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02/12/2013

Universidade e mercado mais próximos, defende formando de engenharia

GustavoDenariUFSCardentroGustavo Bueno Denari [foto ao lado] entrou na faculdade aos 22 anos de idade e, neste ano, aos 27, está se formando pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Ele explica que cursou praticamente, durante quatro anos, a partir dos 17 anos, física e depois mudou para a engenharia física, porque vê mais oportunidades nessa área. Denari já atua no setor que pretende seguir carreira, numa instituição financeira. Nesta entrevista ao Jornal do Engenheiro (JE), o graduando defende uma maior aproximação entre universidade e mercado de trabalho, “para o profissional ficar um pouco menos acadêmico”, dá sua opinião sobre como se valoriza a engenharia no Brasil e mostra muito otimismo em relação ao futuro da profissão.

Por que você escolheu o curso de engenharia?
Gustavo Bueno Denari –
A escolha não foi trivial. Cursar engenharia foi para melhorar as habilidades em exatas, mas principalmente pelo leque de oportunidades que o curso abre, ele é um dos poucos que conseguem "migrar" de área com facilidade e isso amplia o universo de oportunidades.

Em qual área pretende exercer sua atividade?
Denari –
Entre as diversas áreas que a engenharia física possibilita trabalhar, eu optei por seguir no mercado financeiro, pela qual tenho verdadeira paixão. Especificamente na área de modelos de riscos de créditos, sou desafiado intelectualmente todos os dias e isso me faz bem.

Como você vê o mercado de trabalho em relação à profissão hoje no Brasil?
Denari –
Creio é um mercado promissor e em expansão. As empresas necessitam dessa formação que a engenharia agrega em seus alunos, uma formação que leva a visão de conjuntura, toda empresa tem problemas e desafios e a engenharia é a que consegue buscar na teoria as soluções para se colocar em prática e ficar em igualdade de competição com os concorrentes nacionais e internacionais.

Como você avalia a polêmica de que o país enfrenta uma insuficiência de profissionais da tecnologia?
Denari –
Não vejo como polêmica, é uma realidade. Podemos formar inúmeros profissionais de tecnologia por ano, mas quantos desses saem da universidade com a formação necessária? Um exemplo claro, engenheiros que conhecem acústica são poucos os estimulados a buscar essa formação. Como vencer essa realidade é um desafio. As universidades têm que parar e olhar para o mercado e perguntar o que devem melhorar em seus cursos e reformular. Estamos em um mundo onde surgem inovações praticamente todos os dias e, permanecer numa grade curricular elaborada nos anos 1980 é complicado.

Mas também as empresas precisam compreender que um profissional de tecnologia tem uma capacidade de assimilar muito rápido e todos têm uma formação básica em tecnologia similar. Por isso, elas devem oferecer mais treinamentos, pois isso não é despesa e sim investimento. Muitos profissionais são atraídos pelas empresas que investem na formação de seus funcionários.

Você poderia falar um pouco de como você entrou na faculdade, qual era a sua perspectiva na área, e, passados tantos anos de estudo, como você percebe a profissão que abraçou?
Denari –
Entrei na faculdade buscando ser um profissional que auxiliaria no desenvolvimento da fotônica e dos lasers para saúde. Mas quando cursei a disciplina de Engenharia Econômica eu vi que esse era o caminho que queria seguir, o que me fez buscar disciplinas voltadas para análises financeiras e curso no exterior também voltado para área de business. Em suma, entrei na universidade com uma visão de mundo restrita ao colegial e das profissões dos meus pais (zootecnista e pedagoga) e saio com uma visão muito mais ampla, a visão industrial, financeira, econômica e de tecnologia que o país precisa.

Em sua opinião, como se valoriza a mão de obra da engenharia brasileira?
Denari –
Uma pergunta com várias respostas possíveis, mas três caminhos podem responder essa questão: existem cursos de engenharia pipocando em todos os lados, assim ocasionando uma enxurrada de engenheiros que aceitam as condições do mercado: muita oferta de mão de obra pede para que a mão de obra não seja valorizada. O outro é a falta de cursos de engenharia que atendam a real demanda das empresas, os poucos que conseguem observar essas necessidades conseguem alta valorização da sua mão de obra. E, por último, falta das empresas dentro das universidades, isso nos torna muito acadêmicos, gerando um ar de "pouco" preparado e logo mais custos para "moldar" ao estilo da empresa.

Para valorizar a mão de obra é fundamental olhar para esses três pontos, pois eles se correlacionam. Creio que o mais crítico e que valorizará a mão de obra da engenharia brasileira é saber o que o mercado precisa. A partir do momento que os cursos formarem os profissionais com o perfil que as empresas necessitam haverá uma inversão no cenário atual: pouca oferta de mão de obra e, portanto, mais valorizada será a mão de obra.

 

 

Rosângela Ribeiro Gil
Imprensa – SEESP






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