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11/06/2013

Pesquisador enfoca a degradação estrutural do trabalho

Marcelo Dornelis Carvalhal, professor da Unesp de Ourinhos, aponta que as teses sobre o fim da centralidade do trabalho estão relacionadas à apologia da globalização como última etapa civilizatória. Para ele, a aposta neste descentramento não é apenas uma miopia intelectual, mas sobretudo o desdobramento lógico de uma forma de pensar (e agir) que mediocrizou-se diante da complexidade da realidade.

Tributário deste pensamento, segundo ele, também se encontra a afirmação do espaço aniquilado, cujas dimensões ontológicas são descartadas como obstáculos concretos à consolidação absoluta da hegemonia capitalista.

“Quanto ao trabalho, também podemos observar que não só não se realizou a promessa do maior tempo livre, como tornou-se mais extensa e intensa a jornada de trabalho em muitos lugares e setores econômicos”,  diz Carvalhal, autor da pesquisa ‘A degradação estrutural do trabalho: esboços para uma Geografia do Trabalho’.

“Nunca é demais lembrar que a liberdade presumida do tempo fora do trabalho é obliterada pela punção econômica do trabalho sob o capital, ou seja, estar fora do trabalho é comprometer a capacidade de obtenção de bens e mercadorias. A maioria dos desempregados ou de trabalhadores em tempo parcial vê corroída sua capacidade de atendimento às suas necessidades”, afirma o pesquisador.

Carvalhal argumenta que o território é um trunfo fundamental para a exploração do trabalho, como componente da luta de classes facilita a mobilidade do capital, criando a sensação de que as empresas (e os empregos) podem se deslocar a qualquer momento - retórica bastante utilizada para justificar a necessidade de conformação dos trabalhadores às condições de trabalho das empresas.

“Territórios são assim produzidos para atender a necessidade de trabalhos precários pelo capital, ora expandindo em áreas ‘novas’, ora destruindo os arranjos sociais em lugares com melhores condições de trabalho”, comenta.

A pesquisa aponta como, no cenário de “desestruturação” do mercado de trabalho fordista, a precarização do emprego surge como expressão da inadequação do padrão de emprego do Pós-Guerra às novas determinações da acumulação flexível. Por precário entende-se o emprego informal, de baixa qualificação, instável, salários reduzidos, agravos à saúde, insegurança.

“A própria espacialidade do capital neste sentido assume uma expressão espiralada, em que a condição mais degradante do trabalho num lugar, volta-se para os lugares desenvolvidos como uma assombração, afetando não só a subjetividade dos trabalhadores, mas concretamente sua situação concreta com a diminuição de oferta relativa de empregos”, conclui Carvalhal.
 

Fonte: Unesp




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