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OPINIÃO - O protagonismo do trabalhador

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João Guilherme Vargas Netto


Quando se observa a realidade e se posiciona sobre ela, duas posturas básicas são recorrentes: ou se analisa com maior ou menor precisão e se formula, a partir dos interesses, a linha de ação ou se despreza a realidade e se mascara a análise, produzindo discursos meramente ideológicos que se transformam em caricaturas.

Na luta das ideias, por mais confusas que elas sejam, temos que valorizar o quanto da realidade penetrou nelas. Às vezes, um grão de realidade na engrenagem das ideias em lugar de emperrar o mecanismo, coloca-o em movimento na direção certa.

O professor Armando Boito, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), em longa entrevista ao jornal Brasil de Fato (de 9 de abril) explica que a economia capitalista está em crise e que as contradições tendem a se aguçar. Defende a participação em uma “frente neodesenvolvimentista”, embora esse modelo colabore para tal aguçamento devido à sua heterogeneidade.

Perguntado se as direções das organizações populares (sindicais, sublinho eu) teriam sido cooptadas pelo governo, “como sugerem alguns observadores”, responde enfaticamente, e eu copio:
“Não, eu não aceito essa análise. Os trabalhadores tendem a apoiar a frente neodesenvolvimentista devido a melhorias reais que obtiveram no emprego, no salário, nas políticas de assistência social e, no caso dos pequenos proprietários rurais, no crédito agrícola. Tivemos uma recuperação do salário mínimo, embora esse ainda permaneça num patamar baixo quando comparado até com o dos principais países da América Latina. Tivemos também uma grande melhoria nas convenções e acordos coletivos de trabalho: ao contrário do que ocorria no início da década de 2000, quando cerca de 80% das negociações salariais resultaram em reajustes inferiores à inflação, nos últimos anos, a situação se inverteu – mais de 80% das convenções e acordos estabelecem reajustes acima da taxa de inflação. As condições para a organização e para a luta sindical melhoraram muito. Temos tido aumento real de salários.”

É o que a análise realista demonstra.

1º de maio – Principal data do movimento sindical, o Dia do Trabalhador em 2012 novamente contou com diversas manifestações, merecedoras da participação popular. Em todo o Brasil, o protagonismo desse movimento demonstra-se pela unidade de ação suscitada nas bandeiras de luta e também pela alegria das festas. Em centenas de cidades, o povo trabalhador e aqueles que militam em nosso favor dão uma demonstração firme de confiança nos rumos econômicos que têm garantido conjuntura favorável aos trabalhadores e na diversidade democrática dos que sustentam nossas reivindicações. No Brasil, nos últimos anos, o 1º de maio passou a ser uma data de acontecimentos retumbantes. Vivamos com alegria, com emoção e com empenho unitário este momento único na história secular da luta dos trabalhadores.

João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical




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