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29/06/2022

Vontade política e experiência para governar São Paulo, garante Márcio França

 

Comunicação SEESP

 

O SEESP recebeu nesta terça-feira (28/6), em seu ciclo de debates “A engenharia, o Estado e o País”, o pré-candidato ao Governo de São Paulo Márcio França (PSB). A iniciativa, já tradicional do sindicato, como sempre, se pauta por critérios democráticos, incluindo todos os partidos, independentemente de representação no Congresso. Os eventos serão programados até setembro, em acordo com a agenda dos (as) pré-candidatos (as) que aceitarem o convite da entidade.

 

Acompanhado do vereador por São Paulo Eliseu Gabriel, pré-candidato a deputado federal pelo PSB, França iniciou sua preleção apresentando diagnóstico sobre a situação no Estado e no País, remontando à história recente desde a redemocratização e o pacto nacional firmado no processo Constituinte de 1988, passando pelas grandes mobilizações em 2013 até a polarização atual.

 

Da esq. para a dir., Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, Márcio França e Eliseu Gabriel. Foto: Rita Casaro 

Sobre o período pós-ditadura, ele lembrou que a Carta Magna acabou por garantir direitos a quem antes estava excluído, como o acesso à saúde pública e gratuita para todos via Sistema Único de Saúde (SUS), a Previdência e a universalização da educação.

 

Seu diagnóstico é de que as gigantescas mobilizações de 2013, que começaram a partir de protestos contra a tarifa no transporte público e se converteram em manifestações “contra tudo e todos”, representaram um mudança no mundo partidário brasileiro.

 

“Começamos a convidar pessoas de fora da política para oxigená-la. É a fase que eu chamo de tiririquização.” Consequentemente, como avalia, no pleito passado a governador e presidente, em “2/3 dos estados brasileiros se elegeram pessoas sem experiência”, os quais se depararam com pandemia e, na sequência, guerra.

 

Para França, na percepção de que “partidos não representam mais nada”, ganharam espaço movimentos identitários, entre os quais grupos religiosos, acentuando polarização na sociedade. “O ambiente individual se sobrepõe ao coletivo. As pessoas vivem isoladas, tentando se proteger. Isso faz com que aumentem as distâncias sociais. É preciso haver reconciliação nacional”, vaticinou.

 

O pré-candidato acredita que ter experiência na vida pública, capacidade e coragem para tomar decisões, além de vontade política, é fundamental para quem almeja ocupar a cadeira do Palácio dos Bandeirantes. França apresenta-se como o pré-candidato que reúne essas peculiaridades.

 

Potencial do Estado

 

França debita à falta dessas características o fato de o Brasil enfrentar a fome apesar de ser o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e de São Paulo ser um dos cinco maiores estados ao redor do globo. “É criminoso”, indigna-se. Em meio aos graves problemas nacionais e à ausência de experiência e competências, o pré-candidato observou que “a venda de antidepressivos subiu 27% em um ano, além do alcoolismo, agressão, violência”. Em relação ao Estado e sua potencialidade, França considera que, em decorrência desse quadro, “nos últimos quatro anos, o governo atrasou os ponteiros”.  

 

Márcio França: "É preciso inovar." Foto: Soraya Misleh 

“São Paulo é a terra da tecnologia, da inovação, do pensamento, da engenharia. A Secretaria de Ciência e Tecnologia, individualmente, é maior do que 16 estados brasileiros. Se fosse um estado americano, seria o segundo mais poderoso e rico dos Estados Unidos. De cada dez copos de laranja produzidos no Brasil, seis são feitos aqui. São Paulo tem um dos maiores institutos do mundo [o Butantan], e não conseguimos produzir vacinas [contra a Covid-19], estamos apenas envasando. Não há nenhum assunto no País em que o Estado não está na frente”, destacou.

 

A despeito disso, frisou, não houve nenhuma solução criativa nos últimos anos. São Paulo, segundo França, em meio à pandemia, determinou que as pessoas cerrassem suas portas, “sem contrapartida”. “O resultado é que 70 mil comércios foram fechados, e 120 mil postos de trabalho desapareceram. Sessenta e oito por cento dos paulistas estão devendo. É uma tragédia.”

 

França foi categórico: “Todo mundo que quer ocupar um cargo público deve antever situações. Deveria ter fechado o Aeroporto de Cumbica antes do Carnaval [de 2020, aos sinais de que a pandemia chegaria ao País]. Como não foi feito, houve 3 milhões de pessoas nas ruas. Na sequência, o governo ampliou o rodízio de carros e teve mais gente andando de transporte coletivo. Todas as medidas foram cinematográficas. Foram bilhões de reais em hospitais de campanha montados e desmontados. Erraram em todas as previsões e batemos o recorde de mortos no Estado.”

 

Na visão do pré-candidato, apesar de todos os graves problemas em decorrência da pandemia, guerra e carestia, “não está tudo perdido”. Para dar conta dos desafios, França defendeu uma reforma tributária paulista que garanta incentivos a setores que impulsionam a economia, como construção civil, em projetos pensados para revitalizar o centro numa parceria com a iniciativa privada. “Nas áreas mais remotas, a proposta é trabalhar com lotes urbanizados, garantindo crédito. É mais fácil, rápido e barato.”

 

Ele propugna ainda pela instituição de “contribuição de melhoria”. A partir da valorização da propriedade em função de uma obra, como linha de metrô, quem tem um comércio ou serviço no entorno pagaria pelo tributo. E lembra: “São Paulo tem R$ 60 a R$ 70 bilhões em caixa. O Estado é rico, e a população é pobre. Tem que ter liderança [para mudar isso]. Se tiver vontade política, tudo tem solução. É preciso inovar”, concluiu.

 

Engenheiros presentes trouxeram propostas ao pré-candidato e contribuições. Foto: Rita Casaro 

No debate, os engenheiros trouxeram questões como a necessidade de planejamento e de mais engenheiros para o desenvolvimento de São Paulo, bem como preocupação com a retomada das obras paradas e a proposta de privatização da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp).

 

Sobre esta última, França refutou o formato pretendido para a venda da estatal, que reconheceu como “joia da Coroa”. “É uma empresa de R$ 100 bilhões, a segunda maior de saneamento do mundo, tem know how, tecnologia, sua imagem é positiva junto à população.” Na sua concepção, a Sabesp deve agregar saneamento ambiental, por exemplo incorporando a questão dos resíduos sólidos.

 

Confira a participação de Márcio França no ciclo “A engenharia, o Estado e o País” na íntegra:

 

 

 

  

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