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EDITORIAL - Quem tem medo das urnas?

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       Em 8 de novembro próximo, os profissionais ligados ao Sistema Confea/Creas (Conselhos Federal e Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) têm um importante compromisso: escolher os presidentes do Confea, dos Creas e os diretores da Mútua – Caixa de Assistência. No Estado de São Paulo, no entanto, exercer esse direito pode não ser tarefa simples. Por incrível que pareça, na mais rica unidade federativa brasileira, onde ainda está concentrada boa porção da indústria de ponta e atividade tecnológica, além dos principais centros universitários e de pesquisa do País, o processo eleitoral poderá estar comprometido por inúmeras dificuldades.

       Em primeiro lugar, enquanto em diversas partes do Brasil o pleito se dará em urnas eletrônicas, em São Paulo serão usadas as de pano, com cédulas de papel, ultrapassadas e pouco seguras. Conforme relata matéria nesta edição, a justificativa para tanto seria a dificuldade em se providenciar computadores e disquetes para ler os dados. Talvez tivesse valido a pena uma consulta por parte da CER (Comissão Eleitoral Regional) ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para saber como o órgão consegue operacionalizar as eleições gerais, envolvendo mais de 30 milhões de eleitores paulistas.

       Não bastasse o vexame do atraso tecnológico a marcar a eleição, os cerca de 300 mil profissionais terão ainda de enfrentar a escassez e a má distribuição das urnas. Em todo o Estado, serão apenas 371 mesas receptoras. Para piorar, obedecendo a uma lógica que escapa ao entendimento, há mais urnas onde há menos votos. Na Capital, com 90 mil potenciais eleitores, haverá apenas 21 pontos de votação. Por outro lado, municípios como Bálsamo (com somente 16 votantes) e Gavião Peixoto (12) terão uma mesa cada. Mesma quantidade que Guarulhos, onde existem 4.521 eleitores, ou Jundiaí, com 4.722.

       Ao longo do processo, o SEESP tentou evitar tal situação que considera inaceitável ao exercício da democracia e propôs a instalação de 600 urnas, especialmente em locais de grande concentração de profissionais. A CER simplesmente recusou, enquanto admite que haja mesas receptoras em escritórios particulares ou sindicatos rurais sem ligação com o Sistema. A entidade continua a agir nas instâncias cabíveis para evitar que tal quadro de desserviço à participação prevaleça. Contudo, diante disso, é de se perguntar: quem tem tanto medo das urnas e da expressão da vontade dos profissionais paulistas?


Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente




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