Eleições

Profissionais referendam composição por mudanças no Crea-SP

 

“O Sistema Confea/Creas tem que mudar ou estará fadado ao extermínio, porque está longe dos profissionais. Hoje, SEESP e Faeasp (Federação das Associações de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo) unem-se nesse empreendimento.”

Com essas palavras, o engenheiro Flávio Brízida, que concorria à Presidência do Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo), anunciou a retirada de sua candidatura em favor de José Tadeu da Silva, com quem selou uma aliança em torno de um programa de trabalho comum. Esse visa a valorização dos profissionais, por meio do apoio à sua formação e requalificação, da efetiva fiscalização do exercício profissional e da defesa da tecnologia nacional (leia “Carta de São Paulo).

Segundo Tadeu, a composição nasceu da necessidade de se resgatar a unidade paulista. “São Paulo precisava se unir. Nós conversamos muito sobre essa questão e, sensíveis às nossas bases, chegamos a esse acordo”, afirmou. Para ele, tal entendimento se fazia premente pela urgência em reformular as prioridades do Crea-SP. “O orçamento de 2005 é de R$ 76 milhões e esses recursos têm que voltar para os profissionais. Nós não vamos vacilar, Flávio, que será meu vice-presidente, e eu, no propósito de fazer do Crea-SP um órgão atuante e ágil”, garantiu o candidato, agora apoiado também pelo SEESP.

A composição que visa, a partir de propósitos comuns, garantir a vitória das eleições do dia 9 de novembro, foi referendada durante o VI Cetic (Congresso Estadual Trabalho-Integração-Compromisso), realizado nos dias 29 e 30 de outubro, na Capital. Além dos profissionais, que apoiaram a aliança por aclamação, louvaram o empenho objetivando o aprimoramento do Crea-SP as autoridades presentes, convidadas para o encontro. “O Brasil não tem projeto há anos. Se há um grupo que pode recuperar isso é o dos engenheiros. Com responsabilidade, o sindicato dá um passo nessa direção com essa aliança, que provavelmente será referendada pelo profissional com seu voto, com seu apoio”, avaliou o consultor sindical, João Guilherme Vargas Netto.

A idéia permeou as demais intervenções, deixando clara a necessidade de fortalecimento da organização profissional como meio de interferir nos destinos do País, hoje presa de um modelo antidesenvolvimentista. O vice-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, louvou o esforço das entidades de trabalharem conjuntamente pelo aprimoramento da engenharia e por promoverem a discussão de projetos para o futuro. “Vejo o trabalho muito sério que é feito pelo Sindicato dos Engenheiros, que vem contribuindo com o debate de temas fundamentais”, concordou o diretor da AES Eletropaulo, José Henrique Bertoni Júnior.

O representante da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Flávio Luís Jardim Vital, destacou o papel dos profissionais no planejamento, lembrando que a grande missão das entidades que os representam é “o apoio ao planejamento público”. Ricardo Cabral, da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), que emprega 3.500 engenheiros, destacou a importância da constante valorização desses profissionais. “No Crea e no sindicato, temos que estar sempre preocupados com essa questão.”

Para o presidente do Sinaenco (Sindicato Nacional da Empresas de Engenharia Consultiva), João Del Nero, o Sistema Confea/Creas deve contribuir para que a engenharia reassuma seu papel de indutora do desenvolvimento econômico e social. O vereador Paulo Teixeira (PT) apontou a necessidade de a política valer-se da boa técnica para atender as reais necessidades da população. “Por isso, como legislador ou executivo, sempre recorro ao SEESP com respeito reverencial”, revelou. Na avaliação do deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS), diante da atual crise política, os engenheiros devem militar de forma propositiva por um projeto para o País. “Assim, num gesto correto, o Flávio Brízida se soma ao José Tadeu para a eleição ao Crea-SP”, concluiu.

 

É hora de votar

Em todo o País, os engenheiros e demais profissionais da área tecnológica poderão escolher entre manter as coisas como estão no Sistema Confea/Creas ou mudar. O pleito acontece no próximo dia 9 de novembro, das 9h às 20h.

No Estado de São Paulo, seu maior colégio eleitoral, são cerca de 235 mil com registro ativo, dos quais todos os que estiverem em dia com suas anuidades terão a oportunidade de se dirigir a uma das quase 300 urnas instaladas no Estado (veja aqui a relação das urnas) e definir os destinos dos conselhos federal e regional para o próximo triênio. A expectativa é que, neste ano, o pleito marque a renovação desses órgãos. Apoiado pelo SEESP, o candidato ao Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo), José Tadeu da Silva, aponta, entre os problemas que pretende solucionar, a “má prioridade” na destinação de recursos do orçamento anual do conselho paulista – segundo ele, R$ 76 milhões no ano de 2005. Para ele, esse montante tem que ser direcionado fundamentalmente à atuação das câmaras técnicas e à fiscalização do exercício ilegal da profissão.

O Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) vive dilema semelhante. O orçamento total do Sistema gira em torno dos R$ 500 milhões, sendo 10% a esse órgão, e sua atuação é praticamente nula, conforme observa Ivo Mendes Lima, que luta para chegar à Presidência do conselho federal com o apoio da FNE. Também presente ao VI Cetic, José Eduardo de Paula Alonso, igualmente na disputa pela Presidência do órgão federal, prometeu mudanças em favor dos profissionais.

 

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