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Opinião – “Cresce Brasil” no Porto de Bertioga

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José Antonio Marques de Almeida

A Usina Hidrelétrica de Itatinga, em Bertioga, foi construída pela Companhia Docas de Santos, de 1904 a 1910, para fornecer energia ao Porto de Santos. Por anos, alimentou todo o complexo portuário e vendia o excedente para cidades vizinhas. Passados mais de 100 anos, as antigas máquinas permanecem operando, gerando os mesmos 15 megawatts, suficientes para 70% do porto de hoje.

Todos os equipamentos do complexo hidrogerador – incluindo cinco turbinas de quatro toneladas e cinco geradores de oito toneladas, tubos de ferro, trilhos da linha férrea, cabos e torres da linha de alimentação de 30 km de extensão – foram transportados por embarcações navegando no canal de Bertioga. Por quase 100 anos, esse caminho fez parte da logística da Usina de Itatinga.

Hoje, o transporte entre o porto e a Usina de Itatinga é pela Rio-Santos (BR 101) e o  Canal de Bertioga é utilizado  por barcos de recreio. Por falta de estratégia e planejamento, não se utiliza essa via para levar carga, o que retarda o progresso regional.

Há dois anos, apresentei à Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) uma ideia para construir uma Rede Hidroviária da Baixada Santista. Ela é formada pelos rios Branco, Mariana, Piaçabuçu e Canal de Bertioga. Visitei os prefeitos da região, entre Praia Grande e Bertioga, para demonstrar essa possibilidade e motivar a participação dos municípios nesse projeto, que prevê uma rede de comércio por rios, muito comum na Europa. Houve forte interesse e várias entidades locais têm promovido seminários sobre o tema.

É preciso construir o porto indústria em Bertioga, proposta que se encaixa no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa lançada em 2006 pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). A meta é desenvolver a Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) e garantir qualidade de vida, usando o canal de navegação como infraestrutura de ligação com o maior porto do Hemisfério Sul. Essa transfusão econômica vai possibilitar instalações de plantas industriais também na área continental de Santos e Guarujá, não poluentes e com logística competitiva.

As águas para mover as pás do projeto do Porto de Bertioga fluem pelo seu canal, onde todo ano ocorre a Maratona de Natação 14 Bis. Assim como percorrer a raia de 42 km de natação, colocar barcaças navegando como logística do Porto Indústria de Bertioga vai representar muita excitação e chances de vitória.


José Antonio Marques de Almeida,
o Jama,
é engenheiro portuário e diretor do SEESP

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