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08/04/2013

A implantação ferroviária no Oeste paulista e no Oeste dos EUA

A ocupação de aproximadamente 65% do solo do Estado de São Paulo deu-se a partir das franjas pioneiras a Oeste do estado pelas cidades fundadas graças às ferrovias. Projeto de professor da Unesp de Bauru discute justamente a problemática histórica da formação e conformação da rede ferroviária do Oeste paulista, que apresenta, segundo ele, semelhanças grandes com a ocupação do Oeste dos EUA.

Com essa pesquisa, Adalberto da Silva Retto Jr., professor da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac) da Unesp, passou em concurso de professor visitante do projeto Cinque Terre da Université Pantheón-Sorbonne Paris I, no Master Erasmus Mundus Techniques, Patrimoine, Territoire de l'Industrie: Histoire. Ele representa o continente americano no projeto.

O escopo comparativo da pesquisa seguiu dois movimentos como forma de explicitar a dinâmica e/ou o descompasso da implantação do sistema ferroviário paulista na sua totalidade. O primeiro pôs em relevo a estratégia político-econômica de cada ramal na sua individualidade, e o segundo, o agrupamento de cidades por décadas, à luz da conjuntura econômica e política mais ampla.

Enriquecida por materiais de arquivos nacionais e internacionais, a ferrovia paulista, na pesquisa, aparece como modalidade de transporte que propiciaria o aparelhamento técnico do país a partir da construção de várias obras de engenharia que causaram uma integração parcial do território brasileiro polarizado por São Paulo.

Neste cenário, o café figura como suporte econômico para a construção de um projeto que previra a ligação não somente entre os dois oceanos Atlântico e Pacífico, mas de um projeto mundial tendo como suporte o sistema ferroviário', explica o professor da Faac.

Apesar de os engenheiros serem os artífices de transformações no universo urbano, no caso do Estado de São Paulo, para Retto Jr., diversas outras figuras técnico-profissionais, como agrimensores, medidores, hidráulicos, arquitetos, peritos, topógrafos, cartógrafos e mestres de obras, constituíram-se em agentes da aplicação de um conhecimento analítico e científico do território e de seus recursos.

Os sinais da tomada de consciência da importância do território não só do ponto de vista fiscal, mas também econômico e da mobilidade, seriam evidentes no território brasileiro, com a presença de grandes levantamentos cartográficos e cadastrais e a coleta sistemática de dados, notícias, informações, com notável grau de detalhamento, principalmente sobre o Estado de São Paulo.

'Essa mudança radical das velhas concepções, enriquecida por meio da penetração de livros ou pelo intercâmbio de profissionais, levou à necessidade de sistematizar os novos conhecimentos da natureza, fazendo reconhecer a urgência de uma reformulação do ensino preenchendo a lacuna deixada com a expulsão dos jesuítas, o que viria a fundar as bases do regime das Escolas Politécnicas, já bastante difundido no resto da Europa', aponta Retto Jr.

A pesquisa sobre o avanço da franja pioneira com a implantação do sistema ferroviário realiza uma abordagem morfológica, histórica, geográfica e arquitetônica. Inventaria, sistematiza e analisa comparativamente a formação e transformação de cidades paulistas a partir da implantação dos quatro ramais ferroviários: Alta Paulista, Alta Sorocabana, Alta Araraquarense e Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, até a década de 1950, quando o transporte pelas ferrovias é quase totalmente substituído.

'Os diversos temas que compõem a pesquisa abordam problemáticas distintas que remontam tempos e escalas diferenciadas permitindo indagações sobre os fatores que determinaram o desenho da ocupação do próprio território, o florescimento ou definhamento de uma ou mais cidades, a prosperidade ou estagnação de outras, a presença dosedifícios e suas relações urbanas, assim como a própria noção de Oeste', comenta o pesquisador.
 

Imprensa – SEESP
Fonte: Assessoria de Comunicação da Unesp




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