João Guilherme Vargas Netto*
Os trabalhadores, as trabalhadoras e suas famílias têm um encontro diário com a inflação crescente sob a forma de carestia. São vários os itens que sobem de preço, a maioria deles essenciais à vida.
Os dirigentes sindicais que, eles também, sofrem com a inflação, têm além destes encontros diários um encontro anual (na maioria dos casos) com a inflação ao discutirem os acordos ou convenções de suas categorias. A luta pelo aumento real dos salários e outros benefícios é a luta anual contra a inflação, sob a forma de recuperação das perdas e correção salarial.
Em todos os casos, dos trabalhadores e das trabalhadores e dos dirigentes, é preciso que se tenha uma visão correta do fenômeno inflacionário, suas causas e efeitos e principalmente o que deve ser feito pelos gestores econômicos para combater o mal.
Para isto o artigo do professor Antonio Corrêa de Lacerda, presidente do Conselho Federal de Economia, publicado no Estadinho do dia 16 e viralizado nas redes sociais, é de extrema valia.
Na contramão da interesseira cartilha farialimense e analisando o paradoxo dos juros no Brasil demonstra que a pressão inflacionária atual se caracteriza nitidamente por um choque de oferta e não por um excesso de demanda. Critica, portanto, o tratamento que tem lhe dado o Banco Central aumentando forte e continuadamente a taxa Selic. Para o professor, tal compreensão e tal tratamento levarão inelutavelmente à famigerada estagflação, isto é, inflação continuada e recessão.
As direções sindicais e, em particular, os dirigentes da Força Sindical que sistematicamente têm combatido a jurolândia dos aumentos da Selic e estão realizando o 9º Congresso da entidade, podem se apoiar no corajoso artigo do professor, vendo confirmadas as suas teses e anunciar para o movimento sindical e para a sociedade o que exigem que se faça para combater a inflação, promovendo empregos, a produção e impedindo a desindustrialização.
*Consultor sindical