais, associados, autoridades e convidados, que lotaram o auditório da entidade, no dia 25 de setembro – o aniversário havia sido no dia 21. A cerimônia foi um momento de reflexão sobre o passado e as perspectivas de futuro do Sindicato.

“Temos pautado nossa atuação à frente da entidade tendo como norte um tripé fundamental: a defesa incansável dos legítimos interesses da categoria e da profissão, o aprimoramento contínuo do atendimento e prestação de serviços aos filiados e a luta pelo desenvolvimento do País e bem-estar do povo brasileiro”, resumiu Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP. Essa linha, ressaltou ele, segue uma vocação de sindicato-cidadão já evidenciada há décadas (veja quadro).

Esse papel, assumido de fato a partir dos anos 80, foi também destacado pelo engenheiro Allen Habert, que falou em nome dos ex-presidentes da entidade. “Forjamos um sindicalismo de camadas médias inédito. É um dos maiores sindicatos do Estado, a maior entidade de engenheiros do País e uma das maiores do mundo”, afirmou. Ele apontou ainda um dos grandes desafios do momento: a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), para o qual o SEESP deverá estar atento.

Testemunha da atuação do Sindicato nas últimas décadas, Sérgio Camargo, presidente da CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços), citou a lei do salário mínimo profissional como um marco de um combate essencial da entidade. “Era o começo da luta pelo reconhecimento mínimo de uma remuneração. Hoje a relação salário-trabalho-emprego é uma discussão permanente.”

 

 

Com os olhos no futuro
José Sidnei Colombo Martini, presidente da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), destacou o papel da engenharia nos destinos do País e a missão que o SEESP, como representante desses profissionais, tem no momento atual, em que “se prepara para uma nova arrancada econômica”. “Sem a materialização que dê substância ao desenvolvimento, estaremos somente brincando com números”, alertou. O vereador paulistano Nabil Bonduki (PT), lembrando a participação do Sindicato na Conferência das Cidades (JE 215 e 219), destacou a importância da entidade na formulação técnica e no debate político para que o País construa um novo projeto de desenvolvimento. Essa foi também a tônica da reflexão feita pelo assessor sindical do SEESP, João Guilherme Vargas Netto, que vê os 69 anos em três planos: da cidadania, da ação sindical e da construção da engenharia. Portanto, “baseado no seu aprendizado, na sua experiência e legitimidade, qualquer que seja o futuro do movimento sindical brasileiro, o SEESP terá que estar presente, ser respeitado e ter voz ativa nos assuntos em que o saber dos engenheiros foi construído”. Fez coro a essa idéia o diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Sérgio Mendonça, apontando que neste momento discutem-se no Brasil, por meio do Fórum Nacional do Trabalho, mudanças nesse campo.  “O SEESP reúne, pela sua história, condições de dar uma enorme contribuição ao futuro do País, para aquilo que queremos em relação à estrutura sindical. ”  

História de luta em defesa do engenheiro e do País

No dia 21 de setembro de 1934 foi fundado o SEESP, com o intuito de indicar um deputado classista às eleições à Câmara Federal daquele ano – o escolhido foi Ranulfo Pinheiro. Somente a partir do Movimento de Oposição e Renovação, no final da década de 70, a entidade passaria a atuar em prol dos interesses dos engenheiros do Estado. O primeiro dissídio coletivo foi firmado em 1977 junto ao Sindicato dos Bancos e, no ano de 1981, era assinado um acordo com a Cesp.

Desde então, o SEESP passou a trilhar novo caminho em defesa das reivindicações econômicas dos engenheiros – atualmente negocia e consolida acordos e convenções coletivas de trabalho com dezenas de empresas estatais e privadas, além de diversos sindicatos patronais. Ramificou-se pelo Estado e hoje tem 25 delegacias sindicais distribuídas por pontos estratégicos. O número de associados já ultrapassa os 30 mil.

Além da ação sindical, outros  fatos marcaram a história do SEESP. Nos anos 80, lutou pelas eleições diretas e pelo Movimento de Ciência e Tecnologia na Constituinte. Defendeu o impeachment do Governo Collor e traçou ações em prol do patrimônio público e contra a privatização das estatais.

Propõe investimentos na infra-estrutura nacional como forma de assegurar  o desenvolvimento do País, a melhoria das condições de vida da população e a geração de emprego e renda. No mesmo espírito, coloca-se contrário à assinatura do tratado que institui a Alca (Área de Livre Comércio das Américas), proposta pelos EUA. Esse, aliás, foi um dos princípios estabelecidos na Carta de São Pedro, durante o I Cetic (Congresso Estadual Trabalho–Integração–Compromisso), realizado em agosto de 2001, onde se propuseram a defesa dos interesses nacionais dentro do processo dinâmico de globalização e uma ampla discussão sobre o tema na sociedade e no Congresso Nacional.

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