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Educação - Na nova turma do Isitec, muitos alunos de escola pública

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Deborah Moreira

Eles têm entre 17 e 28 anos. A maioria é da cidade de São Paulo e boa parte é oriunda de escola pública. Esse é o perfil do estudante que cursará a segunda turma de Engenharia de Inovação no Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), cujas aulas começaram em 15 de fevereiro último. Dos 409 inscritos, 30 foram aprovados no processo seletivo para a graduação e 25 se matricularam. Desses, nove vêm de escolas públicas, sendo três de Escolas Técnicas Estaduais (Etecs). No segundo semestre, haverá novo processo seletivo para 30 vagas.

“Esse é um novo perfil do estudante do Isitec que está se desenhando e acredito que tenhamos obtido com a nossa metodologia, que neste ano fez uma avaliação mais fina e acabou captando esses jovens. Diferentemente da primeira turma, bastante heterogênea, a de agora é formada em sua maioria por jovens e muitos vindos de escolas técnicas de excelente qualidade”, explica José Luís Marques López Landeira, professor de Laboratório de Linguagens do instituto e responsável pela elaboração do vestibular. Selecionados a partir da soma do teste de análise de aptidtão lógica online, do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e de prova de análise e interpretação de linguagens com 20 questões de múltipla escolha e uma redação, preparadas e aplicadas pelo Isitec, todos contam com bolsas de estudo custeadas pelo SEESP, entidade mantenedora da faculdade, e ajuda de custo de R$ 500,00.

Diretor de graduação, José Marques Póvoa lembra que o critério foi o mesmo de 2015, porém ressalta: “Aprendemos muito com a primeira turma e fizemos mudanças. Elas nunca podem acabar, porque senão vira um curso tradicional.” Quem atesta a importância dessa evolução é João Marcos Sales Oliveira, 18, que foi da primeira turma da graduação em 2015. Ele desistiu do curso em outubro último, depois de enfrentar dificuldades de adaptação à Capital paulista, já que vem de longe, de Rondônia. “As intempéries de deslocamento para o Isitec, somadas às dificuldades do curso e à saudade da família falaram mais alto”, justifica. Quando voltou à sua cidade, o arrependimento bateu: “Precisei prestar novamente o vestibular e faria outra vez se fosse necessário”, assegura Oliveira, também aprovado no processo seletivo atual.

O perfil
Oliveira reúne características que foram bastante valorizadas no exame deste ano. “Queremos um estudante que consiga compreender o que ouve, o que lê e que relacione as aprendizagens entre si e com o mundo em que vive”, conta Landeira. Também não pode ser somente voltado à aplicação de cálculos. “Leonardo da Vinci era engenheiro, assim como Manoel Bandeira. Precisa ter sensibilidade para dialogar com todas as questões”, completa o professor.
Quem também tem esse perfil é Thais Martins Rego, 20 anos. Moradora da zona sul de São Paulo, estudou em escola pública e não fez cursinho. “Todos na família ficaram felizes, principalmente meu tio, que fez matemática, mas sempre quis ser engenheiro”, conta Martins, que será a primeira engenheira da família. Thais Dornelas Mariano Rodrigues Meireles, 28, por sua vez, afirma que desde os 17 anos quer ser engenheira. “É a oportunidade da minha vida”, enfatiza ela, que já é formada como tecnóloga em alimentos e em curso técnico de segurança do trabalho.

Meireles se encantou com a “proposta desafiadora”. “Além da nova experiência com o aprendizado, vamos ser profissionais para um mercado bastante promissor”, avalia. Após três tentativas de ingressar na área e dois anos de cursinho, Lincoln Luiz Victorio Filho, 21 anos, é outro ingressante. Quando soube do Isitec pela mãe que é metroviária, logo se interessou. “Sempre quis fazer engenharia e havia tentado outras faculdades. Consegui entrar no curso de mecânica, na Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), há 1,5 ano. Quero tentar manter junto com o Isitec”, conta. O estudante diz estar um pouco assustado com a nova metodologia, cuja dinâmica depende, em suas palavras, “de os alunos correrem atrás dos conteúdos”. Mas garante: “Quero ficar. Esse tipo de desafio que eu precisava.”

A nova metodologia não intimidou Sandor Fleury Pereira, 19 anos, que fez escola pública federal e passou também no vestibular da Universidade Federal do ABC (UFABC). No entanto, preferiu a graduação do Isitec. “O curso é genial. No ensino médio sempre estudei sozinho. É muito chato. Aqui (no instituto) a dúvida é sempre de um grupo, que procura resolver conjuntamente. É diferente de tudo o que me falavam sobre uma faculdade”, exclama, lembrando que os professores estão sempre disponíveis. Completamente envolvido, ele entrou para a turma dos que não conseguem sair no horário. “Quando vejo, já são oito da noite.” Fleury acrescenta: “Agora sei que é isso que eu quero: ser engenheiro de inovação, poder trabalhar em diferentes áreas ou numa indústria de um produto que não é propriamente material, mas tenha valor para as pessoas, para a construção de uma sociedade melhor”, conclui.

Saiba como foi o primeiro dia de aula, que contou com a presença do presidente do SEESP, Murilo Pinheiro. 

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