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Opinião – O futuro do trabalho e das organizações

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Valter Pieracciani

 

 

Diante de um futuro em transformação, as organizações e os empregos sofrerão mudanças, e das grandes. Como serão as empresas daqui a 15 anos? Como serão as relações internas, a remuneração e a meritocracia? E o mais intrigante: o engajamento? Existirão organizações sem vínculos claros com seus colaboradores?

 

Caberá a cada um de nós escolher entre reclamar da redução do número de vagas ou abraçar um futuro cujos prenúncios já estão bem vívidos. A febre das startups, por exemplo, e a energia que grandes empresas investem em tentar acompanhar – mesmo que de maneira atabalhoada – esse movimento são indicadores mais claros da transformação a caminho.

 

Uma experiência que abriu meus olhos para essa nova possível realidade do mundo do trabalho se deu em 2014, antes da Copa do Mundo no Brasil. Uma empresa precisava desenvolver aplicativos para celular, em diversos idiomas. O projeto estava atrasado. Ao invés de contratar 50 desenvolvedores, pedimos que nos deixassem estruturar, em 15 dias, um processo de inovação aberta que atraísse pequenas empresas, universidades e hackers. A proposta foi aceita. E o resultado, fabuloso: mais de 2 mil acessos nas primeiras três semanas. Centenas de projetos enviados, mais de 40 selecionados e cinco foram escolhidos e acelerados. Problema resolvido!

 

Motivados ao extremo, aqueles profissionais se sentiram desafiados e se entregaram ao projeto. Os competidores trabalharam sábados e domingos, em alta velocidade e produtividade. Muda a perspectiva de engajamento, e isso precisa ser compreendido. Naquela ilha de eficiência, estávamos, talvez, diante da mais profunda, rápida e verdadeira reforma trabalhista.

 

Para nós, esse é o desenho do futuro do trabalho e das organizações. Sistemas abertos, mas, ao mesmo tempo, centrados em desafios claros e compartilhados. Relações transitórias, porém carregadas de força e alinhamento. Muitos “você s/a” configurados como organizações temporárias, mas superpoderosas.

 

Passados alguns anos, emerge o conceito de open corp ou open business, modelo organizacional calcado nas ideias de rede e de colaboração aberta. Essas estruturas partem da premissa de que os resultados serão divididos entre quem de fato contribuiu para que fossem atingidos. Quer mais meritocracia e alinhamento estratégico do que isso? Considerando este cenário, acreditamos que os organogramas tradicionais vêm dando lugar a novas empresas e a uma nova forma de trabalho.

 

É tempo de parar de se preparar para bons empregos e descobrir e desenvolver o que você faz melhor que os outros. Mergulhar e aperfeiçoar-se com força e energia no que sabe e gosta de fazer e destacar-se por isso.

 

 

Valter Pieracciani é empresário, escritor e sócio-diretor da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas – Consultoria em Inovação. É autor dos livros “Qualidade não é mito e dá certo” e “Usina de inovações – Guia prático para a transformação de sua empresa”

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