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Oportunidades, desafios e ameaças da inteligência artificial

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Tema atualmente na agenda de quem pensa o mercado de trabalho e o futuro das profissões, os impactos das novas tecnologias foram o centro do debate da 14ª Jornada Brasil 2022, realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), em 16 de agosto, no auditório do SEESP, em São Paulo.

 

O assunto foi tratado no seminário “Trabalho digno e sindicalismo na Revolução 4.0”. Allen Habert, engenheiro de produção e diretor do sindicato e da confederação, chamou a atenção para a presença hoje cotidiana dessa nova realidade. “Quando você compra uma passagem de avião, a inteligência artificial vai pesquisar qual opção satisfaz, isso eliminou semanas de trabalho”, exemplificou.

 

Ele, no entanto, alertou para a ainda fundamental participação das pessoas: “Toda inteligência artificial é essencialmente burra, só anda a partir de regras escritas por homens e mulheres.” Por isso mesmo, Habert defende que a IA seja vista como “inteligência aumentada”.

 

A questão principal nesse debate, ponderou ele, é quais frutos serão colhidos de uma tecnologia que parece tão versátil e promissora: “Uma nova era de abundância virá? Vai depender da consciência ética da humanidade.” O engenheiro também ressaltou o papel do sindicalismo nesse contexto em que há “terrorismo” quanto ao fim do emprego devido à tecnologia.

 

Para o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) Paulo Roberto Feldmann, é uma preocupação real a presença da IA e da robotização, “que tem crescido de forma explosiva, especialmente nos países desenvolvidos”.

 

Ele assinalou a diferença existente entre a automação que se verificou há 30 anos e o processo atual. “Substituíam-se atividades de movimentos do ser humano, obtendo-se maior velocidade com as máquinas. Mais recentemente surgiu a IA, que mexe com a capacidade cognitiva do ser humano; o robô vai substituir o cérebro”, afirmou. Ele citou como exemplo o Watson, da IBM, que lê e interpreta exames médicos. “Faz isso com velocidade absurda, mil tomografias em cinco minutos. Seriam necessários 200 médicos em uma semana. Está sendo empregado também na área jurídica. Atividades de engenheiros estão sendo feitas por softwares sofisticados”, destacou. Para ele, essa capacidade de “discernimento e interpretação de dados vai causar grandes efeitos em médio prazo, especialmente aos profissionais liberais”.

 

 

Precariedade e risco

Um dado alarmante, advindo desse novo cenário, somado à crise econômica e aos retrocessos sociais, informou ele, são os 6 milhões que atuam no Brasil como motoristas acionados por aplicativos ou entregadores, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). “Essas pessoas trabalham de forma precária, não têm direito a absolutamente nada. É um problema sério.”

Para o pesquisador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Thomaz Ferreira Jensen, a Revolução 4.0 representa ameaças ao trabalhador brasileiro, tendo em vista as dificuldades nacionais. Entre elas, o fato de o Brasil não ter conseguido instalar devidamente a Revolução 3.0, nem ter se tornado um país de renda média, e sofrer hoje um processo de desindustrialização precoce. Completa o quadro o baixo padrão de investimento em inovação. “Estamos fora do jogo”, resumiu.

 

Dessa forma, para mudar tal cenário e fazer com que os avanços tecnológicos se traduzam em melhores condições de vida, ele afirmou ser necessária a retomada do processo industrial. Caso contrário, não haverá como reverter o alto desemprego, que ultrapassa os 25% entre os jovens de 18 a 24 anos. Pelo contrário, o fenômeno poderá se agravar, já que, segundo previsões, 35 milhões de pessoas podem ficar desocupadas devido à automação até 2026.

 

Confira cobertura completa do evento: http://bit.ly/33NdXYd

 

Por Rita Casaro

 

 

 

VAGAS

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O programa de estágio da Ultragás, distribuidora de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), é de 12 meses e prevê treinamentos técnico-comportamentais dos mais diversos temas, como gestão de projetos, apresentações eficazes, mentoria e tutoria. Todas as modalidades de engenharia são aceitas entre os cursos elegíveis. Previsão de conclusão do curso em dezembro de 2020. Inscrição até 8/9/2019.

 

A Sompo Seguros capacita os jovens que desejam se destacar na carreira. Entre os cursos elegíveis está o de engenharia, em qualquer modalidade, inglês nível intermediário e formação em dezembro de 2020 ou 2021. Inscrição até 8/9/2019.

 

O Grupo Movile, líder em marketplaces móveis e holding de empresas como iFood, Sympla, Zoop e PlayKids, lançou seu programa de estágio. As vagas são focadas nas áreas de tecnologia, como engenharia. Inscrição até 7/9/2019.

 

Confira esses e outros estágios em http://bit.ly/2ZcUbH2.

 

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