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28/01/2014

Reciclagem - Aplicação de cacos cerâmicos

Uma parceria do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) com a Cooperativa das Indústrias Cerâmicas do Oeste Paulista (Incoesp) está desenvolvendo um projeto de pesquisa para viabilizar o uso dos resíduos de cerâmica vermelha (RCV) gerados durante a queima dos produtos, tais como blocos, telhas e lajotas. Atualmente, os cacos cerâmicos constituem perdas do processo produtivo e são, usualmente, descartados.

A pesquisa está dividida em três fases e tem como objetivo a caracterização e estudo de aproveitamento dos resíduos gerados no polo cerâmico do Oeste Paulista. O projeto é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq, e deve ser finalizado até outubro deste ano.

O Brasil produz 130 milhões de toneladas de cerâmica vermelha anualmente; só no Estado de São Paulo, são 16 milhões de peças e 32 milhões de toneladas de cerâmica. Centralizado nas cidades de Panorama e Paulicéia, o polo reúne mais de 100 cerâmicas, em sua maioria micro e pequenas empresas, e possui uma produção anual de cerca um milhão de toneladas.

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Deste total, 5%, ou seja, 50 mil toneladas, viram resíduos que, na maioria das vezes, são descartados ou, eventualmente, utilizados como cascalhos em estradas ou pátios das próprias cerâmicas.

Esse polo foi escolhido para a realização dos estudos por abranger uma das aglomerações produtivas de base mineral reconhecidas pelos governos paulista e federal como sendo um arranjo produtivo mineral (APL), pela concentração de empresas e elevada produção cerâmica, e por dispor de uma gestão bem estruturada representada pela Incoesp.

A primeira fase realizada no ano passado consistiu no levantamento de informações básicas do setor na região, como volume da produção e de resíduos gerados, características técnicas do processo produtivo, bem como a coleta de amostras para análises e ensaios nos laboratórios do IPT.

Na segunda fase será realizada a caracterização físico-química e tecnológica dos cacos cerâmicos, orientada basicamente para duas aplicações: como matéria-prima (chamote) retornando à massa cerâmica (estabelecendo o tipo de moagem e a proporção em que podem ser usados), e como aditivo mineral ativo, de ação pozolânica, em argamassas e artefatos de cimento.

A última etapa consiste na elaboração de um projeto conceitual de uma planta de produção de RCV, abrangendo as etapas de processamento, recepção, homogeneização, estocagem, cominuição (fragmentação), separação granulométrica e estocagem.

Entre os benefícios do aproveitamento do RCV, destaca-se a perspectiva de ganho econômico pelos ceramistas, a partir da substituição de parte das matérias-primas minerais empregadas e pela possibilidade de agregação de um novo negócio, a partir da produção de materiais cimentícios. Outros benefícios importantes referem-se à minimização na geração de passivos ambientais, pela diminuição de áreas de descarte do RCV, bem como a redução no consumo de matérias-primas minerais, prolongando a vida útil das reservas de argila na região. Outro ganho a ser destacado é na própria fabricação dos produtos, pois a adição de cacos devidamente processados possibilita a produção de cimento de baixo impacto ambiental, com menor emissão de gás carbônico.

Duas unidades técnicas do Instituto participam do projeto, a Seção de Recursos Minerais e Tecnologia Cerâmica e o Laboratório de Materiais de Construção Civil. Existem estudos similares no Brasil, mas segundo o pesquisador Marsis Cabral Junior “o diferencial da pesquisa do IPT é que, além da caracterização tecnológica dos resíduos em duas vertentes de aplicação, os estudos abrangem a formatação de uma unidade industrial de processamento de RCV, o que amplia a perspectiva do uso da tecnologia pelo setor produtivo e, consequente, do sucesso do projeto”.


 

Fonte: IPT









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