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16/06/2015

Após doações, banco de sangue contabiliza vidas

As 68 doações de sangue realizadas por engenheiros e arquitetos da Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP) concederam a pacientes, que aguardavam na fila para procedimentos cirúrgicos, a oportunidade da realização dos mesmos. De acordo com o Hemocentro do Hospital São Paulo, essa quantidade de doadores na sexta-feira (12/6), quando ocorreu a ação, é o número desejável para se manter o estoque em condições ideais.

Foto: Beatriz Arruda/Imprensa SEESP
doacao engenheiros red



“Para manter o estoque do banco de sangue em um nível ideal, é preciso que haja de 60 a 80 doações ao dia. Infelizmente, a realidade nossa é de 40 a 50 doações, ao dia, o que faz com que a gente atenda a demanda imediata e até falte subprodutos, como as plaquetas", explica a assistente social, Rudneia Faria de Rezende, responsável pela captação de doadores do banco de sangue.

A doação de sangue em massa chamou a atenção para as dificuldades atuais dos bancos de sangue de maneira geral, como atesta a médica do local, Maria Angélica de Camargo Soares: “Nesta época de frio, quando as pessoas doam menos, temos dificuldade de obter um componente derivado do sangue, a plaqueta, que dura até três dias e é fundamental para atender aos que fazem transplante de medula ou quimioterapia, por exemplo”.

De acordo com a médica, o Hemocentro do Hospital S. Paulo vem trabalhando com déficit de 20% a 30%, atendendo sempre sob demanda. “Sem a doação, não temos como dar continuidade a muitos tratamentos de saúde. Sangue é fundamental porque não existe um substituto. E para cada doação a gente obtém três ou mais subprodutos”, conta.

Servidores em campanha salarial

Cerca de 100 engenheiros e arquitetos participaram da doação de sangue. Mesmo os que não puderam doar, devido às restrições médicas, permaneceram durante todo o dia no lugar em solidariedade à luta dos servidores municipais por reposição das perdas inflacionárias (que chegam a 51%) e para pressionar o prefeito Fernando Haddad a enviar à Câmara o projeto e lei que instituí carreira única para as duas categorias.

O engenheiro civil Aristeu Nakamura, servidor do município há 27 anos, lembrou que a proposta atual do Executivo é ruim para os que estão chegando ao final da carreira: "Vou perder tudo se aceitar essa tabela, que impõe o subsídio. Serão 27 anos jogados no lixo. É uma falta de consideração da atual administração com a categoria".

Como Nakamura, a arquiteta Dalva Tomas trabalha para a cidade há muito tempo: 37 anos. Com base na última proposta feita pelo prefeito, terá cerca de R$ 100 de aumento.  “É um ato político que representa o nosso desejo de ser valorizados. Estamos sendo desvalorizados, inclusive, perante outras categoriais do município”, diz a servidora, que, com os demais colegas, é veementemente contrária ao pagamento por subsídio. “A nossa meta é começar a carreira com os 8,5 salários mínimos. Mas, a proposta que veio do governo só estabeleceu esse patamar para quem está no início de carreira. Para nós que já estamos no final da carreira, a tabela proposta vai achatando os valores”, lamenta.

Também servidora há 37 anos, a arquiteta Alice Cruz Antunes fez questão de estar presente: “Estou inconformada com esse salário. Há 11 anos a gente recebe 0,01% de aumento. Isso é ridículo e a população precisa saber como a prefeitura trata a gente”.

Mais novos também na luta
Recém chegado à Prefeitura, o engenheiro agrônomo André Tadeu Gasparoto, tinha a expectativa de encontrar um ambiente “que rendesse melhorias para a cidade”. “O que eu vejo é uma precarização do trabalho e uma consequente desvalorização do profissional”, lamenta Gasparoto. Há nove meses na atual administração, tem um ganho líquido de R$ 2700, já inclusos o vale-alimentação e o vale-refeição.

“Há pelo menos duas semanas não há avanço nas negociações. Com o que ganho não é possível aproveitar o que a cidade oferece de melhor e estou sempre precisando economizar”, diz o agrônomo que trocou o transporte público pela bicicleta para economizar R$ 7 ao dia. Sobre duas rodas, e sem motor, ele conta que percorre 14 quilômetros diariamente e que, além de economizar dinheiro, também ganha tempo. “De ônibus eu gasto cerca de uma hora e vinte minutos só na ida. Com a bike são 25 minutos pedalando”, completa.

“Doamos um pouco mais de nós à população. Além disso, é uma maneira de apimentar a campanha salarial. Esperamos sensibilizar o governo sobre a nossa capacidade e competência, que podem e devem ser melhores aproveitadas no serviço público em beneficio da população”, afirma o engenheiro Deodoro Vaz, delegado sindical do SEESP, na PMSP.


"Estamos em um momento de muita decisão e tudo indica que o governo em breve enviará à Câmara o projeto. Esse ato é em solidariedade ao banco de sangue da cidade, que está com uma baixa muito grande e de reforço da nossa união, mostrando que o funcionário público da prefeitura de São Paulo vive há muito tempo uma situação precária. É uma forma de demonstrar que estamos juntos", diz Sarita Tobias de Andrade, arquiteta da Secretaria de Licenciamento há dois anos.


Histórico
Após ampla pressão das duas categorias na Câmara Municipal de São Paulo, no final de 2014, o governo municipal retirou oficialmente, no dia 19 de novembro as categorias do Projeto de Lei 312/14, enviado pelo Executivo à Câmara Municipal de São Paulo, que propõe uma nova remuneração dos servidores a partir do chamado subsídio. O anúncio foi feito pelo líder do governo na Casa, vereador Arselino tatto (PT), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Tanto engenheiros, quanto arquitetos são contrários ao pagamento por susídio, que congela os salários de todo o funcionalismo municipal.

O pagamento por subsídio soma o piso e gratificações adicionais, acabando com a incorporação de futuras gratificações. De acordo com os delegados sindicais do SEESP, na Prefeitura, os servidores em início de carreira defendem o subsídio por terem aumento relevante. Mas, após 5 anos, começarão a sentir as perdas. Além disso, quem está no final da carreira não terá reajustes significativos com a proposta atual. Os servidores públicos municipais recebem desde 2007 0,01% de reajuste, previstos na Lei Salarial 13.303/02.



Deborah Moreira
Imprensa SEESP






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