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27/08/2020

“Diálogo, transparência e coragem de mudar São Paulo”, promete Marcos da Costa

 

Soraya Misleh / Comunicação SEESP

 

Nesta quarta-feira (26/8) o SEESP inaugurou seu ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, com a participação de Marcos da Costa, pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PTB.

 

A iniciativa de convidar democraticamente todos os que estão na corrida por cargos executivos já é tradição do sindicato. Em meio à pandemia, a única diferença ante as eleições municipais deste ano, marcadas para 15 e 29 de novembro próximo (primeiro e segundo turnos respectivamente), é que os encontros são online – como ocorreu com Costa, através de webinar no Youtube e no Facebook da entidade.

 

Mais uma mostra da responsabilidade que caracteriza o SEESP – que se mantém atuante em prol dos engenheiros e da sociedade ao mesmo tempo em que busca contribuir neste momento para conter a disseminação da Covid-19.

 

Ao abrir a atividade, Murilo Pinheiro, presidente do sindicato, explicitou o objetivo de propiciar aos engenheiros conhecerem as propostas de cada um dos prefeituráveis e apresentarem suas contribuições.

 

Paulistano nascido no bairro do Brás, Costa é ex-presidente da seccional São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), cargo que ocupou por duas gestões consecutivas (2013-2015 e 2016-1018). Logo ao início, ele contou sobre sua trajetória, que o levaria a decidir disputar as eleições municipais na Capital. “Tive uma infância muito humilde, mas muito feliz. Estudei em escolas públicas. Quando eu tinha 12 anos nos mudamos para a Lapa de Baixo. Aí comecei a trabalhar como office boy em escritório de advocacia para pagar minhas contas e ajudar minha família.”

 

Nesse emprego, incentivado pelo doutor Ruy Barbosa Nogueira (1919-2003), jurista renomado e professor titular da Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo (USP), decidiu seguir a profissão de seu mentor. “Fui o primeiro da família a obter diploma universitário”, orgulha-se Costa, que atua há mais de 30 anos como advogado. “Isso nos permite conhecer o ser humano na sua essência, e na OAB tive possibilidade de participar da construção de políticas públicas, quando aprendi muito com o SEESP. Veio o convite, decidi ingressar no PTB e me lançar candidato. Quero retribuir à cidade às oportunidades que me deu, oferecer intensamente meu trabalho para tentar mudar São Paulo, essa cidade que tanto amamos e está abandonada.”

 

 

 Acima, da esq. para a dir., Edilson Reis e Murilo Pinheiro.

Abaixo, Marcos da Costa e Fernando Palmezan. (Reprodução Youtube)

 

 

Nessa direção, afirma trazer as “bandeiras” que sempre defendeu: ética, transparência, diálogo. “É preciso humildade para ouvir as lideranças da população e ter a coragem de mudar a cidade.” A seu lado, como pré-candidata a vice, conta com a Cabo Edjane. “Ter uma mulher [na chapa] é importante, porque o País é muito machista. Só o Haiti tem um número menor que o nosso no Parlamento, é preciso ampliar essa representatividade.”

 

 

Transporte e saneamento

 

Murilo informou ao pré-candidato que o SEESP tem propostas factíveis ao crescimento e desenvolvimento em áreas essenciais, como saneamento, meio ambiente, energia, habitação, transporte. “Vamos apresentá-las para seu grupo de trabalho e ver de que forma podemos contribuir”, destacou, trazendo a Costa uma das preocupações da categoria: a questão da água como bem público. “A Sabesp é a maior empresa da América Latina, não podemos vendê-la.”

 

Nessa linha, o pré-candidato pelo PTB lembrou que ainda hoje 100 milhões de brasileiros não têm acesso a saneamento básico. Como são obras subterrâneas, observa que “não gera voto, mas dignidade de vida”. E concordou: “Há setores que são estratégicos. A água é um patrimônio da sociedade brasileira e não há outro mais importante. A Sabesp tem que continuar.”

 

Também essencial, o transporte é insumo que assegura o acesso a todos os demais serviços, como enfatizou Edilson Reis, diretor do SEESP, que apresentou algumas das propostas do sindicato. Entre elas, a importância da criação de uma agência metropolitana “para resolver os problemas de integração”. “É um tema fundamental que diz respeito à produção de riqueza e circulação das pessoas. Precisamos analisar o transporte de forma transversal, não como uma modalidade apenas”, propugna Costa.

 

Reis afirmou a importância de que a política de “mobilidade humana” seja pensada juntamente com o uso e ocupação do solo, “para criar centralidades que gerem emprego e renda onde a pessoa mora”.

 

Costa concordou e trouxe mais um componente ligado à tecnologia, que ganha destaque em meio à pandemia: o trabalho em home office. “Temos que olhar para essa possibilidade no que diz respeito à própria administração municipal, com a mesma qualidade e menor custo social.”

 

O pré-candidato criticou ainda a forma como foram implantadas as ciclovias na cidade, na sua ótica, “sem nenhuma análise de impacto, em locais inadequados, colocando em risco o próprio ciclista”.

 

Ele defende a modernização do sistema de transporte, com a colocação de semáforos inteligentes e desenvolvimento de tecnologia nacional, em parceria com instituições como a Universidade de São Paulo (USP) para tanto. “Temos que valorizar o que é nosso e debater com os engenheiros.”

 

Fernando Palmezan, diretor do SEESP, trouxe ainda durante o webinar a importância da internet pública de modo a propiciar inclusão digital. O pré-candidato pelo PTB respondeu afirmativamente e foi além: “Jamais renunciei ao sonho de ver São Paulo sem desigualdades sociais.”

 

 

Valorização profissional

 

Murilo ressaltou: “Muitas vezes a categoria não é ouvida pela Prefeitura. Se montasse grupo de discussão com esses profissionais, certamente teria soluções muito mais modernas e baratas. E estamos à disposição.”

 

Conforme Costa, nessa direção, outro problema a ser resolvido é a ocupação por leigos de cargos de comando na Prefeitura que seriam próprios de engenheiros ou a falta dessa mão de obra qualificada nos quadros da administração – muitos se aposentaram e não houve a substituição devida, por exemplo. “A estrutura da administração já é estreita e houve um desestímulo [ao profissional atuar no serviço público]. É preciso valorização profissional”, afrimou.

 

Ainda em relação aos serviços públicos essenciais, Palmezan criticou durante o webinar a tentativa de redução drástica destes, através da demonização dos servidores. A referência é ao Projeto de Lei n. 529/2020, enviado em 12 de agosto pelo governador João Doria à Assembleia Legislativa de São Paulo e tramitando em regime de urgência – cujas medidas foram criticadas pelo pré-candidato.

 

“Acaba com um monte de autarquias estaduais e prevê o fim da isenção do IPVA [Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores] para deficientes que não dirigem. Isso é retroagir na política pública voltada a essas pessoas”, salientou Costa, revelando que é parte desse grupo. “Sofri um acidente, perdi uma perna e uso prótese.” O PL em questão é tema da Palavra do Murilo desta semana.

 

Na contramão do PL, ainda, entre as questões trazidas pelo público, a importância de se criar Secretaria Municipal de Engenharia de Manutenção – como propugna o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) com a adesão do SEESP.  

 

Como explicou Murilo, ter um órgão “pujante para cuidar da manutenção periódica na cidade” evitaria a queda de pontes e viadutos, como se viu recentemente, e a administração gastaria muito menos – corrigir o problema posteriormente sai muito mais caro. “Ao lado disso, temos que olhar sempre para a frente. Queremos criar uma Secretaria de Inovação, Investimentos e Manutenção”, enfatizou Costa.

 

Para tanto, reiterou: “Uma das vertentes da gestão será procurar criar canais com as lideranças da sociedade e também com as universidades. Levar para dentro da administração a visão dos cientistas, grandes profissionais e pesquisadores. Repensar os investimentos, definir prioridades e discutir com a população para recuperar a vocação da cidade de São Paulo como inovadora, desbravadora.” Murilo concluiu: “São Paulo precisa melhorar cada vez mais. Que possamos construir uma cidade melhor e mais justa.”

 

Confira o webinar na íntegra:

 

 

 

 

 

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