FSM 2005

Aprimorando o caminho rumo a um outro mundo

Lourdes Silva

 

Aconteceu em 14 de junho, no auditório do sindicato, o lançamento da quinta edição do Fórum Social Mundial, que será realizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, entre os dias 26 e 31 de janeiro de 2005.

O evento reuniu ativistas brasileiros e estrangeiros, entre eles Moema Miranda, coordenadora do Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas), Miriam Nobre, integrante da Marcha Mundial das Mulheres, Teivo Teivainen, membro do NIGD (Network Institute for Global Democratization), Osvaldo León, do Comitê Organizador do Fórum Social Américas, e Joel Suárez, integrante dos Encuentros Hemisféricos contra el Alca (Área de Livre Comércio das Américas).

O debate central foi “Porto Alegre 2005: os novos desafios no processo FSM frente à dominação e à militarização neoliberal”. O evento deu a largada a um novo processo de mobilização, “mais amplo, participativo e democrático”. Para atingir esse objetivo, criou-se uma nova proposta metodológica, debatida na reunião do Conselho Internacional do FSM em abril último, na Itália, que visa transformar o FSM num espaço ainda mais capaz de facilitar as articulações entre os participantes do processo. E com isso, conforme salientou Teivainen, “facilitar ainda mais os processos de transformação radical da sociedade”.


Participação – A ferramenta para levar o projeto a cabo, também lançada no dia 14, é um questionário para que as entidades e movimentos sociais digam o que acham que deve ser tratado no FSM 2005, que temas consideram mais relevantes e também indiquem o tipo de atividade que desejam promover durante o encontro – seminário, espetáculo teatral, manifestação artística, caminhada, entre outras. A consulta está disponível no site www.forumsocialmundial.org.br.

O trabalho de receber e sintetizar as respostas, aglutinando temas por afinidade, será feito por grupos, que serão criados no mês de julho. Ao encaminhar a resposta, o participante terá acesso ao que foi sugerido pelas demais organizações, identificando assuntos de seu interesse. A idéia é estimular o diálogo entre as redes, instituições e grupos culturais para que esses possam se articular em torno de atividades comuns. Interessados em conhecer as novas propostas devem acessar o link http://www.forumsocialmundial.org.br/dinamic.asp?pagina=cartainicial_pot.

As inscrições para o FSM 2005 estão previstas para o mês de setembro, quando o processo de consulta terá sido feito e a entidade já saberá quais temas e atividades estão propostos e poderá usá-los como referência para definir sua participação. Apesar do empenho no sentido de unir esforços, essa não será uma imposição e cada entidade poderá, se preferir, realizar atividades próprias, ainda que sobre assuntos tratados por outras.

Além disso, também se discutem reformulações na estrutura física do FSM, com a proposta de fazê-lo mais integrado à cidade de Porto Alegre. Atualmente, verificam-se possibilidades que não prejudiquem o bom desenvolvimento dos trabalhos ou o meio ambiente local.

 

Os engenheiros no “Planeta Porto Alegre”

O SEESP participou ativamente das três primeiras edições do Fórum Social Mundial, realizadas em Porto Alegre, enviando delegação e promovendo oficinas e seminários – esteve ausente apenas em 2004, quando o encontro ocorreu em Mumbai, na Índia. Nessas ocasiões, pôde oferecer sua contribuição a temas centrais do FSM e que são bandeiras históricas da entidade.

Em 2001, apresentou o Promore (Programa de Moradia Econômica), criado pelo Sindicato em 1988 – atualmente funciona nas cidades de Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto, Rio Claro e Campinas; discutiu a onda de privatização das empresas energéticas, apontando os vícios dessas operações, marcadas por preços baixos e muitos benefícios e poucas obrigações aos compradores; abordou a necessidade de controle ambiental e a importância da participação da sociedade nessa fiscalização; e fez a defesa dos direitos trabalhistas, ameaçados pelas propostas de reformas visando a sua flexibilização. Os engenheiros participaram também do debate “O direito à água e água como um bem comum da humanidade”, organizado pelo italiano Ricardo Petrella, do Comitê pelo Contrato Global da Água.

No ano de 2002, os delegados propuseram a discussão de assuntos essenciais ao desenvolvimento e bem-estar social, com uma agenda incluindo atividades sobre a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e a articulação sindical para barrar as mudanças na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). E voltou a tratar dos temas ligados à infra-estrutura nacional, como transporte, saneamento e energia. Em 2003, o SEESP, em parceria com a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), apresentou trabalhos nas áreas de habitação, saneamento básico, transporte, trabalho, meio ambiente e energia, além de discussões sobre os direitos trabalhistas e organização sindical.

 

Próximo texto

JE 236