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21/03/2014

A mulher faz a diferença onde atua, diz engenheira


A sensibilidade e o grande poder de negociação fazem a diferença onde a mulher atua, seja na política, no meio profissional ou no movimento sindical. A observação é da vice-prefeita de Diadema (SP) e presidente da delegacia do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (Seesp), na região do Grande ABC paulista, Silvana Guarnieri. Engenheira civil formada há 30 anos, ela entrou no mercado de trabalho quando a área passava por muitos problemas, como a falta de investimento em obras de infraestrutura. Todavia, não sentiu dificuldade em ingressar na profissão e o seu primeiro emprego foi na então Secretaria de Negócios Metropolitanos do Estado de São Paulo. Nesta entrevista à Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), Guarnieri fala mais sobre a sua visão da mulher na sociedade.

Como foi o seu ingresso no mercado de trabalho da engenharia, universo predominantemente masculino?
Mesmo naquele momento de dificuldade para o setor, enfrentei apenas uma disputa de espaço profissional sem sentir a questão de gênero pesando desfavoravelmente contra mim. Mas existe outra coisa que pesa contra as mulheres, precisamos mostrar que temos capacidade todo o tempo. Na verdade, acho que é uma “condição” diária nossa mostrar e provar que somos boas no que fazemos. A nós é necessário provar todos os dias que somos capacitadas.

Depois do estabelecimento profissional, a senhora enfrentou outro meio masculino, o movimento sindical.
A minha entrada no Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo foi tranquila, tive uma acolhida muito boa. A nossa entidade é diferenciada, ela procura garantir as representações e reivindicações de todos os setores. Dentro da ação sindical pudemos colocar com mais clareza a questão de gênero e mostrar as nossas necessidades, uma das principais, ainda, é a da igualdade de salário.

A senhora foi eleita vice-prefeita de Diadema. A participação da mulher na política é fácil?
Aí sim a dificuldade é muito maior. A política é ainda muito masculina. A mulher, por ter dupla ou tripla jornada de trabalho, tem dificuldade de estar à disposição. O que é uma pena, porque ela tem uma participação muito grande no uso dos serviços públicos da cidade, como transporte, saúde, educação. A mulher poderia, não fosse o seu tempo tão escasso e disputado por tarefas domésticas, contribuir com os seus conhecimentos a indicação de melhorias. Vemos bastantes mulheres nas lideranças de bairros, mas essas ainda enfrentam problemas na formação política. Por outro lado, nesse momento, a representação feminina começa a aumentar por conta da lei que obriga os partidos a reservarem 30% das suas vagas para as mulheres. É um passo, mas que precisa aumentar. Para mim, deveríamos sair de forma igualitária, 50%, no mínimo.

Nesse sentido, qual o papel do Coletivo de Mulheres da CNTU nessa caminhada de ampliar a participação da mulher na vida sindical e política?
É totalmente bem-vinda a criação do nosso coletivo, porque estamos falando de mulheres que têm uma inserção efetiva em trabalhos de ponta da sociedade. Estamos falando de médicas, farmacêuticas, nutricionistas, odontologistas, economistas, engenheiras. Profissões que têm uma posição muito destacada em várias áreas de governo, em todos os níveis. No coletivo, a mulher tem essa possibilidade, sim, de tratar de questões trabalhistas e mais específicas da sua área, mas também de contribuir de forma decisiva na elaboração de diretrizes e de políticas públicas que atingem milhões de brasileiros.

Em abril, a CNTU realiza o 1º encontro das profissionais universitárias. Qual a sua expectativa?
Será um momento de grande troca de informação e de visibilidade das nossas reivindicações, sem dúvida nenhuma. Ao mesmo tempo, poderá ser o embrião da elaboração e realização de um grande projeto para uma política mais direcionada ao público feminino, mas sem perder o foco do bem-comum.

As mulheres onde atuam fazem a diferença?
Sem dúvida nenhuma. A contribuição da mulher é muito diferenciada. Temos a capacidade de reunir, convencer, do bom senso e da cordialidade, características que nos fazem realizar ações mais concisas, duradouras e estruturadas. (Por Rosângela Ribeiro Gil)



Imprensa - SEESP
Entrevista originalmente publicada no site da CNTU 










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