Disputa

José Tadeu é eleito presidente do Crea-SP

Lourdes Silva

Ainda sem a divulgação do resultado oficial pela comissão eleitoral, até o fechamento desta edição, a apuração do pleito à Presidência do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo), encerrada na madrugada de 12 de novembro, indicava o engenheiro José Tadeu da Silva como vencedor da eleição realizada no dia 9. Ele obteve 7.862 votos, contra 6.542 do segundo colocado, e comandará a autarquia durante o triênio 2006-2008, com posse em 1º de janeiro próximo.

“As urnas confirmaram a nossa expectativa”, comemorou Tadeu. Tranqüilo e com a certeza da vitória, ele lembrou que “mesmo que algum candidato queira entrar com recurso contra o resultado (o que poderia ocorrer nos dias 17 e 18 de novembro), numericamente não tem mais jeito de alterar, está sacramentado”. Na disputa, ele contou com o apoio decisivo do SEESP, numa aliança histórica com a Faeasp (Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo). “Essa junção de forças foi fundamental para termos êxito”, atestou o futuro presidente, que terá como vice o diretor do sindicato, Flávio José Albergaria de Oliveira Brízida.

Desafios
Vencida a eleição, é hora de arregaçar as mangas e começar a pensar no trabalho de transformação do Crea. “É preciso recuperar a credibilidade junto aos profissionais e empresários registrados no órgão. Só para ter uma idéia da contribuição desses, no ano de 2005 propiciaram uma arrecadação de R$ 76 milhões”, afirmou Tadeu. Outras ações programáticas serão desburocratizar o conselho, agilizar suas ações, fazer uma gestão com transparência, intensificando a fiscalização para defender o mercado de trabalho profissional, impedindo que leigos exerçam sua função.

Ele defende ainda a descentralização da gestão do Crea, que tem 417 mil profissionais no Estado de São Paulo. “Não tem outro caminho, isso é irreversível.” Tadeu pretende também desenvolver ações voltadas à valorização profissional e ao fortalecimento de organizações classistas como o SEESP, Faeasp, sindicatos dos arquitetos, geólogos, associações de engenharia e instituições de ensino. A idéia é usar parte dos recursos para aperfeiçoamento e aprimoramento técnico e cultural permanente dos profissionais. “A proposta é promover cursos de especialização, pós-graduação e até doutorado em parceria com instituições de ensino e organizações classistas, conforme prevê o artigo 36 da Lei 5.194.”

Desafio ao futuro presidente será ainda trabalhar pela democratização do Sistema Confea/Creas, que conseguiu levar às urnas ínfima parcela dos profissionais. O comparecimento ficou abaixo de 10% dos 235 mil aptos a votar no Estado, desempenho que se repetiu ao redor do País. Obrigados a votar pelo arcaico método da cédula de papel e a esperar a lentidão do sistema que informava quem poderia participar do processo, muitos desistiram. Outros sequer dirigiram-se às mesas receptoras, instaladas em número insuficiente para permitir que todos votassem sem precisar se deslocar do local de trabalho.

Também no dia 9 de novembro aconteceu o pleito para escolha do futuro presidente do Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia). O resultado da disputa, contudo, só será divulgado em dezembro próximo, devido à suspensão da votação no Maranhão. Segundo o arquiteto Adilson Lara, membro da CEF (Comissão Eleitoral Federal), a Justiça Federal no Estado concedeu liminar a um mandado de segurança que alegava dúvidas quanto à relação dos 4.500 profissionais aptos a votar. Ele disse ainda não ter sido possível suspender a decisão, embora uma comissão designada pela CEF tenha constatado, em auditoria, que as informações estavam corretas. A eleição está programada para 1º de dezembro e o resultado final deve ser divulgado após o dia 10.

Concorrem ao cargo majoritário do conselho federal Ivo Mendes Lima, José Eduardo de Paula Alonso, José Walter Bautista Vidal e Marcos Túlio de Melo. No site www.confea.org.br já estão disponíveis os resultados parciais para o Confea e os Creas de Alagoas, Mato Grosso do Sul, Acre, Rio Grande do Sul e Sergipe.

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