Editorial

Negociações coletivas: rumo a ganhos reais

 

Estão em pleno andamento as campanhas salariais dos engenheiros para o ano de 2006. Essas beneficiam milhares de profissionais de diversas áreas de atuação, dos setores público e privado, cujas datas-base são 1º de maio e 1º de junho. A largada para o processo foi dada em 10 de abril último com o seminário que reuniu dirigentes do SEESP e representantes das empresas com as quais a entidade negocia.

Nesse horizonte, espera-se garantir à categoria, entre outras conquistas, reposição das perdas ocasionadas pela inflação no último período, avanço nos programas de Participação nos Lucros e Resultados e nas políticas de atualização profissional e, muito importante, ganhos reais.
Embora o crescimento da economia brasileira tenha ficado bastante aquém do desejado e necessário, é fato que houve evolução do PIB (Produto Interno Bruto) em 2005 e projeta-se resultado melhor para 2006. Obviamente, parte disso é devido aos trabalhadores, sendo imperativo que recebam o seu quinhão da riqueza nacional.

Felizmente, essa é uma tendência já demonstrada, conforme o balanço do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) sobre as campanhas, que leva em consideração 640 negociações realizadas no ano passado. “Tomando-se como referência o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) (...), constata-se que 72% das negociações observadas estabeleceram reajustes salariais superiores à inflação acumulada no espaço de um ano, concluído na data-base fixada para 2005”, afirma o trabalho. O estudo aponta ainda que os resultados mais favoráveis aos trabalhadores ocorreram nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, nas quais em 81% das negociações obtiveram ganhos reais.

Conforme já divulgado pelos meios de comunicação do País, a expectativa dos técnicos da entidade é que 2006 repita o bom desempenho, exatamente devido à perspectiva de maior crescimento. Em seus discursos, o próprio Presidente da República vem apresentando os ganhos reais dos trabalhadores como um bom indicador do seu governo.

Ou seja, os engenheiros do Estado de São Paulo têm motivos para encarar com otimismo as campanhas salariais deste ano. A conjuntura nacional positiva será levada à mesa de negociação e estamos certos de que, democraticamente, poderemos chegar a um resultado justo e satisfatório aos envolvidos. Apesar do cenário favorável, o processo não dispensará a organização e a mobilização da categoria, na busca de seus legítimos interesses. A participação de todos nessa luta certamente nos renderá bons frutos.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

 

 

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