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Editorial – Em 2018, valorizar a engenharia

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No ano que se inicia temos uma tarefa essencial a cumprir: valorizar a engenharia a bem do desenvolvimento nacional. Dadas as dificuldades econômicas e turbulências políticas, certamente será um desafio de monta a ser vencido, mas é preciso que tenhamos consciência da absoluta necessidade de frear e reverter o desmonte do setor que se observou em 2017.

Entre janeiro de 2014 e meados do ano passado, foram eliminados mais de 50 mil empregos de  engenheiros no País, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) feito para a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).

Esses números não revelam, contudo, as dificuldades de outros milhares de profissionais da área tecnológica que são autônomos, microempresários ou proprietários de pequenas e médias empresas que vêm sofrendo com a falta de trabalho.

Esse quadro, mais que apontar uma situação desfavorável à nossa categoria, indica graves retrocessos econômicos, tecnológicos e sociais no País. Sem a atuação decisiva da área tecnológica e de seus profissionais, estaremos condenados ao atraso, à pobreza e à precariedade social.

Entre as primeiras medidas a serem tomadas no País, está a retomada dos milhares de obras públicas paralisadas, que geram prejuízos e penalizam a população que está à espera desses equipamentos, que vão de quadras esportivas e unidades de saúde a linhas de metrô.

Há ainda medidas equivocadas que devem ser revistas. Entre elas, a decisão do governo de reduzir o conteúdo nacional a ser contratado pelas empresas que quiserem explorar gás e petróleo no Brasil. As mudanças promovidas no início de 2017, na prática, excluem a indústria e a engenharia nacionais da cadeia produtiva do setor. Em vez de se desenvolver, o Brasil torna-se exportador de óleo bruto. A verdadeira riqueza e os empregos de qualidade ficam nos países que fabricam as máquinas e equipamentos.

Na mesma linha e ainda beneficiando petrolíferas estrangeiras, em novembro, o Congresso Nacional aprovou medida provisória que não só concede isenções fiscais a essas empresas que podem chegar ao total de R$ 1 trilhão, como favorece ainda mais a importação no setor. Isso é inadmissível.

Também grave, a política de compras adotada pela Petrobras literalmente afundou a indústria naval no Brasil. Dos 40 estaleiros instalados, 12 estão parados e os que ainda operam estão trabalhando bem abaixo de sua capacidade, com perspectivas de fechamento nos próximos dois anos.

Essas decisões, unidas ao congelamento dos investimentos públicos por 20 anos (Emenda Constitucional 95) e ao anúncio de privatizações sem regras claras, criam um cenário tenebroso.

Ou seja, temos uma batalha dificílima, mas é preciso enfrentá-la. E isso só será possível, obviamente, com a unidade da engenharia brasileira. Que tenhamos um ano de lutas e conquistas e que essas nos tragam um País mais justo, desenvolvido e soberano.

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