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28/05/2018

Sobre a política de preços da Petrobras

 

A Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) divulgou em 23 de maio “Nota sobre a política de preços da Petrobras”. Confira conteúdo:

 

A Aepet reafirma o que foi expresso no Editorial “Política de preços de Temer e Parente é ‘America First!’ “, de dezembro de 2017.

A Petrobras adotou nova política de preços dos combustíveis, desde outubro de 2016, a partir de então, foram praticados preços mais altos que viabilizaram a importação por concorrentes. A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada. A exportação de petróleo cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes.

A importação de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6. O diesel importado dos EUA que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017 superou 80% do total importado pelo Brasil. Ganharam os produtores norte-americanos, os traders multinacionais, os importadores e distribuidores de capital privado no Brasil. Perderam os consumidores brasileiros, a Petrobras, a União e os estados federados com os impactos recessivos e na arrecadação. Batizamos essa política de “America first!”, “Os Estados Unidos primeiro!”.

Diante da greve dos caminhoneiros assistimos, lemos e ouvimos, repetidamente na “grande mídia”, a falácia de que a mudança da política de preços da Petrobras ameaçaria sua capacidade empresarial. Esclarecemos à sociedade que a mudança na política de preços, com a redução dos preços no mercado interno, tem o potencial de melhorar o desempenho corporativo, ou de ser neutra, caso a redução dos preços nas refinarias seja significativa, na medida em que a Petrobras pode recuperar o mercado entregue aos concorrentes por meio da atual política de preços.

Além da recuperação do mercado perdido, o tamanho do mercado tende a se expandir porque a demanda se aquece com preços mais baixos. A atual direção da Petrobras divulgou que foram realizados ajustes na política de preços com o objetivo de recuperar mercado, mas até aqui não foram efetivos. A própria companhia reconhece nos seus balanços trimestrais o prejuízo na geração de caixa decorrente da política adotada.

Outra falácia repetida 24 horas por dia diz respeito a suposta “quebra da Petrobras” em consequência dos subsídios concedidos entre 2011 e 2014. A verdade é que a geração de caixa da companhia neste período foi pujante, sempre superior aos US$ 25 bilhões, e compatível ao desempenho empresarial histórico.

 

Geração operacional de caixa, US$ bilhões
2011   2012   2013   2014   2015   2016     2017
33,03  27,04  26,03  26,60  25,90  26,10   27,11

 

A Petrobras é uma empresa estatal e existe para contribuir com o desenvolvimento do País e para abastecer nosso mercado aos menores custos possíveis.

A maioria da população quer que a Petrobras atue em favor dos seus legítimos interesses, enquanto especuladores do mercado querem maximizar seus lucros de curto prazo.

Nossa associação se solidariza com os consumidores brasileiros e afirma que é perfeitamente compatível ter a Petrobras forte, a serviço do Brasil, e preços dos combustíveis mais baixos e condizentes com a capacidade de compra dos brasileiros.

 

 

Do site da Aepet (www.aepet.org.br)

 

 

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