Opinião

Um modelo que deu certo

Milson Cesar Pagliarini

 

Indubitavelmente, essa é a afirmação que se pode fazer sobre o serviço de saneamento básico no município de Lins, operado pela Sabesp. A cidade conta com nada menos que 100% de coleta e tratamento de esgoto, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ao se comparar esse cenário com outros municípios brasileiros, fica claro o sucesso linense. O diagnóstico sobre água e esgoto do Ministério das Cidades demonstra que quase metade da população brasileira (83 milhões de pessoas) não é atendida por sistemas de esgotos; 45 milhões de cidadãos carecem de serviços de distribuição de água potável; quase 60% dos esgotos de todo o País são lançados, sem tratamento, diretamente nos mananciais. “O impacto brutal de tudo isso recai sobre a saúde pública: 65% das internações hospitalares de crianças de zero a cinco anos, registradas no Brasil, decorrem da ausência ou da precariedade dos serviços de saneamento”, afirma o documento.

Uma conseqüência imediata para Lins, caso estivesse na situação da maioria dos municípios, seria o entrave à sua expansão imobiliária. Toda a infra-estrutura de água e esgoto é bancada pelos empreendedores, elevando custos. Daí, o claro benefício econômico gerado pelo saneamento básico. Quando se trata de loteamento popular e conjuntos habitacionais, o seu barateamento significa distribuição de renda e democratização, no caso em questão propiciado pela Sabesp. Além da qualidade e eficiência do serviço prestado, contam ponto a favor da companhia estadual as tarifas cujos reajustes foram os menores se comparados a telefone e energia.

No momento em que se discute a renovação do contrato de concessão na cidade, é fundamental que o debate seja feito levando-se em conta os fatos e o interesse público, que deve ficar acima dos político-partidários ou eleitorais. Lins não pode abrir mão da saúde de seu povo e do seu desenvolvimento. A população não aceitará retroceder e cobrará de cada um de nós uma postura de avanço.

 

Milson Cesar Pagliarini é presidente da Delegacia Sindical do SEESP em Lins

 

Comparativos de reajustes tarifários no período de julho de 1994 a dezembro de 2003
Sabesp
Telefone
Energia
201%
606%
221%
Fontes: Folha de São Paulo – Editoriais de 13/1/2004/Estatísticas de Uso Corrente – Corecon/Conjuntura Econômica – FGV/IBGE/Fipe – USP/Banco Central do Brasil.


Saneamento básico em Lins

Descrição

Índice de Coleta de Esgoto Índice de Tratamento de Esgoto
Brasil
37%
18%
Estado de São Paulo*
83%
41%
Sabesp
78%
62%
Município de Lins
100%
100%
Reino Unido
95%
92%
França
68%
50%
Itália
80%
62%
Portugal
55%
21%
* Inclui todos os municípios do Estado, operados pela Sabesp e não-operados

Fontes: IBGE/Relatório de Águas Interiores – Cetesb/The European Water Industry –A country – by – country analysis/SNIS (Sistema Nacional de Informações de Saneamento)


Evolução do saneamento ambiental em Lins
Descrição
Em 1974
Atual
População urbana
41.000 (aprox.)
64.218
Ligações de água
22.934
22.934
Número de sistemas produtores de água
8
11
Extensão da rede água
104.930m
213.778m
Ligações de esgoto
7.955
22.376
Extensão da rede de esgoto
88.370
190.508
Número de sistemas de tratamento de esgotos
0
2
Índice de tratamento de esgotos coletados
0
100%
Fontes: IBGE/Relatórios Sabesp
 

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