Eleições

Canoas propõe desenvolvimento sustentável e direito à cidade para todos

Lourdes Silva

No dia 11 de agosto foi a vez de José Walter Canoas (PCB), candidato a prefeito na próxima eleição municipal, apresentar aos engenheiros suas propostas aos problemas de São Paulo, durante o ciclo de palestras “A engenharia e a cidade”, para o qual foram convidados todos os candidatos que concorrem na Capital.

A iniciativa foi tomada também pelas delegacias sindicais no Interior do Estado. Como o objetivo é ouvir os planos de cada um, mas também apresentar sugestões às questões urbanas, a cada encontro o presidente da entidade, Murilo Celso de Campos Pinheiro, tem entregue aos participantes os trabalhos desenvolvidos por técnicos do sindicato sobre transporte, energia, saneamento, habitação e meio ambiente.
Lançando mão do discurso sociológico, Canoas ressaltou em sua palestra a importância “da construção de uma vida urbana com políticas coletivas, não-focalizadas para enfrentar a pobreza”. Para tanto, segundo ele, é necessária a ação conjunta dos governos municipal, estadual e federal. Na sua opinião, um grave problema paulistano está na desigualdade socioeconômica não-explicitada. “A ideologia urbanística encobre uma estratégia de classe que se esconde. Não há contradições, existem acordos que acobertam essas relações, nas quais a classe privilegiada é muito mais forte que a subalterna, que vive do trabalho.” Segundo ele, a miséria no município “espelha-se na poluição do ar, na qualidade da água, do transportes e na condição da vida urbana, que fica dissociada dos locais de lazer e dos serviços básicos”.

Canoas propõe reverter esse quadro “através de planejamento e desenvolvimento sustentável”. A proposta é, para incentivar a economia local, criar zonas de turismo, tomando-se o cuidado de evitar a geração de “áreas proletárias abandonadas, como ocorre hoje nas zonas Leste e Sul, e contingentes de favelas”. Também defende políticas públicas coletivas de enfrentamento da pobreza, a efetivação dessas como direito e a construção do poder cultural popular para contrapor-se ao dos capitais. “Essa é a única chance que temos de articular uma nova forma de sociedade”, apostou.

Ele enfatizou também “a responsabilidade com o orçamento da cidade”, que deve ser administrado de forma a não destinar os investimentos a locais onde já existe concentração de todos os serviços para atender uma parcela da população em detrimento da periferia.

Os problemas e as soluções para os municípios no Interior do Estado continuam a ser discutidos pelos engenheiros nas delegacias sindicais. Veja a programação:

Lins – 3/9 – Fátima Pires (PSDB, PFL, PPS, PP, PTB, PTdoB, PL, PRTB, PV, PRP). Acontecerá na Casa dos Médicos, às 19h30. Informações pelo telefone (14) 3523-2890.