Opinião

O Brasil precisa crescer

Antonio Fernandez Ozores

 

Nos últimos 25 anos, a economia brasileira tem passado por um período de estagnação. Temos crescido cerca de 60% da média mundial. No ano de 2005 não foi diferente. Enquanto o conjunto da economia mundial expandiu-se em 4,3%, o Brasil não passou dos 2,3%. Nosso desempenho entre os países da América Latina também não foi dos melhores. Só crescemos mais que Haiti, Jamaica e Guiana.

O Brasil, que já foi a oitava potência econômica mundial, encontra-se atualmente na 11ª posição. O PIB per capita em 2005 foi da ordem de US$ 4.333, colocando-nos em 72º lugar no ranking dos maiores do mundo, atrás de países como Argentina, Panamá e Costa Rica.

É fato que o Brasil está crescendo de forma insuficiente para atender a sua demanda social. Essa situação colabora para o aumento da violência que atinge nossas cidades. Os índices de desemprego continuam elevados, favorecendo a precarização das relações de trabalho. A classe média tem diminuído e ficado mais pobre. O fantasma da inflação serve de justificativa para a manutenção de uma política econômica ortodoxa. As elevadas taxas de juros desestimulam os investimentos e incentivam o rentismo. E a alta carga fiscal associada ao excesso de burocracia estimula a informalidade.

Contudo, há luz no horizonte. O Brasil precisa e pode crescer. Nesse sentido, os engenheiros estão apresentando sua proposta ao País. O lançamento do manifesto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” é um marco histórico. Os engenheiros resgatam uma antiga bandeira de luta que é a defesa do desenvolvimento econômico sustentável com inclusão social.

O documento aprovado por ocasião do VI Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), realizado entre 13 e 16 de setembro em São Paulo, é resultado de uma iniciativa da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e de seus sindicatos filiados em todas as regiões do Brasil. Durante os últimos seis meses, temas essenciais ao desenvolvimento do País foram debatidos.

Com essa iniciativa, a FNE colaborou para resgatar o papel fundamental que a engenharia brasileira historicamente desempenhou no processo de desenvolvimento. A categoria, por sua vez, demonstrou estar preparada e consciente da importância de sua participação no projeto de construção de uma nação moderna, onde crescimento econômico e justiça social caminhem lado a lado.

Continuamos acreditando no Brasil e no povo brasileiro. E esperamos que os novos dirigentes eleitos coloquem o País no eixo do desenvolvimento.

 

Antonio Fernandez Ozores
É engenheiro, advogado e diretor do SEESP

 

Texto anterior

Próximo texto

JE 287