Editorial

Um bom ano para os engenheiros

Atravessar 2005, um ano repleto de surpresas pouco agradáveis no mundo da política e de retração econômica, com crescimento do PIB abaixo das expectativas, não foi tarefa fácil para ninguém. Mais difícil ainda foi encerrar o período tendo motivos para comemorar. Felizmente, esse foi o caso dos engenheiros de São Paulo. Entre os tentos marcados, está o combate ao aumento de impostos ao prestador de serviços, que veio na forma da Medida Provisória 232, aprovada no apagar das luzes de 2004. Juntando-se à frente formada na sociedade civil contra tal fúria tributária, que atingiria em cheio os engenheiros, o SEESP contribuiu para sua derrota.

Outro grande desempenho ao longo do ano foi a participação no processo da Conferência das Cidades e do Plano Diretor Participativo. Por meio de seus dirigentes, a entidade teve papel ativo na organização dos eventos em diversos municípios e no Estado, defendendo finalmente propostas no encontro nacional e elegendo um membro ao Conselho Nacional das Cidades.

Foi ainda ponto central da agenda de 2005 a defesa dos direitos de representação dos engenheiros no âmbito da reforma sindical, proposta governamental que chegou a ameaçar a existência de entidades sérias e com tradição de luta. Promovemos o debate exaustivo com sindicalistas, parlamentares e membros do Ministério do Trabalho, a fim de mostrar o equívoco de se supor dispensáveis tais organizações.

Temas essenciais ao País, como água, energia, saneamento, meio ambiente e transporte, foram objeto de discussão ao longo do ano. Esforçamo-nos por mostrar que nessas áreas é fundamental que sejam adotadas as melhores soluções técnicas e que seja preservado o interesse público, que muitas vezes não coincide com os do capital. Daí, nossa posição contrária à privatização nesses setores, todos essenciais ao desenvolvimento e ao bem-estar da população.

Nesse contexto, iniciamos e encerramos 2005 com uma bandeira inequívoca: evitar a privatização da Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista), cuja venda foi autorizada pela Assembléia Legislativa a pedido do Governador. Mantida fora da desestatização mesmo pelo modelo privatista implantado a partir de 1995, a transmissão pode agora sair do controle público. O motivo alegado é fazer caixa para amortizar dívidas da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Um seminário realizado em setembro apontou os riscos que tal operação implica e indicou saídas alternativas, passando por uma parceria entre os governos estadual e federal. Desde então, vimos trabalhando para viabilizar essa possibilidade.

Uma grande vitória a ser comemorada foi a aliança selada entre o SEESP e a Faeasp (Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo), que saiu vencedora no pleito realizado em 9 de novembro para escolha do presidente do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). Unidas em torno da candidatura de José Tadeu da Silva, as duas entidades fizeram um pacto por um radical aprimoramento do conselho, que começará a ser posto em prática em janeiro de 2006.

Enfim, foram muitas as batalhas, várias delas ainda em andamento. Com união, otimismo, confiança, competência e dedicação, certamente as venceremos.

 

Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

 

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