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27/05/2022

Engenharia de custos otimiza investimentos e recursos naturais

A especialização garante ao profissional atuação em administração e gestão de projetos na indústria da construção civil, principalmente.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

 

No próximo 27 de maio, é dia de parabenizar todos os profissionais que atuam na engenharia de custos, área dedicada à gestão financeira de um projeto. O ofício envolve atividades como estimativa, controle de gastos, previsão de custos, avaliação de investimentos e análise de risco. Entre outras atribuições, esses profissionais planejam e monitoram projetos de investimento. Eles buscam o equilíbrio ideal entre os gastos, a qualidade e os requisitos de tempo. Por isso, a formação do engenheiro de custos é rica em habilidades de administração e gestão de projetos.

 

Não existia até então uma graduação em engenharia de custos, mas, recentemente, a primeira graduação em Engenharia de Custos do Brasil foi autorizada pelo Ministério da Educação (MEC) e está com início previsto para o segundo semestre deste ano. Sem dúvida, um passo importante para o desenvolvimento da engenharia e de diversos setores que precisam de mão de obra qualificada. Até o momento, por isso, a engenheira de custos era uma área complementar para as demais áreas da engenharia, principalmente a da construção civil.

 

Daiane 1 600Formada em Engenharia de Fortificação e Construção pelo Instituto Militar de Engenharia, em 2013, Daiane Dias, natural do Rio de Janeiro (RJ), é oficial do Exército Brasileiro, e atua na área de engenharia de custos. Crédito: Acervo pessoal.

 

Formada em Engenharia de Fortificação e Construção pelo Instituto Militar de Engenharia, em 2013, Daiane Dias, natural do Rio de Janeiro (RJ), é oficial do Exército Brasileiro, e atua na área de engenharia de custos. “Desde o início da minha trajetória profissional, trabalhei na execução direta e indireta de obras públicas, tanto na parte de elaboração de projetos e contratos quanto na fiscalização e controle de obras licitadas”, informa a engenheira, que se especializou em Modelagem e Informação da Construção com foco em engenharia de custos, em São Paulo. Entre as diversas atividades desempenhadas nesse percurso, Dias diz que teve uma grande afinidade com a parte de orçamento e gestão de processos, “por isso, foi um processo natural de afinidade, trabalho e busca por aperfeiçoamento na área, fazendo uma especialização, em São Paulo, em Modelagem da Informação da Construção, sempre focando na engenharia de custos”.

 

A engenheira e oficial do Exército passou por quatro cidades de estados diferentes na execução direta e indireta de obras e serviços de engenharia, como Santarém (PA), São Paulo (SP), Araguari (MG) e atualmente está em Recife (PE). Em todos os lugares, garante Dias, “tive a oportunidade de trabalhar na elaboração de projetos e orçamentos, tanto na área da construção civil, com ampliação e reforma de quarteis, quanto na área de infraestrutura, com pavimentação e implantação de rodovias e ferrovias. Além disso, pude trabalhar na fiscalização de obras licitadas pelas organizações e no gerenciamento e controle de obras de execução direta”.

 

A engenheira prosseguiu no aperfeiçoamento profissional e, entre 2017 e 2019, fez pós-graduação em metodologia BIM [sigla, em inglês, Building Information Modeling], ou Modelagem da Informação da Construção, que é um processo criado para gerenciar informações em um projeto de construção em todo seu ciclo de vida, na capital paulista. “Meu foco foi na área de orçamento e compatibilização de projetos, além de cursos de diversas ferramentas BIM e de licitações de contratos de obras e serviços de engenharia”, explica.

 

No mesmo ano da conclusão da pós, Dias começou a ministrar aulas nos cursos de pós-graduação no Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos (Ibec), nas disciplinas de Conceitos de BIM, de Comportamento Organizacional e Cultura Colaborativa, de Orçamento e Controle de Custos utilizando BIM e de Gestão e Planejamento de Obras 5D - Custo. Atualmente, aos 30 anos, trabalha, como Chefe da Seção de Projetos e Orçamentos da CRO/7, na capital pernambucana. Todavia, como ela faz questão de dizer, não parou os estudos: “Estou cursando outras duas pós-graduações, uma em Direito Administrativo e outra em Orçamentação, Planejamento e Controle na Construção Civil, sempre em busca de novos conhecimentos.”

 

Segundo ela, que já atua com uma tecnologia de informação de ponta, como o BIM, as novas ferramentas tecnológicas digitais e de informação são uma realidade em todas as profissões, e não seria diferente principalmente a engenharia, observa. “A tecnologia se tornou uma realidade necessária para se destacar no mercado. Em particular, ao se tratar da engenharia civil, com a finalidade de aperfeiçoar tarefas e elevar o desempenho dos projetos e das obras, surgiram inúmeras ferramentas para o aumento da performance e da qualidade das construções.

 

Segundo ela, não há como falar de novas tecnologias na área de engenharia sem falar de BIM, que pode ser definido, de forma muito sucinta, “como um conjunto de tecnologias, processos e políticas que permitem aos múltiplos interessados de um empreendimento a colaborativamente projetar, construir e operar uma construção no espaço virtual”. Ao falar da gestão do ciclo de vida completo do empreendimento, a gestão de custos entra como um fator primordial para o sucesso do projeto, destaca Dias.

 

Na área da engenharia de custos, há ferramentas que possibilitam a otimização desde a fase de levantamento de quantitativos para elaboração do orçamento até o gerenciamento dos recursos durante a execução propriamente dita. Ela exemplifica: “Um modelo BIM traz inúmeras vantagens, tais como a colaboração entre todos os agentes envolvidos naquele empreendimento, trazendo uma integração entre todas as disciplinas envolvidas. Para a área de custos, a integração entre propriedades e parâmetros do modelo virtual com o plano de contas do orçamento possibilita uma maior qualidade nas informações financeiras ao longo de todo o processo.”

 

Ao aperfeiçoar e automatizar processos de maneira eficiente e eficaz, garante-se a qualidade da informação gerada, “diminuindo a possibilidade de erros humanos durante o processo, e garantindo agilidade na elaboração de orçamentos e na análise de mudanças ao longo do ciclo de vida do projeto, trazendo uma maior confiabilidade nos resultados apresentados”, aponta a engenheira. Todo o aparato tecnológico emergente, acrescenta ela, traz como resultado uma “maior precisão na utilização dos recursos, trazendo o lucro almejado no caso de obras privadas, ou o uso eficiente do dinheiro público no caso de obras públicas”.

 

Daiane 3 600Como professora no Ibec, Daiane Dias destaca a importância do BIM para a engenharia. Crédito: Acervo pessoal.

 

Papel primordial
Aliada às tecnologias emergentes, Dias diz que a engenharia de custos está presente em todo e qualquer empreendimento, para a elaboração do orçamento e o controle financeiro ao longo da obra. No cenário atual, observa Daiane Dias, onde os investimentos não são tão abundantes e a sustentabilidade impõe a redução de desperdício e a otimização da utilização dos recursos naturais, “o papel da engenharia de custos tem se tornado primordial, fazendo com que o mercado para essa área esteja em expansão e se torne cada vez mais atrativo. Um profissional com uma qualificação sólida e uma ampla experiência se torna precioso para as empresas, trazendo com isso mais ofertas e salários mais elevados”.

 

Ela faz questão de explicitar quais as diversas atividades exercidas pelo engenheiro de custos que abrangem uma série de aspectos relacionados à gestão financeira de um projeto, atuando em todo o ciclo de vida do empreendimento, indo desde a etapa de viabilidade técnica e econômica até a execução propriamente dita. Sendo assim, o engenheiro de custos atua na estimativa de gastos, na análise econômica, na elaboração do orçamento, no controle dos gastos durante a execução da obra ou do serviço de engenharia, na gestão de riscos e no controle de mudanças ao longo do projeto. A importância da profissão vai além da elaboração de planilhas orçamentárias precisas, pois a eficiência na gestão dos recursos, no gerenciamento do negócio e nas tomadas de decisão passa pelo apoio do engenheiro de custos.

 

Formação multidisciplinar
Segundo Daiane Dias, a formação do engenheiro de custos é multidisciplinar, trazendo disciplinas relacionadas à economia, à administração, ao direito e à gestão de projetos. Como novidade, a engenheira e oficial do Exército Brasileiro informa que, a partir do segundo semestre deste ano, haverá uma formação específica na graduação em Engenharia de Custos pelo Instituto Brasileiro de Engenharia de Custos, em São Paulo, “que será o primeiro curso de graduação na área no País”, garante.

 

A formação multidisciplinar, acrescenta ela, oferece conteúdo em: licitações e contratos; desenvolvimento profissional; negociação; metodologia de pesquisa; gerenciamento de obras; planejamento e controle de obras I e II; gestão de contratos e pleitos; preço de serviço de engenharia e arquitetura; informática aplicada; custos de concessão; avaliação econômica; e estimativa de custos.

 

 

O que faz
Como um dos principais objetivos da engenharia de custos é chegar a cronogramas e orçamentos precisos e evitar que os projetos excedam seu orçamento, por isso, ela pode ​​ser considerada como algo que abrange uma ampla gama de aspectos relacionados aos custos de projetos de engenharia em geral, mas em particular:

 

· a estimativa de gastos — é o cálculo da expectativa de custo de um projeto de acordo com os padrões definidos pelos clientes;

 

· análise econômica — é uma previsão de como estará o mercado e a saúde financeira de uma empresa durante a execução de um projeto;

 

· elaboração de orçamento — envolve o levantamento detalhado de todos os custos de um projeto para a elaboração de um documento que deve ser entregue ao cliente e aos gestores da obra. No orçamento, deve-se detalhar o gasto com fornecedores, mão de obra, equipamentos, materiais etc.;

 

· controle de mudanças — mesmo que o orçamento e o planejamento tenham sido impecáveis, há sempre imprevistos. Por isso, é importante controlar as mudanças que devem ser feitas durante um projeto e calcular o seu impacto econômico;

 

· análise de risco — é um procedimento que avalia os riscos financeiros de cada etapa de um projeto. Por exemplo, é possível que determinado insumo, como o diesel, tenha uma elevação inesperada por uma crise no fornecimento de petróleo. Um engenheiro deve, portanto, elencar os riscos mais prováveis e como eles vão mudar o cenário do projeto.

 

Fonte: Ibec Ensino

 

 

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