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Opinião - Um mundo melhor é possível

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João Paulo Dutra

O Fórum Social Mundial Temático de 2016, realizado entre os dias 19 e 23 de janeiro último, na cidade de Porto Alegre (RS), como os anteriores, também apresentou as mais diversas correntes de pensamento e embates sobre os temas políticos, sociais e econômicos atuais. O evento atraiu pequena presença de políticos, mas grande participação de setores sociais excluídos e mais oprimidos, como os índios, negros e quilombolas.
Como era de se esperar, a exemplo do que aconteceu nas edições anteriores, houve inexpressiva cobertura da imprensa brasileira, com o claro objetivo de ignorar o que estava ocorrendo.
Entre os muitos assuntos abordados, destaco dois em especial: um surpreendente movimento separatista dos estados da Região Sul – que nos fez lembrar as cidades e estados da época grega –, reivindicando autonomia e independência com relação ao resto do País; e outro, que nos diz respeito mais de perto, que é a convergência sobre os direitos da população idosa. Nesse último painel, ressaltamos a presença de um representante de Portugal que relatou a assistência e o respeito aos idosos naquele país.
Outro fato marcante no mesmo debate foi o testemunho de Emerson Lemes. Ele mostrou, em sua palestra, que a Previdência Social do Brasil é superavitária, ao contrário do que se vive dizendo. Como especialista em cálculo atuarial, Lemes afirmou que o nosso sistema não dá prejuízo e tem créditos com a União, pois, citando apenas os governos militares, lembrou que os recursos advindos da Previdência financiaram a construção da hidrelétrica binacional de Itaipu, a ponte Rio-Niterói (RJ) e a Rodovia Transamazônica (com 4.223km de comprimento, ligando a cidade de Cabedelo, na Paraíba, a Lábrea, no Amazonas, cortando sete estados brasileiros: Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas). No mesmo painel, dois representantes do governo federal falaram sobre futuras mudanças que deverão acontecer nas aposentadorias dos brasileiros, por estarmos nos transformando, nos próximos 20 anos, em um país de idosos.
Ressalto ainda que durante outras apresentações do FSM ficamos sabendo que apenas 1% da população do Planeta detém 99% dos recursos mundiais!
Saliento, finalmente, que a escultura da Deusa Têmis do Palácio da Justiça, na Praça da Matriz, está sem a venda e a balança, como lhe é característico. Essa maneira de representar a Justiça traduz uma visão premonitória. Sem venda, pode-se enxergar melhor, fugindo da maneira mío­pe de olhar, por exemplo, os direitos dos excluídos. Mais uma vez, é Porto Alegre indicando o caminho.
O fantástico desse encontro foi reviver e revirar todos os assuntos ocultos, fazendo-nos meditar e não esquecer, nem ignorar, nossas diversidades e sua importância. Vamos aguardar 2017 com esperança e luta para mostrar que um mundo melhor é possível.


João Paulo Dutra é vice-presidente do SEESP

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