Sem engenheiro, palcos e palanques podem desabar

É o que garante Antonio Domingos Fasolari, sócio e diretor da Fast Engenharia e Montagem Ltda., há 16 anos atuando no mercado de estruturas tubulares. O trabalho, que inclui calcular uma arquibancada para 10 mil pessoas ou um andaime de 100 metros de altura, deve empregar profissionais de engenharia ou corre-se o risco de acabar em tragédia.

A desobediência a essa regra gera situações como o desabamento do palco do candidato à Presidência Anthony Garotinho (PSB), no Rio de Janeiro, em agosto.  “Não havia responsável técnico”, afirma Fasolari, lembrando que, no mesmo mês, acidente semelhante ocorreu em um rodeio realizado no município de Carapicuíba, na Grande São Paulo, quando dezenas de pessoas se feriram. “Quem faz esse tipo de serviço são montadoras de palco e arquibancadas, sem pessoal habilitado”, explica.

Embora a qualificação seja fundamental, ainda não existem cursos de especialização e os profissionais são preparados em estágios. Foi o caso do próprio Fasolari, graduado em engenharia civil pela Universidade Mackenzie em 1978, cujo aprendizado específico na área deu-se trabalhando.

Mercado promissor
Na avaliação do engenheiro, quem adquire a experiência necessária terá boas oportunidades, seja como empregado ou num investimento próprio. As perspectivas de mercado – aquecido atualmente pela campanha eleitoral e seus muitos palanques Brasil afora – são positivas. Para atender a clientela, a Fast possui 2 mil toneladas de ferro e conta com 70 funcionários, entre os quais  sete engenheiros civis.  O trabalho exige planejamento, projeto, execução e acompanhamento da obra e desmontagem do material. As peças de aço (tubos, braçadeiras, treliças, barricada, entre outras) são alugadas e após sua utilização retornam ao depósito da empresa,  localizado na cidade de Araçariguama. Atualmente, todo estoque está sendo usado na montagem de  andaimes e no Grande Prêmio de Motociclismo, que acontecerá no Rio de Janeiro nos dias 19, 20 e 21 de setembro. Neste semestre, a demanda por manutenção superou a previsão. Ainda há possibilidade de aumentar sua procura, pois há perspectiva de fabricação de usinas termelétricas e de ampliação das plantas de grandes empresas, significando que o mercado continuará aquecido no primeiro semestre de 2003.  Além disso, na área de eventos, o engenheiro tem os olhos voltados ao Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, no Autódromo de Interlagos, em que atua há 12 anos montando as arquibancadas.

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