Yes, afinal, nós temos a urna!

A Revista Crea-SP, edição nº 2, de julho/agosto de 2001, editada pela atual gestão do Conselho, publicou com grande ênfase dois artigos um tanto quanto comemorativos, vangloriando-se de dois fatos notórios. O primeiro, “Crea-SP entra na era on-line”, referia-se a modestas mudanças em procedimentos internos administrativos.

O outro, “Yes, nós temos a urna!”, trazia entrevista com um técnico no assunto falando das vantagens do uso seguro – anticorrupção – de urnas eletrônicas em eleições. O objetivo dos artigos foi “colar” a imagem do Crea-SP num contexto de avanço e modernidade, dando a entender aos leitores que a instituição era a favor da modernidade, da nova tecnologia e, portanto, das urnas eletrônicas.

Contudo, com o início das discussões dos preparativos das eleições do Sistema Confea/Creas, previstas para 3 de julho próximo, a proposta mais discutida pela Comissão Eleitoral do Crea-SP foi a de uso de urnas eletrônicas fornecidas pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Até aqui tudo estava coerente, pois, para um Crea-SP moderno, avançado, on-line, up to date, nada mais indicado que utilizar os recursos tecnológicos disponíveis.

Pasmem!  O presidente do Crea-SP e seu “partner”, ambos candidatos à eleição, vetaram o uso das moderníssimas urnas eletrônicas oferecidas pelo TRE e optaram por retornar à idade da pedra ao adotar o uso de “urnas de saco de lona”.  Diante de tal atitude, o Crea-SP e seus candidatos jogaram o antes maquiado e decantado discurso on-line na lata do lixo. A justificativa oferecida, de falta de condições técnicas, surpreendeu até o presidente do TRE paulista, desembargador José Mário Antonio Cardinale, que afirmou ser plenamente possível instalar as urnas eletrônicas para as eleições do Sistema no Estado.

Ao fim, por iniciativa da Justiça Eleitoral, foram obrigados a rever a decisão e os profissionais de São Paulo, ao menos na Capital, poderão utilizar o método mais moderno. Vitória da tecnologia e da democracia. E é em nome desses dois pontos, imprescindíveis para engenheiros, arquitetos, agrônomos, geólogos, geógrafos, tecnólogos, meteorologistas e técnicos, que representamos uma candidatura de oposição. E para que a defesa da transparência e da modernidade saia do discurso vazio e passe às ações concretas.

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

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