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CRESCE BRASIL - Inovação tecnológica, vocação de Botucatu

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Soraya Misleh

      O destino foi escolhido para a instalação de um núcleo da Auin (Agência Unesp de Inovação), o que deve ocorrer ainda neste semestre. O motivo, segundo o prefeito da cidade, João Cury, é a vocação local para novas tecnologias, sobretudo nas áreas de ciências médicas e agrárias. Secretário adjunto da Indústria do município, Paulo Urbanavicius ressalta: “Hoje temos 27 empresas de base tecnológica nas incubadoras e cerca de 3 mil teses de doutorado. A ideia é estimular a que gerem patentes.”
       Esse é o objetivo central, conforme ratifica o diretor executivo da Auin, José Arana Varela. “A Lei Paulista de Inovação impõe a necessidade de as instituições terem núcleo de inovação cuja responsabilidade é fazer a proteção intelectual dos desenvolvimentos nas universidades. A agência exerce esse papel e tem a obrigação de reportar ao Estado e à União qual a produção que gerou patentes.” E Botucatu tem se destacado nisso: dali se originam, de acordo com Varela, 20% dos pedidos feitos na Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”) nesse sentido.
       Ao aproximar a agência dos pesquisadores estabelecidos na cidade – em torno de 200 –, o foco é também fomentar a participação desses no parque tecnológico a ser instalado – que deve ainda reunir dez a 15 empresas em fase de pós-incubação. A cidade prepara-se para implantar um dos 11 a serem distribuídos pelo Estado, com vantagens fiscais às empresas que venham a se abrigar no local. A expectativa, segundo o prefeito, é de que as primeiras possam se alojar em 2011. A estimativa é que sejam necessários R$ 4,7 milhões a serem investidos em infraestrutura para tanto. “Espero receber esses recursos do Estado ainda neste primeiro semestre”, diz Cury. Até o momento, foram alocados R$ 340 mil à elaboração do projeto de viabilidade socioeconômica e ambiental do parque.
       Para o prefeito, não há como instalá-lo sem integração entre poder público, iniciativa privada e universidade. “Unindo todos os atores, podemos tirar das prateleiras da academia o conhecimento gerado no município e transformá-lo em tecnologia, daí em produtos e negócios.” A parceria entre gestão local e Unesp vai ao encontro disso. A Prefeitura cedeu o espaço para a sede do núcleo da agência: um antigo centro de treinamento da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) próximo à área destinada ao parque tecnológico, a qual totaliza 230 mil metros quadrados na região sul – vizinha da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) e da Fatec (Faculdade de Tecnologia).

 

A agência
       Com orçamento de R$ 400 mil a sua operação, segundo seu diretor executivo, na agência é possível obter informações e sanar dúvidas quanto à obtenção de patentes. Suporte ao pesquisador é dado desde o início do processo, inclusive no preenchimento de formulários. É feita desde pré-análise da inovação até investigação mais minuciosa, assim como encaminhamentos ao escritório de patentes e seu depósito, se for o caso. Detalhe: além de dar todo apoio e orientação necessários, a agência cobre os custos. O trâmite pode levar de dois meses a um ano, a depender inclusive da agilidade do pesquisador no fornecimento dos dados requeridos.
        A agência pretende também realizar cursos sobre proteção intelectual e empreendedorismo e fomentar o desenvolvimento de novas incubadoras e de empresas que saiam dos laboratórios da academia. Varela conclui: “A meta é induzir a atividade inovadora e a relação universidade-setor produtivo, que devem culminar em desenvolvimento tecnológico na região.”
        É o que defende o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. Lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006, teve sua versão atualizada em 2009. As propostas ali incluídas vêm sendo debatidas nas diversas regiões do Estado de São Paulo por intermédio dos 19 Conselhos Tecnológicos Regionais do SEESP. Em Botucatu, seu coordenador, Nivaldo José Cruz, também presidente da delegacia desse sindicato, salienta: “Promovemos nos anos de 2008 e 2009 diversos encontros. Muitas das nossas discussões se baseavam em que a partida deveria ser uma estação de fomento que centralizasse, ajudasse e desse apoio, até financeiro, aos profissionais nas áreas principalmente de transformação, no empreendedorismo e em novas aptidões tecnológicas, com foco na geração de emprego e renda e na sustentabilidade dos recursos naturais. A agência é a ferramenta que faltava.”

 

 

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