Giro paulista

Campinas terá segundo aeroporto industrial do País

Soraya Misleh

 

Após Confins, em Minas Gerais, foi a vez de a região ser escolhida pelo governo federal para o desenvolvimento desse projeto – ao lado de Rio de Janeiro, a pernambucana Petrolina e São José dos Campos. Não à toa: ao se situar em Campinas, um dos pólos tecnológicos do Estado, o aeroporto estratégico à exportação de produtos de alto valor agregado estará em posição privilegiada, como constata o secretário de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do município, Márcio Barbado.

Sem contar que hoje, segundo José Clóvis Moreira, superintendente da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária) no local, o Aeroporto Internacional de Viracopos, ao lado da área destinada ao empreendimento – de cerca de 50 mil metros quadrados em frente a seus terminais de carga – é um dos maiores em movimentação logística e tem sua ampliação projetada. A construção do aeroporto industrial encontra-se inserida nessa proposta.

Na escolha do destino para sua implementação, pesou também a favor da Região Metropolitana de Campinas, conforme Moreira, o fato de essa possuir malha rodoviária muito bem dimensionada e por haver entroncamento de rodovias na localidade. “Os acessos são muito bons.” Também contou pontos a boa formação de mão-de-obra, devido aos centros de excelência em ensino e pesquisa ali instalados.

A expectativa, de acordo com ele, é que em 2007 o novo aeroporto esteja em funcionamento, tornando-se o segundo do gênero no País. De âmbito internacional, explica ele, disporá de “área alfandegada especificamente demarcada para a instalação de plantas a mercadorias destinadas predominantemente à exportação”. Ainda conforme sua informação, o conceito se beneficia da suspensão de tributos e agilidade no processo de liberação aduaneira de insumos que vêm de fora, a serem utilizados no desenvolvimento de produtos de alto valor agregado para atender ao mercado externo. “É um sistema interessante para empresas que trabalham por exemplo com telecomunicações e informática e utilizam a maior parte de componentes importados.” Desse modo, o projeto visa, salienta ele, além de incentivar as exportações, trazer investimentos de empresas de tecnologia. De acordo com o superintendente da Infraero, a área do novo sítio aeroportuário já dispõe de infra-estrutura à construção das plantas e está aberta licitação para tanto. Falta agora definir a quantidade a ser instalada.

Às empresas, Moreira visualiza entre os benefícios, além da suspensão de tributos, a redução dos custos de manutenção de estoques, logísticos de transporte e de seguro para cobertura das instalações industriais – esse último pode ser incluído na apólice do aeroporto. E ainda, a possibilidade de “conquistar novos mercados e aumento da competitividade”.

Benefícios locais
A Campinas e aos demais municípios que compõem essa região metropolitana, num total de 19, ele destaca entre os benefícios da instalação a atração de novos investimentos produtivos e geração de emprego e renda, inclusive aos profissionais da categoria. “Há grandes pólos da região que trabalham com tecnologia, em segmentos como eletrônica e informática, que contratam bastante engenheiros”, observa. Na visão de Barbado, a iniciativa deve impulsionar o desenvolvimento econômico na cidade e localidades vizinhas. Pode, assim, auxiliar a suprir “a grande demanda social no entorno do aeroporto”.

 

 

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