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Editorial – A integração na América Latina

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Evento realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), no auditório do SEESP, nos dias 22 e 23 de maio, tratou de um tema fundamental: a integração latino-americana e a inserção do movimento sindical nesse processo. A atividade, que contou com a participação de especialistas e lideranças da região, além dos profissionais ligados à CNTU de todo o País, foi extremamente valiosa para posicionar a nossa categoria e as demais ligadas à confederação nessa importante discussão.

O antigo sonho da integração latino-americana continua vivo e hoje, talvez mais do que nunca, tal processo mostre-se extremamente necessário e se anuncie como possível, ainda que as dificuldades sejam muitas. Após manter-se por longo tempo de costas para os vizinhos, a política externa brasileira da última década retomou a agenda da integração e deixou para trás a ameaça de ingressar na Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que beneficiava o imperialismo norte-americano e o interesse das grandes corporações capitalistas. A partir daí, tomou fôlego o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e criaram-se  novos organismos, como a União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

Essa guinada por parte do Brasil, detentor da maior economia da região, é fundamental para se viabilizar a integração. Igualmente importante é a compreensão de que para que haja de fato a formação de uma aliança estratégica sociopolítica e cultural, e não apenas de um bloco econômico, é preciso que a questão seja encaminhada com base na solidariedade entre os povos, e não na imposição de condições unilaterais.

Obviamente, a vontade expressa de finalmente alcançar a integração da América Latina não basta para realizá-la. É preciso superar inúmeros desafios, que passam pelas tensões internas a cada um dos países e também pelos constrangimentos externos, notadamente a oposição das grandes potências ao fortalecimento de uma região periférica.

No entanto, se são grandes os obstáculos, também são as razões para vencê-los. Unidos, os países da América Latina multiplicarão suas chances de inserção soberana no globo e também de conquistar níveis de desenvolvimento compatíveis com suas necessidades.

Por fim, é fundamental que essa construção aconteça com a participação dos trabalhadores, o que ficou claro durante o seminário promovido pela CNTU. Esses têm o papel de lutar para que a integração se dê de forma a garantir democracia e justiça social para todos. Do ponto de vista dos profissionais de formação universitária, é necessário ainda que sejam criadas condições para uma integração efetiva, o que passa pela compatibilização de currículos e regulamentação e direitos trabalhistas comuns. Essas categorias não podem ser simplesmente “importadas” ao bel-prazer dos mercados, mas devem ter o direito de circular pela região de forma qualificada. A essa batalha, engajamo-nos com determinação.


Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

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