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03/06/2020

Sem crédito, micro e pequenas empresas fecham as portas, alerta economista

Agência Sindical


A crise gerada pela pandemia tem provocado graves prejuízos a trabalhadores e empregadores. Sem ter como se sustentar e manter a folha de pagamento, milhares de micro e pequenas empresas estão fechando as portas. É o caso da Galeria do Rock, tradicional ponto turístico e de comércio no Centro da capital paulista. No local funcionavam cerca de 450 lojas. Destas, em torno de 30 estabelecimentos fecharam definitivamente, provocando 400 demissões.

 

 

Foto: Agência Sindical

galeria do rock interna

 

 

A pesquisa “O impacto da pandemia do coronavírus nos pequenos negócios”, feita pelo Sebrae entre os dias 3 e 7 de abril, mostra que, apesar das medidas anunciadas pelo governo federal, a maioria (60%) dos donos de pequenos negócios, que buscou crédito no sistema financeiro desde o início da pandxemia, teve o pedido negado. O levantamento, que ouviu mais de seis mil empreendedores, mostra que, além da dificuldade de acesso a crédito, os pequenos negócios também enfrentam queda no faturamento.

 

Pedro Afonso Gomes, presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de SP (Sindeconsp), analisa. Para ele, o governo deixa a desejar nas medidas adotadas para micro e pequenas empresas. “O auxílio prometido não veio. Houve afrouxamento para os bancos. Cerca de R$ 1,2 trilhão para cobrir problemas de caixas. Esse valor deveria ser revertido numa negociação dos bancos com as micro e pequenas empresas. Mas não isso não ocorre”, ele afirma.

 

Dificuldades
Para o economista, as regras impostas pelo governo também dificultam o acesso ao crédito. “Os bancos pedem garantias, o que atrapalha a obtenção dos empréstimos. Com a falta de acesso, essas empresas perderam as condições de honrar os salários e compromissos financeiros”, diz. O dirigente lembra que essa parcela do empresariado é responsável por grande parte dos empregos gerados no País.

 

Quanto ao faturamento, ele defende o fortalecimento do comércio local e periférico. “É uma forma de fomentar a economia local e evitar grandes aglomerações ou deslocamentos, por exemplo no transporte público, de funcionários ou consumidores”, observa.

 

Luiz Fernando Azzoni Farignoli é gestor econômico e financeiro de uma pequena empresa familiar metalúrgica, em recuperação judicial. No passado ela empregou 300. Hoje tem 70 funcionários. Ele conta: “Vínhamos num processo de retomada, mas diante da nova crise não sei como vai ficar”.

 

Também critica a postura do governo. “Uma coisa é o discurso pragmático. Outra é a realidade. Ouvimos do próprio ministro Paulo Guedes que o governo não vai dar dinheiro pra quem está quebrado. Então, como vão socorrer essas empresas? Não vão. Porque o banco não empresta dinheiro pra quem precisa”, lamenta.

 

Para Luiz Fernando, falta vontade do governo e conhecimento da realidade. Ele diz: “O crédito ainda não chega na ponta e o capital de giro dos proprietários já se esgotou. É preciso liquidez pra que essas empresas consigam honrar compromissos, manter postos de trabalho e salários, distribuindo renda e fazendo a economia girar. Mas o Estado não está cumprindo seu papel”.


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