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CRESCE BRASIL - Estimular a formação de futuros engenheiros

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Soraya Misleh


        Esse tem sido um dos resultados observados com a realização anual da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) desde 2003. A constatação é atestada pela coordenadora da iniciativa, professora Roseli de Deus Lopes. Personalidade da Tecnologia em Educação agraciada pelo SEESP em 2009, ela acredita que essa é a contribuição de tal trabalho ao desenvolvimento sustentável do País.

        Face à conjuntura atual, em que se torna imperativo formar mais e melhores engenheiros, a proposta organizada na USP (Universidade de São Paulo) por essa instituição, com a participação de sua Escola Politécnica e seu Laboratório de Sistemas Integrados, ganha ainda mais relevância. “Mas é apenas o começo. A mudança de mentalidade dentro da escola é o nosso objetivo, para que seja um espaço mais interessante à formação.”

        De acordo com sua explanação, o público-alvo são estudantes dos ensinos fundamental (oitavo e nono anos) e médio. A partir da motivação a que desenvolvam projetos de livre escolha, o objetivo é auxiliá-los a decidir qual profissão seguir. Segundo a professora, o primeiro passo é que “observem o mundo em que vivem e tentem ver quais as coisas que lhes causam inquietação”. Com isso, podem “prototipar uma ideia que pode se tornar a solução para o problema”. A importância da iniciativa é comprovada pelo interesse do setor produtivo, “que nos apoia não apenas para incentivar os jovens, mas porque sabe que esses estarão amanhã nas nossas empresas levando inovação”.

        Como conta ela, a ideia é que o aluno faça seu projeto de forma individual ou em equipe ao longo do ano e ao final desse período o submeta. Para 2012, as inscrições estão abertas e vão até 11 de novembro próximo (confira calendário completo e procedimentos para participação no site www.febrace.org.br). Uma banca de especialistas então examina o conjunto recebido e seleciona os finalistas para a mostra (a próxima ocorrerá entre 13 e 15 de março, com visitação aberta nos dois primeiros dias, e a premiação, em 16 e 17 do mesmo mês). A expectativa é que o resultado se assemelhe ao obtido neste ano, em que houve 1.300 submissões completas, além das que vieram de 41 feiras afiliadas em todo o País, o que culminou com a escolha de 650 projetos das diversas áreas do conhecimento.

        A maioria deles provém de escolas públicas. “Recebemos trabalhos de cidades que eu não sabia que existiam”, complementa. Um deles, de um município de Rondônia, foi encaminhado após o aluno ver um comercial sobre a Febrace na TV. “Ele não tinha internet, decorou o número do telefone para se inscrever e enviou todo o material para submissão manuscrito.” Conforme continua Lopes, era um projeto na área de biologia. Recebeu como premiação uma câmera filmadora, que possibilitou posteriormente aos irmãos do rapaz desenvolverem um projeto tecnológico de como proteger os DVDs que geravam para venda para que não fossem copiados. “A feira busca identificar jovens talentos”, enfatiza.

Exemplos de sucesso
        Indo para a décima edição, a Febrace tem conseguido atingir essa meta e recebido muitos trabalhos interessantes, comemora Lopes. “Vários são relacionados ao tema das energias alternativas e à solução de problemas referentes a catástrofes, como desmoronamentos, de forma a evitar a repetição dessas situações.” Também segundo sua informação, o uso de materiais reciclados em projetos tem sido constante.

        A professora cita alguns de destaque. “Um trabalho muito premiado, que representou o Brasil na feira americana, foi de um jovem inspirado nos problemas da avó dele que mora no sul da Bahia, que posteriormente se tornou um empresário. Ele construiu um dessalinizador solar que transformava água salobre em potável somente com a utilização de energia solar.”

        Lopes dá outros exemplos: “Neste ano, na feira internacional (da qual participam os melhores trabalhos), conquistamos o terceiro lugar com um projeto de engenharia de um menino, relativo à acessibilidade. Ele desenvolveu um aparato que, acoplado a qualquer instrumento musical, num sistema digital, converte as notas em vibrações ao ponto de a pessoa com deficiência auditiva conseguir se emocionar. Tem também o caso de jovens que fizeram um óculos mouse, que funcionava conforme o movimento da cabeça.”



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