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Barretos terá parque agrotecnológico

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      Aguardando o aval final para o seu credenciamento no SPTec (Sistema Paulista de Parques Tecnológicos), gerido pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo, a cidade de Barretos prepara-se para a implantação de seu AgroTechPark, como já foi batizado. Iniciativa conjunta da Prefeitura Municipal, do Unifeb (Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos) e do IBT (Instituto Barretos de Tecnologia), o complexo abrigará instituições de ensino e pesquisas, laboratórios, empresas privadas, entidades públicas, infraestrutura hoteleira, centro de convenções, feiras e negócios. “A ideia é estimular o desenvolvimento científico e tecnológico da cidade, gerando crescimento econômico e social para a região”, resume Wanderley Mauro Dib, diretor do SEESP e do IBT.
       Outra meta importante é a criação de um elo entre as instituições participantes e o setor empresarial através de um sistema local de inovação que articule a pesquisa básica e aplicada e o desenvolvimento de produtos e processos. “O parque vai atuar no sentido de desenvolver tecnologias que ajudem a alavancar a produção agrícola da região, que já tem um grande potencial”, ressalta o engenheiro Samir Karnib, diretor de C, T & I (Ciência, Tecnologia e Inovação) da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Barretos. Segundo ele, é possível melhorar as safras sem ampliar a área agricultável. “Mas isso só acontecerá se houver repasse de tecnologia feito pelo trabalho conjunto entre as universidades e as empresas”, salienta. Com esse objetivo, entre as áreas contempladas pelo parque agrotecnológico estarão biotecnologia, energia, geomática, gestão de negócios, instrumentação agropecuária e agroindustrial, mecanização agrícola, meio ambiente e tecnologia da informação.

Vantagens e oportunidades
       A criação de pequenas empresas inovadoras com tecnologia em setores já reconhecidos, tais como biotecnologia, agrotecnologia e comunicação, será também contemplada no parque. Outro aspecto positivo da iniciativa é que será possível compartilhar informações, já que os parques tecnológicos da rede paulista estarão integrados. “A proposta da Secretaria do Estado é que trabalhem interconectados, por isso, é importante que cada região apresente sua vocação. Qualquer empresa agrícola de outra cidade poderá acessar a nossa base de dados e enriquecer sua pesquisa e vice-versa”, menciona Karnib. As companhias que se instalarem no parque também contarão com benefícios fiscais, já previstos pela Prefeitura.
       Na avaliação de Dib, um grande ganho da iniciativa serão as novas oportunidades de emprego para diversas categorias. “A tecnologia tem como forte componente a engenharia, mas um projeto dessa natureza vai abrir postos de trabalho também para advogados, administradores de empresas, químicos, biólogos, agrônomos, veterinários e até mesmo para a mão de obra primária.”
       A perspectiva otimista baseia-se no levantamento feito em dezembro de 2008 pela Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), segundo o qual o Brasil possui 74 parques tecnológicos que abrigam 520 empresas, geram 26.233 postos de trabalho e faturam aproximadamente R$ 1,68 bilhão por ano.

Proposta antiga
       Para chegar até o ponto atual, o município de Barretos cumpriu uma série de requisitos exigidos pelo SPTec. O último foi a criação de uma lei municipal que dá destino de uso ao espaço de 1 milhão de metros quadrados concedido pela iniciativa privada para a construção do parque. “Acredito que ainda em agosto seja oficializada a participação de Barretos no programa, aí sim vamos começar efetivamente a trabalhar na execução do complexo”, aposta Dib.
       A ideia, agora prestes a se concretizar, não é novidade no município e duas tentativas anteriores, em 1984 e em 1994, não avançaram. Em meados de 2006, o Governo do Estado divulgou a retomada da discussão dos parques tecnológicos, mas somente no final de 2008 o município teve a informação de que haveria investimentos para dez projetos. De acordo com Karnib, a partir daí o projeto do AgroTechPark foi atualizado, apresentado e, em três meses, aprovado. “Desta vez houve um alinhamento político da sociedade barretense. Estamos bastante entusiasmados e aguardando a confirmação.”
        Após isso, os próximos passos serão os projetos urbanístico e de construção. “Concluímos a parte conceitual que explica toda a lógica de funcionamento e o relacionamento entre os setores produtivo, governamental e acadêmico, já conseguimos o terreno, agora só precisamos de um incorporador”, informa Dib.
       Segundo ele, o Governo Estadual investirá apenas na área institucional, que ocupará 10% da área do parque, o restante deverá vir da iniciativa privada, que tem, na sua visão, ótimos motivos para entrar nessa empreitada. “É um projeto de desenvolvimento regional que envolve 28 municípios e o setor produtivo terá não só transferência de tecnologia, como um local adequado para negociações mais complexas e uma política pública de exportação”, conclui.


Lucélia Barbosa

 

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