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Qualificar e empoderar as engenheiras

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Rita Casaro 

 

SilvanaGuarnieri2Silvana Guarnieri: é preciso capacitar as mulheres para conquistar seu lugar na engenharia. Foto: Acervo pessoalNo dia 15 de março, a partir das 15 horas, o SEESP realiza o evento “Mulheres na engenharia”, colocando em pauta autoconhecimento e empoderamento. Completa a programação discussão sobre os impactos negativos da privatização dos serviços de saneamento para a população. A iniciativa é do Núcleo da Mulher Engenheira, lançado pelo sindicato em 21 de setembro de 2022 para fazer frente à demanda representada pelas questões envolvendo as profissionais. Ponto crucial é contribuir para ampliar a presença feminina no mercado de trabalho, ainda reduzida a 20%, conforme os registros do Sistema Confea/Crea.

 

Confira aqui a programação do evento "Mulheres na engenharia" 

 

“Até pela formação machista da nossa sociedade, as mulheres vão para outras áreas”, aponta Silvana Guarnieri, diretora do SEESP e coordenadora do núcleo, que é engenheira civil, com uma longa carreira na área ambiental, especialmente com resíduos sólidos.  

 

Nesta entrevista ao Jornal do Engenheiro, a dirigente, que atua no SEESP desde os anos 1990 e foi vice-prefeita de Diadema, fala sobre as atividades previstas para 2023, marcando datas relevantes para as mulheres e para a profissão. Essas ocasiões, destaca, serão oportunidades para oferecer conhecimento e troca de experiências. Confira a seguir e no vídeo ao final.

 

Como nasceu o Núcleo da Mulher Engenheira?
Sempre tivemos, [as mulheres], espaço na diretoria do nosso sindicato, apesar de [sermos] poucas, com discussão sobre a necessidade da mulher, [como, por exemplo, a demanda] por creche e momentos de amamentação, [as questões envolvendo o fato de] ter dois ou três períodos de trabalho, mas era pouco. Pelas mudanças na sociedade, hoje essa questão vem mais à tona. Nós estamos sempre buscando esse empoderamento da mulher, [e entram em debate] questões como o feminicídio, a própria Lei Maria da Penha. Hoje já se fala em violação moral, e isso perpassa as contratações das engenheiras.

 

Quais as atividades previstas, como está o funcionamento do núcleo e que temas pretende tratar?

Para este ano temos previsão de três eventos, buscando sempre a troca [de experiências e conhecimentos] e o fortalecimento da mulher. Um primeiro neste mês de março, que é o mês da mulher. Depois, em junho, quando se comemora o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia, e em dezembro quando se celebra o Dia do Engenheiro. Nessas datas, vamos sempre trazer alguma atividade, mostrando a experiência de uma profissional. Neste primeiro, uma psicóloga falará sobre inteligência emocional, porque a falta de conhecimento que a pessoa tem de si pode prejudicar a carreira. E vamos discutir a questão das privatizações, particularmente a da Sabesp, que é uma entidade pública que traz a questão da água, um bem do qual não podemos abrir mão de forma alguma. E hoje temos uma das melhores empresas do mundo no setor, a maior da América Latina, que presta serviços à população de baixa renda. Paralelamente aos eventos, vamos começar a fazer reuniões; já fizemos algumas, mas precisamos aumentar a participação, porque é onde vamos ter o conhecimento do que ocorre dentro das empresas. Temos outra discussão ainda não iniciada que é o trabalho em home office para as mulheres. Precisamos entender um pouco melhor essa situação para formatar um trabalho digno com todas as atividades preservadas.

 

Hoje, as mulheres são 20% dos profissionais registrados no País. Quais os obstáculos à ampliação da presença feminina na engenharia?

Até pela formação machista da nossa sociedade, as mulheres vão para outras áreas [que não a engenharia]. Por isso, colocar a atividade com psicólogas para ajudar as mulheres, que às vezes desconhecem esses caminhos. E também apoio para buscar conhecimentos que ajudam na carreira. As mulheres precisam estar mais atualizadas. Para quem é mais jovem, isso é mais ativo, mas para quem já tem alguns vícios profissionais, é mais difícil. Vamos buscar o empoderamento, seja na forma de falar e se colocar, seja na questão técnica, com algum curso que podemos desenvolver junto com o nosso núcleo do sindicato que tem ações de educação. O que se percebe é que tivemos uma redução na qualidade dos ensinos básico e técnico, isso reflete na formação dos engenheiros. Nessa nova etapa, temos visto o pessoal indo para área financeira e de TI, que têm interface com a engenharia, assim como a área de medicina. É uma procura de um novo olhar para que possa ampliar esse conhecimento para as mulheres.

 

O objetivo principal então é propor a reflexão sobre as mulheres na engenharia e servir como base de formação e qualificação?
Sim, é uma diretriz. Estamos pensando que isso aconteça dentro dos eventos, que vão oferecer conhecimento, mas também atividades que despertem para essas questões. Futuramente, pretendemos realizar dinâmicas junto com as palestras. Às vezes, a mulher está tão cheia de trabalho e de atividades que acaba não pensando nela de fato. É um momento também para essa reflexão e para as demandas que podem surgir em função disso. A necessidade do autoconhecimento que pode refletir no que vamos propor. Vamos acolher e ver o que é possível ser feito. 

 

 

Assista ao vídeo da entrevista

 

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