Opinião

Construtores do progresso

Horácio Ortiz

 

Nossa amada profissão de engenheiro permite-nos participar de todos os lances do desenvolvimento nacional. Nosso País continental exigiu empenho para a abertura de rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, construção de hidroelétricas, sistemas de telecomunicações, urbanização, saneamento, mineração e do sofisticado parque industrial, elevando o Brasil à posição de sétima economia mundial, onde esteve há poucos anos.

Todo esse enorme progresso adveio da dedicação, inteligência e patriotismo dessa nossa geração nos últimos 50 anos. E, malgrado a catastrófica privatização, a Nação sobreviveu e já retoma o caminho do desenvolvimento.

O SEESP, criado pela Constituição de 1934, para efeitos burocráticos, viveu na penumbra por cerca de 50 anos, e teve sua estrutura sindical atualizada em 1980 pelo Movimento de Renovação, que tivemos a honra de liderar com uma equipe de grandes idealistas que nos sucederam com dedicação e brilho até hoje.

Enfrentamos enormes problemas, desde os 1.200 filiados existentes a serem ampliados para 5 mil e hoje ultrapassando 30 mil, a luta para ampliar nossa representação no Crea-SP de um único conselheiro para uma dezena, a criação das delegacias regionais, inicialmente em Campinas e Santos, para chegarmos às 25 atuais, operosas e representativas do nosso forte sindicato.

O Movimento de Renovação ocorreu no período ditatorial, que não nos intimidou, tendo nossa diretoria participado dos movimentos cívicos no Estádio de Vila Euclides, no ABC, da luta pela anistia aos presos políticos, do comício pelas “Diretas Já” e outros, sempre solidária ao povo brasileiro, até o retorno da democracia.

O trabalho de renovação implicou ainda grande esforço junto à Fiesp e às empresas em geral para o reconhecimento de nossos dissídios, na condição de categoria diferenciada. Foi igualmente penosa a luta contra a invasão da mão-de-obra estrangeira patrocinada pelas multinacionais. A batalha pela união dos profissionais incluiu também empenho junto ao Instituto de Engenharia e ao Sistema Confea/Creas. A recente criação da CBP (Central Brasileira de Profissionais) caminha positivamente nesse sentido e no dos interesses do País.

Por ocasião dos 70 anos de sua fundação, o SEESP tem justo orgulho para comemorar, como o grande instrumento que é de defesa da engenharia e da tecnologia brasileira.


Horácio Ortiz foi presidente do SEESP no período 1980-83. Este artigo integra a série em comemoração aos 70 anos do sindicato, que se completam em 21 de setembro.

 

Texto anterior

Próximo texto

JE 241