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Opinião - Lei, direito e humilhação

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Januário Garcia

      Não difícil de prevermos, fácil de nos depararmos e simples de ser constatado no nosso dia-a-dia, manifesto aqui meu repúdio à humilhação por que passam as pessoas que necessitam adentrar agências bancárias. O desconforto é proporcionado pelas famigeradas portas giratórias, principalmente nas unidades da CEF (Caixa Econômica Federal). Dou como exemplo a agência no Terminal Rodoviário Tietê, na Capital.
      Porém, o modo arrogante como são tratados clientes nessas circunstâncias não é privilégio desse local, acontece em outras diversas instituições financeiras.
      O rigor excessivo no controle é abusivo e bloqueia tudo e a todos (trabalho fácil), tratados de imediato como suspeitos e obrigados a voltar para trás da faixa amarela – que ao meu ver somente delimita área para arrogantes e humildes –, com o pretexto esdrúxulo de portarem metais. Tudo isso de forma arbitrária, sem critérios específicos e legais, contribuindo para o constrangimento de alguém que simplesmente tem pressa de pagar uma conta e realizar um saque.
      Vale lembrar que na cidade de São Paulo uma lei proíbe a presença dessas portas giratórias, que de fato já foram retiradas de várias agências, especialmente dos bancos privados. No entanto, há notícias de que liminares conseguidas na Justiça dão guarida a quem insiste em mantê-las, alegando necessidade de proteção aos funcionários. Para esses, grades de ferro quádruplas, daquelas usadas em castelos medievais, são pouco.
    Nada contra a presença dos seguranças, que poderiam ser mais bem preparados e até em maior número, mas sem as malditas portas que só causam vexame e aborrecimento. Em Praia Grande, bloquearam-me provavelmente por estar de bermudas, camiseta e chinelos e portar três moedas de R$ 1,00. Importante ressaltar que pago a “bagatela” de R$ 21,50 mensais em tarifas, portanto R$ 258,00 ao ano, para ser tratado ora como cliente, ora como suspeito.
      O ideal é que façamos a transferência de nossas contas para os bancos que prestam melhores serviços e respeitam seus clientes. Inadmissível que chaves, moedas, sombrinhas, celulares (de uso quase obrigatório hoje) sejam pretexto de causar risco à segurança dos bancos. Os valores andam invertidos. A segurança é de obrigação da polícia.
      Convido as autoridades para adentrar 15 agências, sendo oito de bancos estatais, para terem noção de como o povo é tratado. Seria interessante ter também a opinião do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pessoa, por sinal, de origem humilde. Chega de humilhação.
     No que me diz respeito, não mais compactuarei com tal desconsideração. Se for impedido de entrar numa agência, chamarei de imediato a polícia para fazer valer meus direitos. A pergunta é: será que ela vem?


Januário Garcia é engenheiro de operação mecânica de máquinas e de segurança do trabalho.
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