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Opinião

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Laerte: um guerreiro do povo a nos inspirar


Allen Habert

O Laerte Mathias, vice-presidente do SEESP, morreu no dia da Padroeira do Brasil, no dia de Nossa Senhora Aparecida. Foi embora bem antes do combinado. Deixou-nos um vazio perturbador, mas também um enorme legado. A morte tira a vida. Perdemos aquele companheiro de nossa viagem incerta e desafiante. Mas as marcas deixadas multiplicam-se na humanidade. Nesta caminhada conjunta, apreciávamos do amigo e companheiro Laerte o modo com que ele fazia política e o modo carinhoso e respeitador pelo qual se relacionava com as pessoas.

Aproximou-se do SEESP em 1987, aos 30 anos, quando o conheci. Eu era o presidente da entidade e ele veio com uma equipe de engenheiros de segurança do trabalho querendo participar. Foi asfaltada, desde aquela época, uma ampla estrada que integrou área ao Sindicato dos Engenheiros, nascendo daí conquistas históricas para a categoria, para a engenharia e a sociedade.

Fez política, educando a política. Com ética, fraternidade e muita dignidade. Ele sempre teve um lado, o da categoria dos engenheiros e das maiorias. O lado do povo deste País que sempre amou e que sempre o encantou.

Ao jargão paulistano “Ah, São Paulo não tem jeito!”, ele respondeu com a força da inteligência coletiva, mostrando que não há problema urbano que não tenha solução positiva. Era, sim, preciso unir as pessoas, criar instituições fortes e disputar alternativas. Foi isso que o encantou e foi assim que ele nos enriqueceu. Criou raízes no SEESP, na Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), na Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), no Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) e na Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp).

Os desafios da mobilidade urbana e dos transportes públicos, da melhoria dos serviços públicos e de cidades com mais qualidade de vida o motivavam e o instigavam. Percebeu desde cedo a necessidade de articular os vários níveis da política no País. Do municipal ao nacional; da empresa ao Estado. E com muita habilidade, gosto e competência de articulador ia costurando o cobertor infindável de Penélope na política.

A arte de Michelangelo na Capela Sistina, as curvas de Niemeyer, um conto do Machado de Assis, uma música de Villa Lobos nos mostram como essas pessoas estão vivas e continuam a nos surpreender. O amigo e companheiro Laerte, da mesma forma, continuará a nos inspirar e a nos unir. Com sua arte e seu legado, que deveremos continuar a perseguir e lutar. Foi um guerreiro do povo paulista e do povo brasileiro.


Allen Habert é diretor do SEESP e ex-presidente da entidade

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