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TECNOLOGIA - SEESP inicia diálogo para cooperação tecnológica com a China

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Lucélia Barbosa

       Uma delegação do sindicato, que esteve na China entre os dias 7 e 23 de outubro último, teve como objetivo conhecer os métodos de gestão e de ensino das universidades locais, visando agregar conhecimento aos trabalhos de implementação da IES SEESP (Instituição de Ensino Superior).
       Além disso, o grupo conseguiu estabelecer um relacionamento inicial, que permitirá a cooperação científica e tecnológica e o intercâmbio de alunos e profissionais entre os dois países.
      Em Beijing, visitou as universidades Tsinghua University e University of Science and Technology Beijing. Na cidade de Guangzhou (Cantão), passou pela South China University of Technology. Em Shanghai, ministrou uma palestra sobre a engenharia brasileira e a formação dos profissionais no século XXI na Shanghai University of Engineering Science. “Fomos a primeira delegação brasileira a estar e a palestrar nessa universidade”, destaca Allen Habert, diretor do SEESP e da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados). 
       Segundo ele, essas visitas indicaram com clareza uma fronteira muito grande a ser ocupada nas atividades de intercâmbio e de colaboração bilateral. “Temos ampla possibilidade de desenvolver essa cooperação, porque o Brasil é muito bem visto pela China que ainda não tem convênio com nenhum país da América do Sul”, informa. Conforme Habert, a intenção do SEESP é firmá-los com as quatro universidades. “No caso específico da Shanghai University, já avançamos no objetivo de promover cursos de curta duração”, explicita. 
       Na avaliação de Antonio Octaviano, coordenador-geral do projeto da IES SEESP, foi possível perceber grande preocupação com a educação fundamental no destino asiático. “Da mesma forma que ressaltamos no nosso projeto a importância da inter-relação entre as matérias básicas e as profissionalizantes, os chineses também têm vários trabalhos no sentido de mostrar claramente ao discente do ensino médio por que ele precisa dominar a matemática, a química e a física”, diz. E relata: “Constatamos ainda nas universidades similaridade com os nossos anseios de bem formar, de receber os estudantes mais qualificados, de interagir com as empresas e de motivar o aluno. Além disso, as escolas chinesas têm estrutura de apoio que inclui acompanhamento com psicólogos, reforço de aulas e até alojamentos.”
       Uma característica interessante da China é que todas as universidades são públicas, porém pagas. Outra variante é que os cursos de graduação têm duração de quatro anos e baixo índice de desistência, estimado entre 8% e 10%. Há também pouco incentivo para a prática de estágios e para a educação a distância.
       Aspecto relevante é o mecanismo de avaliação dos docentes. Conforme Habert, sua atuação é submetida aos alunos e, caso recebam nota menor que cinco, passam por um processo de aprimoramento. “Esses professores são convidados a fazer um curso de pedagogia e a assistir aula na sala de um educador bem avaliado, que também participa do seu dia a dia para comentar as mudanças necessárias. Isso é muito importante, porque o transmissor de conhecimento precisa se aperfeiçoar e evoluir”, opina. Caso a avaliação prossiga baixa por dois semestres, o docente é afastado. 
       Ainda sobre esse ponto, Octaviano conta que o país asiático tem um exame nacional com um ranking das melhores universidades. “Dessa forma, os jovens com maior competência entram nas mais qualificadas.”

Universidade-empresa 
       A experiência serviu ainda para entender como se dá a vinculação do desenvolvimento científico e tecnológico com o mercado. Com mais de 600 mil companhias estatais, a contratação de engenheiros na China é alta: 98% dos cerca de 600 mil profissionais formados por ano têm trabalho garantido. “Vimos um relacionamento intenso entre o setor produtivo e a universidade. Há inclusive programas com diploma específico para engenheiros de determinadas empresas”, diz Habert.
       Na visão de José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador do Conselho Tecnológico do sindicato, que também participou da viagem, foi possível identificar algumas tendências mundiais referentes ao ensino das engenharias. Para ele, é fundamental que a formação desses profissionais tenha na atualidade foco em quatro temas importantes: energia, sustentabilidade, água e saúde. “Essas são as grandes preocupações do ser humano no século XXI, que devem nortear a IES SEESP. Temos que montar um curso de fato inovador já na estrutura curricular. Feito isso, estaremos dando uma grande contribuição à sociedade”, salienta.
       A delegação do sindicato participou da “Feira Chinesa de Importação e Exportação”, em Cantão, que exibiu os avanços tecnológicos do País em produtos de diversos segmentos, e da “Expo Shanghai 2010”, cuja edição teve como tema “Uma cidade melhor para uma vida melhor”.

 

 

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